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FANATISMO(2)

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br

          “Na superabundância ou na miséria, / Verme – é o seu nome obscuro de batismo”.                 (Augusto dos Anjos)

Eu estava lendo Jorge Santayana num desses fins de semana e me deparei com uma frase que chamou atenção: “O fanatismo consiste em redobrar o próprio esforço quando nos esquecemos do objetivo”. Este pensamento acrescentou-me mais uma lição sobre a realidade em que vivemos.

E lembrei-me de um texto lido há muito no livro “O Zero e o Infinito”, em que o autor, o jornalista Arthur Koestler (do tempo em que os jornalistas eram respeitados) transcreve a descrição de um velho comunista, fundador do Partido Bolchevique da URSS, dissidente do regime stalinista.

Decepcionado, com os desvios da revolução russa comandados por Stálin, falou sobre os restos do partido: “Como as unhas e os cabelos dos mortos continuam a crescer, as “bases” ainda se movimentam e se reúnem como vermes num cadáver em decomposição. Pequenos grupos continuam cumprindo as tarefas divulgando as palavras-de-ordem dos dirigentes bem situados e enriquecidos no governo”.

Como os estudos do corpo humano ensinam, os vermes vivem dentro dos nossos intestinos, alimentando-se da nossa comida e sangue. Eles causam dor de barriga ou diarreia, e drenam a nossa energia.

A exposição da denúncia política e da helmintologia (ramo da zoologia que investiga os parasitas) enquadra perfeitamente os fanáticos que continuam cultuando o degenerado pelego Lula da Silva, corrupto e corruptor, e se mantém ululantes no partido suicida com o veneno da cobiça.

Não há melhor comprovação disto com a eleição da senadora Gleise Hoffman para a presidência da sigla, uma ré comprovadamente envolvida em propinas e associação criminosa com o marido para explorar aposentados e pensionistas.

O alimento dos vermes fanáticos é a distorção da realidade e versão fraudulenta da História, recontada de modo a justificar os crimes cometidos na aliança bastarda do PT-governo com empresários desonestos.

Assim, pelo controle de certos meios de comunicação e na ação coordenada de professores engajados na ideologia falida das experiências realizadas, encontramos elogios ao bolivarianismo que destruiu a economia venezuelana e impôs uma férrea ditadura no País.

As inverdades históricas, referindo-se a entidades, regimes e personagens, levam-nos ao totalitarismo que George Orwell mostrou magistralmente no seu “1984”. Ali, um sistema tirânico criou o Ministério da Verdade para recontar a História.

Manipulando a informação para o domínio do partido, criou a “novilíngua”, o “duplipensar” e a “multabilidade do passado”, e com eles estabelecendo os princípios dialéticos de “Guerra é Paz”, “Liberdade é Escravidão” e “Ignorância é Força”.

Não é isto o que se vê hoje na mídia, nas cátedras e nos argumentos da militância lulopetista? Na sua interpretação, crime é “erro” e criminoso “herói”. Pensam, não com a conjuntura, mas como movimento comunista do século passado.

Nos discursos, pregam a Paz e a Democracia, na prática, ameaçam “derramamento de sangue” contra seus contraditores e defendem as ditaduras “amigas”. E, durante 14 anos de poder, instituíram uma educação que deseduca e institui a ignorância.

Para melhor descrever os fanáticos que restam, nada mais adequado do que a lição de

Leonardo Sciascia: “Uma ideia morta produz mais fanatismo do que uma ideia viva; ou melhor, apenas a morta o produz. Pois os estúpidos, assim como os corvos, sentem apenas o cheiro das coisas mortas”.

Marjorie Salu

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