Categorias: Poesias

Eugenio Montale

MADRIGAIS PRIVADOS

Deste meu nome a uma árvore? Não é pouca coisa;

embora não me resigne a ficar apenas sombra, ou tronco,

abandonado num subúrbio. Eu o teu

dei a um rio, a um longo incêndio, à minha sorte

cruel, à confiança

sobre-humana com que falaste ao sapo

que saiu do esgoto, sem horror ou pena

ou exaltação, ao alento daquele poderoso

e suave lábio teu que consegue,

nomeando, criar: sapo flores relva rocha —

carvalho pronto a desfraldar-se sobre nós

quando a chuva dispersa o pólen das carnosas

pétalas de trevo e a chama se levanta.

(tradução: Geraldo H. Cavalcanti)

Biografia de Eugenio Montale aqui.

Marjorie Salu

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Marjorie Salu

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