Categorias: Poesias

Eli Celso

EM HOMENAGEM A TERCEIRA SINFONIA

( Brahms, opus 90, em lá maior)

No começo da noite

retiro meus olhos já vermelhos e cansados

guardo-os na mesa enlevados,

com a escuridão das pálpebras, velhas conhecidas.

Os olhos solitários na mesa não sabem lamentar,

os olhos sem mim não podem chorar.

Minha face dois grandes buracos

profundos poços que dilatam a aurora e

aprisionam o sol ao meio-dia.

Eis onde carretéis sem fim puxam-me para os mares.

E, se nesse retrato remoço-me,

são os olhos que não sabem sonhar.

Biografia aqui.

Marjorie Salu

Compartilhar
Publicado por
Marjorie Salu

Textos Recentes

FALANDO GREGO

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.om.br) MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.om.br) Clássico é clássico; não foi por acaso que Shakespeare criou expressões que…

13 de outubro de 2025 18h05

DAS PAIXÕES

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br) Civilização significa tudo aquilo que os seres humanos desenvolveram ao longo dos anos para se sobrepor…

8 de outubro de 2025 8h55

DAS PROIBIÇÕES

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br) Na ditadura militar que durou de 1964 a 1979 censurando a expressão do pensamento, cantou-se a…

30 de setembro de 2025 18h41

Augusto Frederico Schmidt

As chuvas da primavera Em breve virão as chuvas da Primavera, As chuvas da primavera Vão descer sobre os campos,…

25 de setembro de 2025 20h00

DE MURMÚRIOS

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br) Só ouvi a palavra “Murmúrios” em letras de boleros e tangos. É visceral; o seu intimismo…

24 de setembro de 2025 12h03

Marina Colasanti

Outras palavras Para dizer certas coisas são precisas palavras outras novas palavras nunca ditas antes ou nunca antes postas lado…

21 de setembro de 2025 20h00