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ET CETERA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br

“Vivemos um et cetera” (Guimarães Rosa)

Pronto, acabou-se. Depois das chicanas, esperneio e gritaria, o Senado curvou-se à voz do povo e obedeceu à Constituição: Dilma foi impichada por crime de responsabilidade e et cetera…

No caso em pauta, o etecetera é o conjunto da obra. A partir de uma eleição e reeleição tramadas diabolicamente por Lula, aquela apoiada na popularidade de então e essa usando um torpe esquema de corrupção, Lula pensou apenas em continuar governando através de um fantoche.

Et cetera, (Et cetera  e também et cætera) vem do latim, significando “outras coisas”. Na escrita aparece com a abreviatura “etc.”, sempre com um ponto final. O seu uso é múltiplo, seja como “e outras coisas mais” ou “e assim por diante”.

Essa expressão, comumente usada na linguagem escrita ou falada nunca teve tanta aplicação como agora. Dilma apenas deu pedaladas fiscais? Somente atropelou o Congresso legislando para maquiar as contas públicas? Que nada, bota etc. nisso!

A presidente defenestrada pela vontade popular foi, em primeiro lugar, um estelionato na primeira eleição, vendida ao eleitorado como uma gerentona quando na verdade exerceu com demérito os cargos anteriormente ocupados na administração federal.

Disseram que Dilma entendia de eletricidade, mas destruiu a Eletrobrás por incompetência e permissividade com as empreiteiras corruptas. À frente do conselho da Petrobras, foi responsável pela imoral e criminosa compra de Pasadena, além de negócios escusos no Japão. Em Angola e na Argentina. Levou a Petrobras a situação falimentar.

A “honestíssima” pôs no seu governo pessoas ainda sob suspeição de avanços no patrimônio público, Edinho, Erenice, Guido Mantega, Mercadante, a dupla assaltante do empréstimo consignado Gleise e Bernardo e o infalível Palloci.

Os governos de Dilma, além dos inúmeros casos de corrupção investigados pela Lava Jato, foram pautados pelo marketing e uma desenfreada propaganda; as suas relações com o povo limitaram-se aos discursos contrários à verdade e, com o Congresso, por uma atitude de sobeja arrogância e autoritarismo.

Ensimesmada, a “gerentona” isolou-se da cidadania, dos aliados políticos e até do próprio partido. Ao assumir a mentira como modo de governar, terminou incorporando-a ao seu comportamento. Obcecada pelas palavras-de-ordem extemporâneas e uma visão distorcida da realidade, contribuiu para o degenerado “socialismo bolivariano”, transferindo a riqueza nacional para os populistas e ditadores latino-americanos e africanos.

Realizando uma transferência de renda para outros países privou o Brasil de hospitais, escolas, transporte e segurança pública. Se teve retorno, não foi para o BNDES, mas para o bolso de Lula, dos consultores petistas e das empreiteiras corruptas.

Os programas ditos sociais foram escamoteados pela roubalheira desenfreada: O Bolsa Família, além de servir a interesses eleitorais, alcançou milhares de beneficiários fraudulentos indicados pelo PT; o Minha Casa engordou o caixa 2 do PCdoB, e o empréstimo consignado para o funcionalismo reservava 2% para a quadrilha de Paulo Bernardo.

Alguém se lembra dos PACs – a publicidade demagógica que deixou centenas de obras inacabadas? Na verdade, esses programas não passaram de caça-níqueis para o lulo-petismo.

Enfim, faltou ao julgamento do impeachment um “eteceterão”, porque o lado positivo do governo Dilma não passou de uma gota no meio de uma torrente amazônica de inconsequências e mal feitos. Pena que Dilma tenha enganado muitos por muito tempo na nossa Pátria Mãe tão distraída que foi envolvida nas suas tenebrosas transações…

Marjorie Salu

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Marjorie Salu

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