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DA CIÊNCIA

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

O saber natural começou a se diferenciar das visões míticas e religiosas evoluindo pela investigação científica a partir da Alquimia estudada por Hermes Trismegisto e exposta na Tábua da Esmeralda com a visão holística do cosmos e fundacional da alquimia.

Dos textos do Pai da filosofia hermética, da alquimia e da magia foram herdados pelos filósofos pré-socráticos da Grécia antiga, que lançaram as bases da Ciência tal como a conhecemos atualmente.

A Ciência na Antiguidade foi da filosofia natural à prática experimental, graças a Aristóteles, discípulo de Platão, usando o método filosofal primitivo, formalizando raciocínio e a observação como caminhos do conhecimento.

Historicamente se comprova que a partir de Aristóteles o helenismo viveu um esforço coletivo para aproveitar a sabedoria egípcia e babilônica; e assim, o raciocínio lógico alicerçou a observação, tornando a Filosofia a base da Ciência para sistematizar astrologia, a biologia, a geometria, a física e a metafísica.

Enfim, Tales de Mileto (século VI a.C.) previu eclipse solar; Euclides, Arquimedes e Eudoxo de Cnido desenvolveram provas geométricas com a matemática, criando modelos astronômicos e daí veio Eratóstenes que usando sombras em duas cidades diferentes, mediu com precisão a circunferência da Terra.

Infelizmente, tudo isto foi esquecido e negado na Idade Média dominada pelo cristianismo imperial católico e romano,  baseado numa estreita interpretação literal da Bíblia, defendendo o modelo geocêntrico que põe a Terra no centro do universo.

Isto levou Galileu Galilei à prisão domiciliar perpétua por sua defesa do modelo heliocêntrico de Copérnico, que coloca o Sol no centro do sistema planetário; e o seu livro “Diálogo sobre os Dois Sistemas Mundiais” foi proibido pelo reacionário Index Librorum Prohibitorum.

A Idade Moderna que cobriu o período entre a queda de Constantinopla em 1453 até a Revolução Francesa em 1789, marcou uma virada na concepção científica graças aos instrumentos técnicos, telescópio, microscópio, termômetro e barômetro, que ampliaram as observações e as medições quantitativas.

Isto marcou a presença de proeminentes figuras como Johannes Kepler, Francis Bacon e René Descartes. Kepler descreveu o movimento elíptico dos planetas ao redor do Sol formulando três leis planetárias; Bacon sistematizou o método científico indutivo, composta por observação, hipótese, experimentação e conclusão baseada em evidências; e Descartes fundou o racionalismo moderno, introduzindo a geometria analítica e a dúvida metódica como parte do processo científico.

Ainda no século XVIII, Antoine Lavoisier consolidou a revolução química, refutando a Teoria do Flogisto e formulando a lei da conservação da massa e a nomenclatura moderna da Química.

Da máquina a vapor para cá, a Revolução Industrial trouxe ao século 20 a eletricidade, a informática e a automação, caminhando em direção à inteligência artificial; mas por outro lado, estabeleceu a Era Atômica, revelando o imenso poder de destruição contido no átomo inaugurando uma nova etapa na História da Ciência e da Tecnologia.

Assim, a Ciência moderna tornou-se uma força de transformação do conhecimento e na prática social, lançando as bases do mundo contemporâneo com o poder da Comunicação com o rádio, o telefone, a tevê e a Internet. Infelizmente trouxe também a mediocridade dominante entre lideranças globais, especialmente nos EUA e na Rússia.

Esta mediocridade revelou o esvaziamento da política e a polarização de personalidades despreparadas, trocando as concepções de direita e esquerda pelo populismo oportunista, sem qualquer formação de estadistas, e, negativamente, a tomada das decisões, depende deles.

Só o apoio dos governantes tornará a Ciência o fundamento para levar qualidade de vida às nações; mas, com  a mediocridade que se reflete entre nós, o bem comum é desprezado no protagonismo polarizador da incultura que ocorre com Bolsonaro e Lula, ambos sem a instrução necessária a um presidente da República.

Confirmemos que o que recebemos deles em termos científicos foi o estúpido negativismo da Ciência contra as vacinas, pelo bolsonarismo; e, do outro lado, a corrompida iniciativa dos lulopetistas criando a tomada de três pinos para obter propinas…

Marjorie Salu

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