É impossível imaginar a democracia sem uma imprensa forte, nadando nas onduladas extensões da liberdade. E sobre a imprensa, ninguém melhor do que o pensador, escritor e poeta Machado de Assis para falar dela no lead de sua crônica “A Reforma pelo Jornal”.
Escreveu Machado: “Houve uma coisa que fez tremer as aristocracias, mais do que os movimentos populares; foi o jornal. Devia ser curioso vê-las quando um século despertou ao clarão deste ‘fiat’ humano; era a cúpula do seu edifício que desmoronava.
“Com o jornal eram incompatíveis esses parasitas da humanidade, essas fofas individualidades de pergaminho alçado e leito de brasões. O jornal que tende à unidade humana, ao abraço comum, não era um inimigo vulgar, era uma barreira… de papel, não, mas de inteligências, de aspirações”.
O fundador da Academia Brasileira de Letras escreveu este texto 153 anos atrás, em outubro de 1859. E até hoje a imprensa instiga e provoca as aristocracias, sejam as que persistem em usar punhos de renda, sejam exibindo macacões estilizados à moda de George Armani, exibidos por pelegos populistas.
Pela permanente vigilância e sendo uma ameaça real às tenebrosas transações do poder, enquanto dorme a nossa Pátria Mãe tão distraída, a imprensa brasileira volta a ser alvo dos atuais ocupantes do poder.
É por isso que é necessária a defesa contínua e ininterrupta dessa liberdade fundamental para o regime democrático. Não pode haver uma democracia ‘entre aspas’, que não respeite a liberdade de imprensa, que garanta o direito à informação e a defesa dos direitos humanos.
Em sua 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) ocorrida em São Paulo, constatou-se que a imprensa enfrenta um “clima hostil” por parte dos governos populistas da América Latina. Convidado para debater o problema, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso disse uma coisa certa: “Estão inventando uma espécie de democracia autoritária: ganha pelo voto e governa atacando a oposição”.
Registre-se a presidente Dilma Rousseff recebeu um convite especial para a abertura da Assembléia da SIP, mas alegando compromissos de agenda, não compareceu. Sua negativa em prestigiar o evento levou o representante do jornal “O Estado de S. Paulo”, Júlio César Mesquita, a comparar essa ausência com a do ex-presidente Fernando Collor, em 1991.
A Presidente – como se viu e como se vê, – deixa de ser a Chefe da Nação Brasileira para tornar-se chefe de uma facção partidária, e o PT, seu partido, não esconde a inegável tendência de considerar a imprensa como inimiga.
Os ataques à imprensa são vários; ora tentam conquistar jovens idealistas desavisados, ora tachando-a de elitista e preconceituosa, ora de golpistas. É assim pensam e divulgam os hierarcas do PT, seguidos pelos sabujos que afocinham os restos do obsceno banquete da corrupção posto a mesa.
Como manda a boa prática fascista, estimulam e financiam jornais chapas-brancas que levam o aplauso fácil à República dos Pelegos, propondo para a imprensa independente a regulamentação dos jornais e uma inexplicável disciplina para os jornalistas.
Assim agindo, o lulo-petismo quer limitar as opiniões interpretativas, impedir as análises conjunturais, proibir a reportagem investigativa e assassinar a estimulante crítica democrática.
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