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DA VINGANÇA

MIRANDA SÁ Email: mirandasa@uol.com.br)

Chama-se Vingança qualquer ato danoso contra uma pessoa, castigando-a em desforra por lesões ou ofensa por ela praticados. A palavra tem origem no latim “vindicare“, que significa “reivindicar” ou “defender”, relacionada à “vindicta“, que significa “mostrar autoridade”; gramaticalmente em brasilês é um substantivo feminino usado para resignar uma retaliação praticada como represália.

Tomar uma vingança revela uma decisão pessoal ou coletiva para restaurar a justiça que faltou para punir legalmente alguém que causou um mal. Utiliza-se da força para castigar desgraças físicas ou morais causadas.

A Vingança tem uma presença emocional nas artes dramáticas, mergulhando nas profundezas da psique humana e nos princípios da moralidade ou repressão política. No teatro temos a digna referência com o poeta grego do século V a.C., Eurípides, e a tragédia grega “Medeia”, em que a protagonista, traída pelo marido, busca uma retribuição extrema, evidenciando a intensidade do desejo vingativo.

Na literatura, incluem-se os clássicos shakespearianos das peças Hamlet e “Otelo, o Mouro de Veneza”; e de Alexandre Dumas, o celebrado “Conde de Monte Cristo”. Um clássico no cinema, “Trono Manchado de Sangue”, de Akira Kurosawa, adapta “Macbeth” ao contexto japonês, enfatizando as consequências trágicas da ambição e da retaliação.

Também no cinema, “V” de Vingança tornou-se um clássico. É um filme de ação e suspense, trazendo a realidade virtual sobre o perigo do totalitarismo, da vigilância em massa e da perda da liberdade individual. Sob a direção de James McTeigue e produzido em 2005 por Joel Silver e pelas irmãs Wachowski, autores do roteiro, ambos  possivelmente inspirados no  “1984” de Orwell.

A sinopse descreve a Inglaterra sob uma ditadura impondo um sistema totalitário com táticas terroristas para reprimir qualquer manifestação opositora. Um herói solitário auto assumido como “V”, luta pela liberdade. A história é romantizada quando “V” salva da polícia secreta uma jovem chamada Evey e ela se torna sua aliada na luta pela liberdade e justiça.

No Brasil de hoje, vemos a Vingança adentrar na política brasileira com Lula da Silva, pelego da VW e informante do Dops, segundo Tuma Júnior, até hoje não desmentido, ser descondenado dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro pelos garantistas do STF.

Graças ao apoio dos democratas de Centro, temerosos de perder a liberdade ameaçada pelos golpistas Bolsonaro & Cia., elegeu-se o presidente da República. Empossado, trouxe de volta a gangue do Mensalão e do Petrolão, e com ela voltaram os corruptores das empreiteiras e os corrompidos dos sindicatos e dos movimentos sociais.

Cercado de fanáticos e mercenários, o Descondenado iniciou uma furiosa e irrefreável vingança contra a Operação Lava Jato, seus protagonistas da PF, do MPF e os juízes dos tribunais de primeira e segunda instâncias. Todas as medidas administrativas e reivindicações nacionais desceram ao segundo plano cedendo lugar às ações vingativas, translúcidas como água de esgoto. Quem ainda não observou como é transparente a água de esgoto?

Foi criada, então, uma temporada inimaginável de perseguições contra a Lava Jato, unindo lulopetismo e bolsonarismo como um eixo do mal, para vingar-se de quem mostrou à Nação a face horrenda da corrupção populista.

Assim, com este consórcio da falsa esquerda e da falsa direita formado para punir os inimigos da criminalidade, transparece claramente que a polarização que os confronta é apenas eleitoral. “Elles” agem da mesma maneira quando chegam ao poder: enquanto assaltam o Erário, tramam para subtrair as liberdades democráticas calando os reais opositores.

Estranhamente apoiado pelo sistema jurídico que domina o país, Lula atenta contra a soberania nacional ao dizer claramente que pediu a Xi Jinping um especialista em repressão das redes sociais. Esta censura, fralda de ditaduras nascituras, revolta os amantes da liberdade e impõe o desejo popular de Vingança; vingança que faz parte da obra prima de Lupicínio Rodrigues: “Vingança, vingança, vingança, aos santos clamar!”

Marjorie Salu

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Marjorie Salu

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