Aposentados abandonados. Onde andam os sindicatos?
MIRANDA SÁ, jornalista
E-mail: mirandasa@uol.com.br
Não é surpresa para ninguém que os pelegos que dominam as centrais sindicais abandonem os trabalhadores aposentados. Eles não têm tempo de pensar em outra coisa senão em mamar nas tetas do Ministério do Trabalho ou desviar-se pelos caminhos nefastos trilhados pelo Paulinho da Força e outros.
São sete as centrais. CGTB, CUT, CTB, Força Sindical, NCST e UGT (pela ordem alfabética), abastadas com a contribuição sindical que o operariado anarco-sindicalista, comunista, socialista e trabalhista sempre combateu, e que silenciaram pela cooptação do lulismo-petismo.
Há exceções, sim, mas raríssimas. Na Câmara dos Deputados, apenas Vanessa Grazziotin, do PC do B, protestou. Os valentes cutistas e os suspeitosos penduricalhos que completam a sopa de letrinhas do novo sindicalismo não deram um pio.
A metamorfose do PT desviado do rumo original para as hostes neoliberais e sua adaptação útil e agradável no exercício do poder facilitou muito a degenerescência da representação trabalhista. Juntos, a frente parlamentar petista e a pelegada levantam-se contra as propostas aprovadas no Senado em favor dos aposentados.
São três os projetos que estão sendo obstaculados na Câmara dos Deputados: dois deles pleiteiam o aumento igual para o salário mínimo e para aposentados que ganham mais do que o piso; o outro propõe o fim do fator previdenciário.
Sob a omissão cúmplice das centrais sindicais, Lula da Silva – através dos seus representantes – trabalha para derrubá-los. O ministro da Justiça, Tarso Genro, com extremado cinismo investe contra eles e quer retirar os direitos trabalhistas do texto da Constituição.
Outro auxiliar de Lula de primeiro escalão, José Pimentel, da Previdência Social, acusa o Congresso de extrapolar suas funções. Para ele, “os projetos são de iniciativa do Congresso que, pela lei de responsabilidade fiscal, tem o dever de apontar a fonte de recursos”.
E na área econômica os mantegas e os paulos bernardos fazem coro para alardear que o Orçamento não dispõe de um tostão para viabilizar o pagamento dos benefícios que restauram a dignidade dos trabalhadores aposentados.
Os burocratas do PT-governo elaboraram estatísticas em quadros coloridos com números espalhafatosos para enfrentar a melhoria dos benefícios de aposentados e pensionistas.
São números mutáveis como o camaleonismo de Lula da Silva: quando os projetos rolavam no Senado, diziam que iam ocasionar um rombo de R$ 9 bilhões nas contas da Previdência e agora, para estupefação geral, somam R$ 76 bilhões!
Essa jogada governamental é absurda para quem sabe as quatro operações e pretende apenas dar argumentos aos tecnocratas, porque o povão sabe que quem ganha R$ 415 mensais não pode – mesmo querendo – arrombar os cofres previdenciários. Seria também inimaginável que Lula, seus ministros e o PT fossem avessos à justa reparação dos benefícios.
Lula e seus aloprados estão todos bem de vida. Olhem em volta e vejam se os antigos petistas – que ainda se mantêm na burocracia partidária – estão angustiados sem moradia ou um carro velho… Registrem que nenhum deles precisa correr atrás para pagar planos de saúde, comprar remédios, dar boas escolas para os filhos e fazer viagens de lazer durante as férias.
Não me peçam para explicar. Apenas comprovem se estou escrevendo a verdade. E o pior não é “ter subido na vida”; é que para pagar seus privilégios cometam tantas injustiças contra os trabalhadores em geral e os aposentados em particular.
A verdade verdadeira é que os aposentados estão abandonados. Lula da Silva poderia destinar pelo menos 10% dos 70 bilhões que está dando para socorrer bancos e empresas em dinheiro vivo e dispensa do pagamento de impostos e taxas. Os benefícios custarão somente R$ 4,5 bilhões ao Erário.
Onde estão os sindicatos que não vêem isto? Se essas instituições estão defasadas, poderiam voltar ao tempo das caixas de pecúlio dos fins do século XIX para garantir o caixão, o funeral e o túmulo gratuitos para quem – idiotamente – acreditou que o PT e a CUT eram defensores dos assalariados…
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