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CULTURA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Após tomar conhecimento da “estarrecedora” opinião do ministro José Eduardo Cardozo (pasmem, ele é da Justiça!) afirmando que “A corrupção no Brasil é cultural”, senti-me na obrigação de relembrar e revisar antigos estudos sobre cultura.

A pesquisa sempre traz uma sensação agradável, agregando coisas novas ao conhecimento; é como a releitura de livros ou assistir filmes pela segunda vez, a terceira ou mais, oferecendo exposições originais e cenas singulares que antes passaram despercebidas.

Descobri agora, por exemplo, que “agricultura” precedeu à “cultura”.  A palavra provém do latim (cultus), e na velha Roma referia-se ao cultivo da terra e o gado, um conceito que se manteve na Europa durante toda Idade Média.

O século XVIII – conhecido como o Século das Luzes – foi o big-bang das mudanças, graças ao movimento enciclopedista, de antigas versões filosóficas, políticas, religiosas e da lingüística educacional e estrutural. As transformações começaram com o abandono do latim e a adoção das línguas nacionais na divulgação do saber.

Foi àquela época, que se constituíram e se fortaleceram os estados modernos; e também que a cultura, tal como conhecemos hoje, se destacou nos círculos letrados e passou a ser vista como expressão dos costumes e da erudição, das heranças nacionais e populares, da linguagem, dos mitos, das crenças religiosas, das festividades, dos alimentos, e até no que se convenciona chamar “comportamento educado”…

Este conjunto de expressões e condutas da sociedade mantém-se por práticas comuns, regras, normas, códigos e valores espirituais. Darcy Ribeiro registrou, por exemplo, entre os indígenas brasileiros o culto à honestidade, acima da autopreservação.

O princípio de pureza e dignidade dos nossos selvagens persistiu e se ratificou pelo respeito aos bens alheios e aos princípios da verdade. Isto, a despeito dos primeiros colonizadores brancos, degredados infratores portugueses, e da migração perversa dos escravos africanos, trazendo com eles ódio e revolta.

A qualidade de caráter dos brasileiros teve, sem dúvida, o amálgama da educação jesuíta. No Brasil, pela sua formação, a cultura não se apóia somente nos costumes populares, requer também erudição, noções de humanismo, informações científicas e conhecimentos adequados à realidade.

É claro que isto não convém ao pensamento dos eventuais ocupantes do poder;  para a pelegagem governamental estudar, pensar com a própria cabeça e defender princípios, é uma característica da “elite branca” – limitação indefinida e racista para nossa sociedade miscigenada. Trata-se da importação ideológica do “socialismo bolivariano” andino, onde regionalmente persistem desigualdades raciais, como não é o nosso caso.

O assassinato da cultura nacional é o divisor entre o oficialismo militante e os brasileiros alfabetizados, informados e pensantes. O lulo-petismo faz a louvação do analfabetismo, como conseqüência do culto à personalidade do apedeuta Lula da Silva. Assim, o apagão da inteligência passou a ser etiqueta da “Era Lula”, onde “quadro intelectual” é qualquer pelego de sindicato ou de “conselho popular”.

Dessa maneira, a ignorância e a falta de instrução dominam o aparelho de Estado. O Ministério da Cultura dedica vultosas verbas para desfiles de modas em Paris; e o maior feito cultural do Governo Dilma foi tornar a Capoeira patrimônio imaterial da humanidade… Bah!

Finalmente, chegamos ao conto do vigário de José Eduardo Cardozo: Para justificar os escândalos do Petrolão e da roubalheira institucional do PT-governo, o Ministro da Justiça (!?) ensina que os brasileiros crescem e aprendem em casa e na escola que roubar é natural; que milhões de brasileiros são corruptos, e que ser honesto é uma deformidade cultural…

Triste, é que Cardozão não está só. O mentor de tudo, Lula da Silva, faz a mesma pregação; e o mamulengo que ocupa o Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, mobiliza a sua base política para impedir as investigações sobre a corrupção na Petrobras.

Felizmente, o Brasil civilizado não virou a lixeira moral como querem os lulo-petistas. Por isso, a resistência contra mais este crime de lesa-pátria, nivelando a Nação com os ladrões, o povo se agiganta e vai às ruas exigindo o fim da República dos Pelegos!

Miranda Sá

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