Dados divulgados em editorial do Estadão registram que existem no Brasil 67,5 milhões de internautas de 16 anos ou mais, e a significativa fração de 86,3% dos 192 milhões de brasileiros, viajam no mundo maravilhoso da Internet, visitando sites das redes sociais, como Orkut, Twitter e Facebook.
Este quadro indica uma corrente de opinião que se intensifica na medida em que a campanha eleitoral se desenvolve. Os antigos usuários do Twitter, como eu, já experimentam a entrada de interlocutores partidarizados que ingressam dissimuladamente como penetras em baile de formatura.
Começam sendo retuitados por políticos, militantes ou tuiteiros ingênuos – que deixam levar por bajulação ou tiradas inteligentes. Felizmente os espertos – como qualquer outro mercenário eleitoral – não convencem. E a maioria continua prevalecendo como ocorreu na pressão pelo Ficha Limpa.
Incursões e tentativas de terceirização, com mensagens diversionistas, protelatórias e mesmo contrárias à aprovação do projeto para afastar os corruptos dos mandatos políticos, falharam. Assim, os deputados e senadores sob vigilância do eleitorado, aprovaram a iniciativa popular. Houve concessões, é certo, mas o projeto passou.
Os aposentados, por sua vez – e seus defensores no Congresso, como o senador Paulo Paim – também fizeram a sua parte e viram aprovados o aumento de 7,72% e o fim do fator previdenciário.
O poder invisível dos usuários da Internet está agora sob a influência dos principais presidenciáveis, entrando direta e constantemente, nas nossas janelas. José Serra já atuava de algum tempo e nas últimas semanas deram entrada Dilma Rousseff e Marina Silva. Os três falam diretamente no Twitter expondo opiniões e informando suas agendas.
A participação na Internet dos candidatos à sucessão de Lula, reforça a tese da influência que as redes terão nas eleições, admitidas compulsoriamente pelo mundo político e descendo goela abaixo dos marqueteiros vivaldinos.
Já há um exemplo vivo que foi a vitória de Barack Obama nos Estados Unidos. Não fora sua inclusão digital na esquisita campanha norte-americana talvez um negro jamais chegasse a sentar na cadeira presidencial da maior democracia do mundo… Veremos se entre nós valerá esta experiência.
A realidade brasileira tem peculiaridades próprias e sofre distorções. O velho costume palanqueiro dos discursos violentos e injuriosos com ofensas recíprocas de adversários políticos ainda prevalece. Nos últimos tempos assistimos também a oficialização de mentiras que se tornam verdades pela propaganda massiva do governo.
Essas aberrações – desvios impossíveis de conter – entrarão no ar, ocupando espaços no mundo virtual. É intolerável reconhecermos que teremos de conviver com este fato e o pior, com a imprevisibilidade dos seus efeitos.
Foi o Twitter, seguido pelos principais colunistas da chamada grande imprensa (que são assíduos freqüentadores deste canal de comunicação) – que levou para a galhofa a hilária comparação de Lula da sua candidata, Dilma Rousseff, com Nelson Mandela. Os tuiteiros rolaram em cima do besteirol lulista e reduziram a caricata relação de semelhança à poeira.
Também no caso infamante e imperdoável do tratamento dado por Marta Suplicy a Fernando Gabeira foi repudiado e a sexóloga terminou criticada pelos próprios companheiros. José Serra também sofreu recriminações dos tuiteiros ao propor a fragilização do Banco Central em vez de defender a sua independência.
Entretanto a rede de comunicação social da Internet não conseguiu ainda manter uma ascendência sobre a Justiça Eleitoral, que tem deixado se levar por firulas jurídicas deixando a campanha rolar sem disciplina, como ocorreu com o programa do PT; e isto assusta. Assusta porque uma democracia sem Justiça vira bagunça o que – com Lula – não está difícil de acontecer.
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