Com referência a comparações, encontrei o verbete ‘cotejo’ que além de representar uma investigação para aferição, tem uma sonoridade melodiosa, suave, poética, sem a agressividade de confronto ou acareação…
Um encontro mensal reúne de cinco a oito jornalistas da minha geração. É um almoço frugal que, em relação à comida, todos se põem de acordo; diferenciamo-nos no pedido da bebida, que vai da batida de limão ao uísque 12 anos. Este jogo de convergência e divergência faz parte também do cotejo na nossa conversação.
Numa dessas reuniões ouvi uma estória que me deixou curioso; não sei se é uma gauchada que pretendo conferir com o professor Borto, filósofo, ou com o médico Antonio Carlos Ribas, poeta, os gaúchos que me restam para trocar figurinhas e tirar dúvidas sobre a política dos pampas.
Falávamos de ex-presidentes brasileiros, quando um dos convivas, trabalhista admirador de Getúlio Vargas contou que ele, na época em que foi governador do Rio Grande do Sul, fez uma viagem de fiscalização pelo interior do Estado e, numa escola, acariciando os cabelos de uma menina perguntou-lhe; – “Quanto são dois mais dois?”.
A aluna esperta, sob o olhar angustiado da professora, retrucou –“Explique-se melhor, doutor”. A professora quase desmaiou, mas a malandrinha, inteligente, completou em seguida – “Se os dois algarismos estiverem um debaixo do outro, são quatro; se estiverem lado a lado, são vinte e dois”.
Segundo o contador de histórias, Vargas deu uma daquelas gargalhadas que se tornaram conhecidas e aplaudidas, abraçou a menina e disse –“Tens razão; não esquecerei a lição que me destes”…
Fazendo um cotejo com outros mandatários, ouvi mexericos sobre Juscelino, anedotas sobre Costa e Silva e a repetida e sempre engraçada passagem de Itamar Franco nos camarotes do Sambódromo… Quando chegou a vez de Lula da Silva alguém enumerou seu egoísmo e egocentrismo; comentando: – “Lula é um cara que incendiaria a casa do vizinho, com vontade de comer ovo frito se não tivesse fogão”…
As lições que saem de um encontro de velhos jornalistas devem ser contadas. Neste caso de Lula, se fizermos uma retrospectiva de sua carreira, é incrível como ele tem sido egocentrado; desde a atuação no sindicato dos metalúrgicos, quando se descartou do irmão que o introduziu lá.
Seu comportamento personalista ficou claro quando expulsou Luiza Erundina do PT e se descartou da turma que viria fundar o PSOL, em destaque a senadora Heloisa Helena, grande parlamentar.
Além de frio e calculista é um mitomaníaco – “Lula é capaz de pisar no pescoço da mãe, para galgar uma posição” disse Brizola. A mentira para Lula é um vício, que, aliás, se propaga e contagia, como se vê entre seus companheiros e sua sucessora, Dilma.
Agora, emaranhado nos casos suspeitos de vendas de MPs, triplex, sítio, antena de celular, fazenda e condenação em Portugal e sob uma séria denúncia de Delcídio Amaral, Lula foge da Lava Jato para um cobertor que lhe dê fórum privilegiado, a Casa Civil.
Diante desse quadro, encontramos um cotejo entre a ação judicial das “Mãos Limpas”, na Itália, e a Lava Jato no Brasil com a PF, o MPF e o juiz Sérgio Moro combatendo a corrupção. Em Roma, os promotores enfrentaram a “Omertà” – a lei do silêncio dos mafiosos; aqui, ao depor na PF Lula nega tudo, pois não tem que obedecer a ninguém. Ele próprio é o ‘capo di tutti cappi’ da máfia petista.
Por fim, não creio que o STF – cotejado em todo mundo pelas cortes de Justiça congêneres – se comprometa com a ilegalidade negando o voto do ministro Gilmar Mendes, que desmascarou o golpe do ministério para blindar Lula e a tentativa de fugir do corajoso juiz Sérgio Moro, o caçador de corruptos.
Quem ainda não conhecia o verdadeiro Lula, retrato da dissimulação e da desonestidade passou a conhecê-lo com as gravações das suas mensagens por celular. Ele é um desses homens que enganam com cara de que fala a verdade… Lula é ‘incotejável’…
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