É um assunto presente na pauta das conversas e polêmicas pelo Brasil, do Oiapoque ao Chuí, o ingresso da Venezuela no Mercosul. O tema não seria relevante se o coronel Chávez não estivesse à frente do governo e o estado venezuelanos.
Chávez é uma figura controvertida, mas a projeção da sua personalidade é assunto interno do seu país. Não nos cabe – em respeito à autodeterminação dos povos – indicar ou escolher os governantes de um país, principalmente se o país é nosso vizinho.
Devemos isto sim, repudiar qualquer intromissão que o presidente venezuelano no Brasil, como fez na Argentina ao apoiar explicitamente a então candidata Cristina Kitchner, hoje presidenta, coisa que já ensaiou em relação à doutora Dilma Rousseff, candidata de Lula.
São duas aliadas que devem a ele uma entrada triunfal no Mercosul, que não passa de um palanque para discursos demagógicos. A entidade está engessada há muito, como se vê nas retaliações recentes entre o Brasil e a Argentina, disputa comercial que tem nos prejudicado grandemente.
Há também impasses burocráticos prejudiciais no Chile e no Uruguai. No meio desses desentendimentos não há nada de mal a entrada da Venezuela nesse saco de gatos. O único Argumento cntrário é Protocolo firmado na fundação do Mercadp Comum que exige um compromisso democrático dos países membros.
Ora, qual é a diferença das democracias populistas latinoamericanas com a democracia – também populista – bolivariana? Não distingo nos países membros do Mercosul, com exceção do Chile, nenhuma democracia autêntica. Basta o instituto das reeleições presidenciais impedindo a alternância do poder, para não haver um regime verdadeiramente democrático.
Não por acaso, portanto, que Lula da Silva defenda com unhas e dentes o ingresso da Venezuela de Chávez no Mercosul. A defesa da proposta no Senado foi feita peli líder do governo, o infalível governista Romnero Jucá, que só quer servir sem julgar méritos.
Lula e Jucá – parceiros e cúmplices – não se importam se o vizinho nortista tem um governo que respeite os direitos humanos, garanta a liberdade de imprensa ou garanta a proprioedade privada. São ítens irrelevantes para a aliança dos “judas”…
Quanto à desalinhada oposição, o que vale são os acordos de bastidores. Trata-se de um jogo parlamentar, sem dúvida, mas a atuação senatorial deveria basear-se em princípios e a única exceção é dos democratas, pelo seu líder José Agripino, que denunciou Chávez por práticas antidemocráticas, como a censura aos meios de comunicação, o fechamento de emissoras de rádio e TV e prisão de oposicionistas.
Agripino escreve o capítulo da História Contemporânea que o futuro julgará. Pelas performances que o coronel Chávez, ele poderá amanhã dar um calote nos exportadores e prestadores de serviço brasileiros. E quem será responsável por isso? Evidentemente não seráo os senadores inconsequentes atuais.
Seremos nós, os contribuintes que, como sempre – pagaremos a irresponsabilidade do governo populista e demagógico de Lula da Silva, curvado diante dos colegas pelegos da Bolívia, do Equador e da Venezuela.
O risco pior não é somente o lado econômico. A grande ameaça é política, seja o uso do Mercosul para ampliar as aspirações bolivarianas, como faz nos entreveros com a Colômbia e o caráter expansionista em Honduras.
Essa projeção é relevada pelos senadores, chamados por Hugo Chávez de papagaios amestrados pelos Estados Unidos. Mostrando que são aves palradoras sim, mas do outro lado…
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