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LILLIPUT

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.co.br)

Neste mundo é sempre gigante quem olha para baixo; é sempre anão quem olha para cima” (Paolo Mantegazza)

Da Argentina, onde me sinto perfeitamente à vontade confraternizando com seu povo, vejo o Brasil pela lupa da distância, cuja lente é limpa da poeira local pela flanela das análises, críticas e observações dos hermanos.

Com colegas jornalistas dos tempos em que representava a ABI em encontros internacionais, troquei figurinhas sobre a transição que o Brasil atravessará com Jair Bolsonaro na presidência da República, cujo protagonismo político representa o fim da Era Lulopetista.

Pondo em foco a política externa, um tanto quanto radical em relação ao alinhamento ideológico do Itamaraty, engajado com bolivarianismo teórico e narcopopulista na prática, perpassei o processo novelesco liliputiano que vivemos diante do mundo.

Lilliput, como sabemos é uma ilha fantasiosa criada pelo excelente escritor irlandês Jonathan Swift, cujas sátiras representam uma das melhores expressões da literatura inglesa. A Ilha descrita nas “Viagens de Gulliver”, é habitada por pigmeus com cerca de 15 centímetros de altura, fazendo parte de um arquipélago onde outra ilha, Blefuscu, anima a narração pela inimizade entre as duas.

A deliciosa leitura do livro de Swift relata a presença de um marinheiro náufrago, considerado um gigante pelos pequeninos. Ele participa de uma guerra entre os dois países, que a crítica tomou como uma zombaria sobre os atritos entre a França e a Inglaterra no século 18.

Partindo do princípio que nos manda comparar para entender, conclui que os brasileiros sofremos um processo histórico para nos tornar liliputianos. Por causa do futebol, Nelson Rodrigues que nos atribuiu o “Complexo de vira-lata” quando a Seleção Canarinho entrou amedrontada numa Copa do Mundo. E mais tarde ele escreveu que esse complexo não se limitava apenas ao campo futebolístico.

Discordei dele. Nunca aceitei a tese de nós nos sentimos inferiores aos outros povos e também não acho que assumimos o vira-latismo como Nação. Isto ficou por conta da fração impatriótica lulopetista.

Esta organização autodenominada “de esquerda” – mais para criminosa do que política –, tentou nos impingir pequenez para submeter o Brasil como mera sucursal das ditaduras de Cuba e da Venezuela.

Quando ocuparam o poder, a política externa “deles” foi submetida ao petista Marco Aurélio Garcia, que por 13 anos assumiu como comissário político bolivariano a área internacional, dirigindo o Itamaraty através de um fantoche, Celso Amorim.

Para apequenar a tradição do Barão do Rio Branco, nosso Ministério das Relações Exteriores ficou conhecido como “Itamaraty do B”, com referência ao partido sabujo do corrupto Lula da Silva, PCdoB. A diplomacia “deles” se resumia à defesa das ditaduras africanas e ao apoio aos governos da pelegagem latino-americana.

O espaço de tempo em que este malefício antinacional foi imposto deixou-nos uma vergonhosa herança, tão ideologizada que nem o impeachment de Dilma corrigiu os rumos da política externa; pelo contrário, manteve-a com quadros medíocres antigos tarefeiros do velho partidão.

O último deles, Aloysio Nunes Ferreira, mostrou isto ao declarar que não podemos ter uma política mundial soberana e independente como é preconizada pelo futuro chanceler do Governo Bolsonaro, o diplomata Ernesto Araújo.

Aloysio, que se despede melancolicamente, disse que “Não somos um país poderoso a ponto de chutar o balde quando alguma regra internacional não nos beneficia”. Para ele, com a sua limitação ideológica, deveremos nos manter como os pigmeus de Lilliput que a mentalidade anã “esquerdista” tentou implantar.

Felizmente, a partir de 1º de janeiro, tudo vai mudar, para suprema revolta dos vanguardeiros da retaguarda e seu anti-imperialismo nanico do século passado…

Marjorie Salu

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Marjorie Salu

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