Victor Assis Brasil nasceu no dia 28 de agosto de 1945, cinco minutos antes de seu irmão gêmeo – e também músico – João Carlos. A vocação para a música veio cedo. Da gaita (atenção, amigos portugueses: gaita aqui é harmónica de boca) dos tempos de infância ao primeiro saxofone-alto, aos 17 anos, foi um pulo. O primeiro mestre foi Paulo Moura. O Rio descobriu o talento de Victor nas jam sessions do lendário “Little Club” no Beco das Garrafas, em Copacabana, que, junto com o “Bottles”, foi um dos nascedouros de inúmeros astros da Bossa Nova.
Depois foi a vez dos shows improvisados em faculdades e colégios da Zona Sul. Nessa época, estava em curso um processo de popularização (ou pelo menos uma tentativa) da Bossa Nova e, por tabela, do jazz. Muitos desses shows nos colégios cariocas converteram-se em verdadeiros exercícios de pedagogia da linguagem jazzística. Victor teve um papel muito importante nesse processo. Lembro-me especialmente de uma dessas “aulas” no Colégio Benett, com o crítico Luiz Orlando Carneiro, na primeira parte do programa, a ilustrar sua palestra com trechos de discos dos principais mestres do jazz, que fazia rodar num toca-discos arranjado pelo Colégio e que produzia um som horrível.
Em 1965, já estava tocando nas sessões do “Clube de Jazz e Bossa”, de tão curta existência. Numa dessas noites, apareceu no Clube o pianista e maestro austríaco, Friederich Gulda, amante do Jazz. Nessa noite não fui ao Clube. E talvez por isso a surpresa foi grande quando, dias depois, ouvi de Oswaldo Sargentelli Filho, baterista bissexto, e também “macaca de auditório” de Victor, que nosso amigo tinha sido convidado a participar de um concurso internacional de jazz em Viena.
Dessa primeira incursão ao exterior, Victor trouxe na bagagem o terceiro lugar do concurso de Viena, na categoria de saxofone, e o prêmio de melhor solista do Festival de Berlim, de que participou a seguir. Mas a bagagem de Victor vinha também carregada, sobretudo, do reconhecimento de seu talento. Isso o encorajou a seguir de vez a carreira de músico profissional. Mas as dificuldades eram grandes e, talvez por isso, em 1965 Victor fez – junto comigo – o vestibular de Direito, na Universidade Cândido Mendes, sendo aprovado entre os primeiros lugares.
“…Victor foi o maior saxofonista brasileiro de Jazz. Ele deu grande impulso à música instrumental entre nós…”
(Mauro Senise, saxofonista e flautista brasileiro)
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