Mercado de combustíveis no Brasil é anormal
A gasolina está 33% mais cara no Brasil que nos Estados Unidos, como mostra hoje reportagem do jornal O Globo. E aí vem a pergunta: por que quando sobe lá fora, o preço na bomba aqui congela? E quando o preço cai no mundo, no Brasil fica mais alto? Vá entender.
O mercado de combustíveis no Brasil é anormal, porque é controlado por uma empresa monpolista que tem critérios nada transparentes de formação de preços. Os preços do Brasil não seguem o mercado internacional. A empresa será sempre monopolista. Quem vai querer investir num mercado controlado por uma empresa só, e com essa atitude?
Nos últimos anos, quando os preços do petróleo subiram, a Petrobras segurou os preços – artificialmente baixos. Naquela época, o que o governo, que é o maior acionista da empresa, queria era popularidade e ganho eleitoral.
Agora que o governo quer arrecadação, a Petrobras ignorou que os preços estão em queda no mercado internacional e mantém os preços altos aqui. Os cálculos dos especialistas são de que a empresa perdeu US$ 13 bilhões subsidiando os combustíveis no passado e, agora, está tentando recuperar. Quem paga a conta dessa confusão é, de vez em quando, o acionista minoritário da empresa e, de vez em quando, o consumidor do produto.
Mudando de foco para os Estados Unidos, nesta quarta-feira o jornal de economia “Wall Street Journal” conta que alguns dos bilhões de dólares que o governo pôs na seguradora AIG para salvá-la da falência acabaram sendo transferidos para grandes fundos altamente especulativos, os chamados “hedge funds”.
A AIG tinha operações triangulares com bancos de investimento, como Goldman Sachs e Deutsche Bank, que investiam em “hedge funds” em operações de apostas de que o calote imobiliário vai aumentar. O governo tenta reduzir o calote com o dinheiro do contribuinte, mas acaba apostando a favor do calote.
Mas há vida no capitalismo, apesar de toda essa confusão. Há muita negociação acontecendo, mas só para ficar em dois casos que estão nos jornais americanos desta quarta. Primeiro: a IBM está em negociações para comprar a Sun Microsystems, o que aumentaria muito o poder da empresa americana em vários mercados como internet, processamento de dados e telecomunicações.
Além disso, tanto a IBM quanto a Sun são fortes incentivadoras do sistema operacional Linux, de código aberto e concorrente da Microsoft. As ações da Sun despencaram na crise. A IBM pagaria US$ 6,5 bilhões. Já o governo chinês, em outro negócio, rejeitou a proposta da Coca-Cola para comprar o maior processador de sucos do país, pelo qual a empresa americana pagaria US$ 2,5 bilhões.
No Brasil, desde janeiro as duas maiores produtoras de proteína animal, a Sadia e a Perdigão, estão em negociação para uma fusão. Já não é a primeira vez que elas negociam. Das outras vezes, não deu certo, mas agora há um forte incentivo que são os prejuízos da Sadia nas operações de mercado futuro de câmbio no ano passado.
Eu conversei com quem está participando das negociações. As informações são de que o BNDES ficará apenas com 10% da nova empresa. Havia notícia de que o banco é que tornaria possível a fusão. Vamos ver como ficam as negociações. As duas juntas exportam US$ 6 bilhões e se transformariam na maior empresa do setor no mundo.
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