Derrotados falam de “alienação eleitoral”
MIRANDA SÁ, jornalista
E-mail: mirandasa@uol.com.br
Dizer que os brasileiros sofrem de alienação eleitoral é a última tese dos intelectuais chapas-branca de São Paulo para justificar a tremenda derrota de Lula da Silva e seus postes nos centros mais esclarecidos do país.
Como não poderia deixar de ser, o mote foi adaptado convenientemente pela auto-proclamada “esquerda” natalense como argumento para explicar o seu desempenho na capital do Estado. Analfabetas e inconseqüentes, as tendências políticas do projetado “partido único” nada criam. Apenas repetem o que “vem de cima” sem discussão, lembrando o “ouvir e obedecer” proclamado por Mussolini.
Se essa turma fosse mesmo de esquerda, faria uma autocrítica. Nada de justificar o péssimo desempenho da coligação patrocinada pelo presidente da República, que aqui esteve pessoalmente e pessoalmente apresentou um discurso raivoso e triunfalista.
Esperávamos autocrítica de um partido que não poderia ficar sem representantes na câmara de vereadores (onde já teve uma bancada de três) e desastradamente colaborar para que os trabalhadores perdessem um quadro como Fernando Lucena, líder sindicalista autêntico e homem de princípios.
Como falta ao PT a capacidade de fazer um balanço político das urnas, eu aproveito a liberdade de imprensa para escrever sobre o desempenho eleitoral do lulismo-petismo em Natal.
Observador crítico da realidade brasileira, que as frações extremistas pequeno-burguesas gostariam de calar, assisti uma campanha feita pelo avesso, isto é, usando todos os métodos condenáveis dos herdeiros do coronelato. Vi até as pobres mulheres e crianças de aluguel segurando bandeiras nos cruzamentos.
E para não ir muito longe, acompanhei o uso arrogante da máquina governamental pela cobrança desumana do pagamento em votos do programa Bolsa-Família e outros estipêndios ditos “sociais” do PT-governo.
Podemos acrescentar à arrogância dos detentores do poder, a indiferença no trato que deram aos aliados. Mais de uma dúzia de partidos (mesmo havendo entre eles os “de aluguel”), não receberam consideração pelo apoio dado. Bem que os petistas poderiam ter a humildade para aprender com o pessoal do PC do B um comportamento político. Não foi por acaso a eleição de George Câmara.
Viram os natalenses, sobretudo, a inflação de autoridades que aqui vieram cumprindo uma tarefa (e recebendo diárias por isso. Suas Excelências, os 11 ministros que aqui estiveram, subiram ao palco eleitoral trazendo um vídeo tape de velhas promessas, sem se dar conta do público norte-riograndense, sempre contestador e resistente ao poder constituído.
Acomodados no poder, os governistas se entregaram a marqueteiros descompromissados ideologicamente e sem respeito à verdade. Propuseram-se a vender ilusões superestimando a força governamental e, conseqüentemente subestimando o eleitorado.
Alardearam a chegada do trem pagador e a ostentosa presença de Lula da Silva esquecendo-se de que o povo tem uma visão crítica das próprias necessidades. Não conseguiram focalizar os estamentos sócio-econômicos e culturais da sociedade natalense, trocando as frações pelo inteiro.
Finalmente, tivemos um discurso de conveniência, expressando em cada ocasião, circunstância ou local, idéias preparadas de antemão, como o “safa-onça” de turistas ingênuos.
Este é o curta metragem da minha compreensão, nascido de um fato que presenciei em São Paulo, quando fui abordado por mocinhas com a camisa do PT distribuindo folhetos pró-Marta. Não traziam propostas da candidata. Apenas elogios exagerados a ela e ataques mesquinhos ao adversário, o prefeito Kassab.
Compreendi então que é por essas e outras que o lulismo-petismo tem sido rejeitado onde o eleitorado é consciente.
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