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Click: Dilemas da Governanta

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Sou fã do ator Adam Sandler, um dos maiores comediantes da atualidade e considero a comédia “Click” a melhor entre todas que estrelou no cinema. O filme apresenta o arquiteto workaholic Michael Newman (Adam Sandler) que descobre um controle remoto universal que, em vez de controlar objetos eletrônicos, é capaz de dirigir as situações em sua vida.

Problemas engraçados, de humor quase britânico, ocorrem quando o controle materializa os pensamentos de Michael criando situações inusitadas. Muita gente, mesmo correndo risco, gostaria de ter um daqueles controles, para corrigir desvios. Não sei se gostaria, mas acho que a presidente Dilma deveria ter um…

Entretanto, retificando (e não emendando, como é do seu costume) as inconveniências no exercício da presidência, não fará dela uma estadista; jamais, porque não tem formação intelectual nem preparação política para isto. Estadistas foram Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck e Ernesto Geisel; este último, embora sem se submeter a uma eleição democrática, teve uma inegável postura e atitudes exemplares em cumprimento do dever.

Em respeito e por obrigação com meus leitores, trago a opinião pessoal sobre os dilemas da governanta, mesmo sem ter votado nela por repulsa ao seu partido, que atualmente se banha numa cachoeira de escândalos.

Aconselho inicialmente a Dilma que dê um “click”, e veja que um presidente no exercício do cargo não pode agraciar parentes, nem ajudar amigas ou amigos pessoais; e, como estadista, não pode cometer erros e vacilações, obriga-se a decidir com autoridade e segurança as questões de governo.

Considero simplesmente ridículo o embaraço que ela sofre para demitir a presidente da Petrobras, Graça Foster; dê um click, Dilma, e olhe que não deveria somente exonerar Graça, mas toda a diretoria conivente com a quadrilha que assaltou a estatal.

Dilma, como chefe da Nação não vacile e dê um click para repudiar a pressão de movimentos ilegais e subversivos, como o MST e FNL, na escolha de um ministro, no caso a Kátia Abreu! Acho bem feito para a senadora, que traiu os seus princípios por carreirismo, mas a hesitação e falta de firmeza de Dilma são muito piores.

Jamais mostrando segurança, e sempre mal resolvida, tanto na Presidência como na vida pessoal, Dilma permite uma pergunta embaraçosa: “A senhora governa ou não governa?”

Se não é simplesmente uma “laranja” de Lula da Silva, largue essa muleta política ou assuma a figuração de “rainha da Inglaterra”, nomeando-o ministro da Casa Civil e com as funções de primeiro ministro.

Eram também necessários mais clicks, para evitar as visíveis vacilações de Dilma nas suas últimas intervenções: Na Comissão da Verdade, voltada para o revanchismo contra oficiais do Exército hoje inativos, mas que ocuparam comandos no regime militar. Ela se diz a favor da Lei da Anistia, mas assiste sem mover uma palha os seus sabujos ensaiando provocações para ferir a legislação vigente…

Outro cambaleio da Presidente é enfrentando as denúncias de fraude nas eleições: já se repetiu quatro vezes em entrevistas diversas, pedindo“respeito às escolhas legítimas das urnas eletrônicas”. Dilma precisaria de um click para deletar este jargão cretino que esgota nossa paciência; ou pára de repisar essa “legitimação” vazia ou a nossa desconfiança se transforma em certeza de que foi eleita através de roubo!

O Brasil não pode continuar à deriva no oceano da subversão e da falta de autoridade, enfrentando sucessivas ondas de corrupção que lhe deixam por baixo, humilhado no concerto das nações.

O PT-governo que é tão atuante na propaganda marqueteira, está inativo na visível derrocada da Petrobras; a militância “brochou”, sindicatos comprometidos silenciam e mercenários estão exigindo mais, como sintomas de que a verdade emerge do pantanal criminoso.

Diante disso, com a verdade do nosso lado, vale um click coletivo e intransferível: Voltemos a Castro Alves: “A praça é do povo/ Como o céu é do condor”. Vamos às ruas, patriotas de todas as tendências, uni-vos contra a corrupção!

Miranda Sá

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