Categorias: Artigo

FRAUDE

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

“Brasil? Fraude explica“ (Carlito Maia)

Relacionei-me no Twitter e venho acompanhando o professor Magno Holanda, escritor e psicopedagogo. Fui atraído pela exigência dele para que as mensagens na rede social que se refiram às pessoas e instituições tragam os seus nomes, para atestar a fonte da informação.

Principalmente os comentários e as críticas devem ser assumidos pelo autor; isto é fundamental para se evitar fraudes, agora batizadas pelo estrangeirismo “fake news”. Como venho de longe, do tempo do Orkut, e um dos pioneiros do Twitter, sou até mais exigente: acho que as contas devem ser abertas e usadas com o nome próprio do responsável.

Seria uma forma de evitar a participação nas redes sociais do pior tipo dos indivíduos, o caluniador e o difamador que se escondem no anonimato.

A fraude é criminosa. Está no artigo 171 do Código Penal: “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Soma-se ao crime o aspecto humano: é uma ferramenta a serviço do mal. “Fraude”, como verbete dicionarizado é um substantivo feminino de origem latina, “fraus,dis”, vindo de “frustari”, significando a ação de lograr, iludir, enganar, fazer errar”.

O ato delituoso para enganar alguém está sempre presente na politicalha…. Campeia livre, leve e solto entre os picaretas do Congresso; ali se assiste ardis de toda ordem, os “jabutis” postos nos galhos de projetos bem-intencionados, falsificação de documentos e “contrabando ideológico” para justificar traições ao eleitorado.

Este mal está em desarmonia pelo mundo todo, com uma riquíssima sinonímia (só na gíria de traficantes e milicianos encontrei mais de trinta), e na terminologia policial outros tantos. Nos dicionários, garimpa-se falcatrua, farsa, burla, dolo, embuste, golpe, intrujice, logro, ludibrio, tramoia, trampolinagem, trapaça e trapalhada…

Neste momento que atravessamos, ecoa retumbante no cenário mundial a tentativa de fraude nos Estados Unidos urdida pelo presidente Donald Trump; foram criminosos os seus áudios divulgados pelo The Washington Post, pressionando o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a “achar” votos com os quais pudesse mudar o resultado eleitoral.

O delito cometido é tão flagrante que, segundo o famoso jornalista Carl Bernstein, o caso supera o Watergate que culminou na queda de Richard Nixon; Bernstein acha que os áudios são provas “suficientes’ para o impeachment.

O “esperneio” desesperado com a derrota eleitoral culminou na ação estimulada pelo louco que ainda ocupa a Casa Branca para que seus seguidores fossem protestar em Washington, o que terminou com a invasão e depredação do Congresso americano.

Assim, a quarta-feira, seis de janeiro de 2021, foi um dia que abalou o mundo, ofuscando a visão dos que viam nos Estados Unidos o baluarte da Democracia com Trump e os seus  comparsas empunhando as bandeiras da Confederação, símbolo da volta ao passado escravagista.

O triste para nós é que a insanidade extremista nos EUA deixa sequelas colonialistas no Brasil, com as viúvas bolsotrumpistas chorosas e inconformadas por receberem como herança histórica a lição de que não é fácil a reeleição de um presidente cujo governo não corresponde aos anseios nacionais. A onda negacionista levantada por Trump (que alcançou nas praias brasileiras o presidente Jair Bolsonaro), foi uma das razões do descontentamento popular.

Na pandemia do novo coronavírus assistimos muitos enganos, muitos equívocos, atitudes pouco recomendáveis; mas nada como a repercussão lamentável e desastrosa do tsunami do negacionismo. Nos Estados Unidos e no Brasil, o exemplo de Trump e Bolsonaro é a responsabilidade pelos 360 mil óbitos na América e 200 mil mortes no Brasil. Um genocídio.

Marjorie Salu

Compartilhar
Publicado por
Marjorie Salu

Textos Recentes

FALANDO GREGO

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.om.br) MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.om.br) Clássico é clássico; não foi por acaso que Shakespeare criou expressões que…

13 de outubro de 2025 18h05

DAS PAIXÕES

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br) Civilização significa tudo aquilo que os seres humanos desenvolveram ao longo dos anos para se sobrepor…

8 de outubro de 2025 8h55

DAS PROIBIÇÕES

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br) Na ditadura militar que durou de 1964 a 1979 censurando a expressão do pensamento, cantou-se a…

30 de setembro de 2025 18h41

Augusto Frederico Schmidt

As chuvas da primavera Em breve virão as chuvas da Primavera, As chuvas da primavera Vão descer sobre os campos,…

25 de setembro de 2025 20h00

DE MURMÚRIOS

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br) Só ouvi a palavra “Murmúrios” em letras de boleros e tangos. É visceral; o seu intimismo…

24 de setembro de 2025 12h03

Marina Colasanti

Outras palavras Para dizer certas coisas são precisas palavras outras novas palavras nunca ditas antes ou nunca antes postas lado…

21 de setembro de 2025 20h00