MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Quando a política e as instituições dependentes dela degeneram e deperecem relembra-se um antigo pensamento – sempre vigente – de que a juventude é o futuro do mundo. Certo; mas de que juventude falamos?
Confesso que o comportamento da juventude brasileira me preocupa muito. Reflexos do passado levam-me à mocidade distante, buliçosa e atuante, bem intencionada, explodindo como um vulcão renovador com as lavas candentes da mudança.
Entristece-me ver como se multiplicam entre nós as críticas aos jovens brasileiros como se houvesse uma individualização padronizada para ser julgada. Longe disso, o alvo dos ataques volta-se para os jovens engajados no esquerdismo sistemático, fruto de teorias mal interpretadas, e conduzidos por poderosos interesses de uma facção sectária.
Relembro meus tempos de estudante, participando da União Nacional dos Estudantes, onde reinava a independência dos partidos e dos governos. Uma vez chegou-nos a orientação para combater a “America Can” uma empresa norte-americana fabricante de latas; o sentimento nacionalista aflorou e fizemos a campanha.
Descobri cedo que se tratou de uma jogada empresarial do grupo Matarazzo, que não queria concorrentes. A Can iria baratear o custo de produção, mas em nome do ideal, atrasamos alguns anos o desenvolvimento da indústria brasileira de produtos de alimentos enlatados…
Hoje é quase certo que as frações partidariamente organizadas dos estudantes estejam caindo no mesmo engodo, aliando-se a uma corrente que adota os princípios distorcidos da ideologia degenerada dos pelegos sindicais. Nada mais fraco do que aquele que sente o forte desejo de transformação da realidade e escorrega no que Trotsky chamou de “socialismo dos imbecís”, caindo fatalmente no fascismo.
Acabamos de testemunhar uma ação para-fascista nas manifestações violentas ocorridas no Rio e em Sampa protestando contra o aumento das passagens dos transportes; foi de uma violência inominável contra a propriedade privada e patrimônio público.
Voltaram os “black-blocs” covardes, mascarados, depredando o que encontraram pela frente. São acobertados por partidos ditos “de esquerda” e de organizações pelegas que recebem verbas governamentais.
Estas pessoas não são “revolucionárias” como pensam, mas arruaceiras. Repito e alerto que se trata apenas de frações. Minoritárias. Assisti uma entrevista da atriz Irene Ravache no Roda Viva: Perguntada sobre o que achava da juventude brasileira, ela respondeu com grande lucidez, que sim; confiava nas moças e moços que pegam uma condução de manhã cedo para ir ao trabalho e depois vão à escola.
Observo que junto aos trabalhadores juvenis, temos estudantes que se debruçam nos livros e nas apostilas, ou atentos às aulas à distância, preparando-se para uma formatura ou para enfrentar concursos. Estes, sim, representam a maioria que busca caminhos novos para enfrentar a vida. Nestes acredito.
Analisamos, porém, os outros que vivem para e da política como grupos de pressão. O que realmente eles pensam da política? Estarão atentos às reivindicações populares, aos interesses nacionais e querendo defender a elevação do Brasil ao nível dos países desenvolvidos, ou ficam como papagaios repetindo slogans desgastados pelo uso?
No mundo de hoje há uma grande facilidade de obter a informação, mas é preciso tomar cuidado com o noticiário dirigido de uma mídia sensível às verbas governamentais. O jovem deve procurar fugir dos maus exemplos, dos falsos líderes, de um poder desacreditado.
Dá-me pena em ouvir argumentos dos partidários do governo, convictos de ideologias distorcidas e iludidos pelo cenário teatral de falsas utopias, como ocorre com a UNE, UBES e MPL, meros apêndices do governo enganador e corrupto do lulo-petismo.
Por isto fico com a maioria silenciosa que luta para se manter e progredir. Acredito nos jovens que trabalham para garantir o seu futuro, com ordem e progresso.
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