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Artigo saído n’ O JORNAL DE HOJE

De marolas, marolinhas e marolões

MIRANDA SÁ, jornalista (mirandasa@uol.com.br)

Como a bandidagem investe no esquecimento da tragédia nacional que o PT-governo interpreta no espetáculo da irresponsabilidade, precisamos estar sempre relembrando o tratamento dado por Lula da Silva ao anúncio da crise financeira internacional.

Na sua incapacidade ética e intelectual, Sua Excelência disse que o problema estaria limitado aos Estado Unidos e que no Brasil a crise seria apenas o eco dos ocorridos “do outro lado do Atlântico.”  E como se não bastasse, batizou o choque econômico de “marolinha”.

Nas análises iniciais sobre a crise, os arrivistas, oportunistas e cultuadores da personalidade de Lula da Silva sorriram com a intervenção midiática do Presidente e calaram diante do seu besteirol. Nem mesmo os socialisteiros da USP opinaram sobre a subestimação daquele problema.

Hoje, nenhum lulista fala mais do assunto. As toneladas de propaganda governamental distorceram a verdade e desviaram as atenções. Embora o noticiário da imprensa mostre a retração nos investimentos, o desemprego e a queda da arrecadação, nenhum economista engajado politicamente ao PT-governo lamentou a insensatez dos primeiros dias

E assim ficou o dito pelo não dito sobre a “marolinha” de Lula. Mas a asneira ficou e fez escola, como se vê diante do grave problema da gripe “A”  em nosso país. O minisro Temporão (da Saúde) canta um mantra monótono e incompreensível: “Está tudo sob controle”.

Muita gente está indignada com a atuação do Ministro. Ele culpa as pessoas contaminadas, sem cerimônia, classificando-as em situação de risco, afirmando que “a gripe só é grave para pessoas com problemas preexistentes”. Ora, não é bem assim.  O reconhecimento das mortes em consequência do vírus H1N1 deve ser mais creditada à falta de assistência do que ao infectado.

Mas a cada óbito, o jornalismo chapa branca se apressa a divulgar que o morto era asmático, cardiopata, hipertenso, obeso, tinha problemas neurológicos, ou ainda que teve algum tipo de vírus na infância. Até as grávidas engrossam a lista de possuidores de uma anamnese suspeitosa.

Com a “marola” da gripe, sobrenada a constatação de que os hospitais não suportam a demanda, que não há vagas e muito menos isolamento e UTI, e está faltando o Tamiflu, remédio indicado para o caso. A essa falta de assistência médica é que deve ser debitado o estado dos pacientes.

O Ministro trilha o caminho da galhofa como o bufão que ocupa a presidência da República,. Quando a crise financeira assolou o mundo, Lula ficou “convencido” de que era uma bobagem, uma “marolinha”; agora, Temporão – sem condições para enfrentar a Gripe “A”  –  revela-se igualmente irresponsável misturando na sua “marola” a gripe sazonal com a suína, para confundir a opinião pública.

Nos dois casos, constata-se que  há algo muito estranho no ar; de um lado a falta de postura exigida de um estadista; do outro, a incapacidade de gerir o sistema público de saúde, nem sequer o controle sobre os estoques do Tamiflu confiscados de particulares que voltam às farmácias.

Falamos de“marolinha” e de “marola”, para chegar ao “marolão”, o acordo anti-nacional firmado por Lula da Silva com o bispo Lugo, estipulando que o Brasil vai pagar três vezes mais por nossa energia de Itaipu comercializada pelo Paraguai. Em consequência, teremos que pagar mais caro também pela eletricidade comprada da Eletrobrás.

O “marolão” impatriótico mostra que  prevaleceu sobre o interesse nacional o jogo pessoal de Lula da Silva para socorrer o parceiro paraguaio em declínio de popularidade. Triste Itamarati! O Barão do Rio Branco deve estar se retorcendo no túmulo…

Miranda Sá

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