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DA MÍSTICA

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Uma teoria científica do comportamento humano diz que os poderes republicanos no Brasil usam coletes à prova de denúncias aos seus feitos para ocultar a situação que o país atravessa, sem patriotismo entre legisladores, com exagerado personalismo dos juízes no STF e o inato despudor do presidente da República.

Entristece-nos esta situação que leva muitos às experiências místicas indescritíveis, envolvendo-se com a manta do escapismo, e como avestruzes, enterrando a cabeça na areia da abstração.

Para os estudiosos dos fugitivos da realidade a vivência mística é subjetiva, não passam de uma experiência psicológica mergulhada no individualismo avessa ao instinto social dos seres humanos, isolando-se.

Hoje pouco encontrada nas conversações, a palavra Mística é um verbete dicionarizado como substantivo feminino, relativo ao estudo das coisas espirituais; e também como adjetivo, visando mistérios e razões incompreensíveis. A origem é grega “mystikós” vinda do verbo “myo”, que significa “fechar” e, no caso, “fechar os olhos”.

Na Teologia Cristã, mística e misticismo levam às situações que fogem da compreensão por serem desconhecidas pela razão. O doutor da Igreja, Tomás de Aquino, ensina aos cristãos que Mística é “uma vista simples e afetuosa de Deus ou das coisas divinas”.

Do outro lado, Shakespeare em “Henrique IV”, dá uma definição no verso: – “O pensamento é escravo da Vida, e a vida, o bobo do Tempo; e o Tempo, que vigia o mundo inteiro, precisa ter um fim”.

Assim, sem nada enigmático e nem ininteligível, o grande poeta e dramaturgo inglês conclui com o fim, lembrado também pelo nosso Ulysses Guimarães ao dizer que “a Nação quer mudar, a Nação deve mudar, a Nação vai mudar”.

Traz uma proposta revolucionária, sem dúvida, porque nos obriga a fugir do misticismo conformista no caminho da paixão pela Liberdade. Vivemos atualmente a negação da Democracia arbitrariamente usada pelos ministros do STF, auto assumidos como “Guardiães da Democracia”.

Isso leva a cidadania a se encolher, fugindo da participação partidária militante e não expressando sua defesa dos princípios patrióticos. É lamentável que isto ocorra. A Ética e a Filosofia do Direito, tão importantes para o convívio social numa atmosfera democrática, estão em falta; e a culpa é, sem dúvida, do desânimo que grassa nacionalmente.

Os autênticos defensores da liberdade se obrigam a insistir no óbvio, como foi sugerido por Brecht, que alertou: – “Nos omitirmos da política é tudo o que os malfeitores da vida pública querem”, e cercam com a mística arames farpados de sigilos centenários.

Sitiando com essa aramada ignorância, estonteiam as pessoas de baixo QI, oferecendo condições para os “influencers” (em bom brasilês, influenciadores digitais), fazer-lhes a lavagem cerebral “Woke” de estúpida insensatez. Com ela influenciam o negativismo ideológico da paranoia identitária e, a partir daí, exigem submissão total aos interesses de organizações minoritárias.

Esta febre do diversionismo leva os “andares de cima” a se movimentarem para criar o conformismo aos seus desmandos, desviando as atenções do povo para realidade transformando-o numa claque para aplaudir ilusórias promessas de igualdade.

A partir daí, sobe ao palco das iniquidades a influência da mídia mercenária como vimos na anunciada contratação milionária de uma agência de propaganda para o Governo, comprovando a necessidade da baboseira woke para manutenção do poder.

O espírito de Goebbels persiste, provoca e pesa no proceder dos que têm o “espírito de rebanho.”

A mística do despertar para ver apenas coisas miúdas cria fantoches levando-os à cena da polarização eleitoral dos populistas corruptos; enfrenta-os aqueles que esperam esperançosos a verdadeira Filosofia do Amor, lembrando a poesia de Maiakóvski que cantou: – “Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor”

Marjorie Salu

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Marjorie Salu

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