A ficção é como uma vara de pescar. Com o anzol sortido de boa isca, traz à tona peixes de que a gente nunca viu e, se tomou conhecimento alguma vez, s’esqueceu… É o caso do “Mandarim” que um personagem de Balzac citou como se fosse de Jean Jacques Rousseau, o nosso epigrafado.
Há controvérsias. O escritor italiano Carlo Ginzburg d’ “O Queijo e os Vermes”, diz que Balzac se equivocou sobre a autoria da parábola, que para ele é de François-René de Chateaubriand, autor d’ “O gênio do Cristianismo”.
No meu modo de ver, quero que seja mesmo de Rousseau, em homenagem ao escritor, filósofo e teórico político suíço que contribuiu para o Iluminismo europeu enriquecendo a cultura ocidental. Tive um querido cachorro com o seu nome.
A estória do mandarim se resume a uma pergunta: “Se para você se tornar o único herdeiro com a morte de um bilionário de quem nunca ouviu falar e para isto só precisasse digitar uma tecla de computador, faria isto? ”.
A parábola inteira, como foi traduzida do francês e eu atualizei para a Era da Internet, é a seguinte: “No interior da China existe um mandarim mais rico que todos os reis de que a fábula ou a História contam. Dele nada conheces, nem o nome, nem o semblante, nem a seda de que se veste. Para que tu herdes os seus cabedais infindáveis, basta que digites a tecla que está no teclado do teu computador. Ele soltará apenas um suspiro nos confins da Mongólia. Será então um cadáver: e tu verás a teus pés mais ouro do que pode sonhar a ambição de um avaro. Tu, que me lês e és um homem mortal, digitarás? ”
Esta historieta me dá absoluta certeza de que no mundo de hoje, e no Brasil particularmente, cheio de corruptos, milicianos, oportunistas políticos e traficantes, muitos não titubeariam em fazê-lo. Será pessimismo meu, será que estou sendo injusto com a humanidade e com meus patrícios?
Deixo o julgamento aos leitores. Entretanto, como a Declaração dos Direitos Humanos de que Rousseau foi um dos inspiradores me dá direito de defesa, mostro-lhes o que está a nossa volta.
Vejo o cenário de terra arrasada pelo Brasil afora. Os tanques russos que destruíram Berlim, como os nazistas fizeram com Moscou; e a bomba atômica americana lançada sobre Hiroshima e Nagasaki vingando-se de Pearl Arbour, se rivalizam com o caos imposto ao Rio de Janeiro pela quadrilha Lula-Cabral.
Morador do Rio, devo me conformar e perdoar o que vejo aqui? Não; porque conhecendo os membros do bando desses dois facínoras, todos, sem exceção, são capazes de assassinar um mandarim chinês à distância por dinheiro.
Indo para o plano nacional, ouvimos nos últimos dias o presidente Jair Bolsonaro afirmar que o Brasil é ingovernável sem conchavos. A oposição e a mídia sempre de má fé contra o Presidente, dizem que ele exagerou.
Não creio que seja exagero falar-se do comportamento negativista dos picaretas do Congresso Nacional, ameaçando, chantageando e conspirando para obter benesses e cargos, acostumados a receber vantagens desde que Fernando Henrique inventou o Mensalão para comprar a reeleição, e depois repassou-o ao companheiro Lula.
Esses digitadores de botões, dispostos a matar qualquer um de quem possam herdar alguma coisa, se mostram de corpo inteiro. Vimos a pouco a bancada lulopetista se unir à bandidagem do chamado centrão arrancando o Coaf do Ministério da Justiça só para se vingar de Sérgio Moro, que levou o seu chefe à cadeia por corrupção.
Diante do exposto, peço absolvição por suspeitar da humanidade e dos meus patrícios, porque faço o que recomendou Rousseau ao dizer: – “Na juventude deve-se acumular o saber. Na velhice fazer uso dele”.
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