28 de março de 1980 — Anchieta é beatificado
O papa João Paulo II anunciou a beatificação do Padre José de Anchieta. O título de beato, ou bem-aventurado, é concedido aos que praticaram as virtudes cristãs em grau heróico e servem como modelo a ser seguido pelos demais católicos. O Vaticano faz um estudo exaustivo da vida do candidato e apura eventuais milagres obtidos pela sua intercessão. O padre José de Anchieta atingiu esse estágio, e recebeu o título.
Anchieta nasceu em São Cristóvão, nas Ilhas Canárias em 1533, e morreu em Iriritiba no Espírito Santo, em 1597. O missionário jesuita tinha 20 anos quando chegou ao Brasil na comitiva de Duarte da Costa, o segundo governador geral.
O trabalho de Anchieta foi decisivo para a implantação do catolicismo no Brasil. As peregrinações que ele fez a pé, a cavalo ou em embarcações abriram caminhos que se transformariam em estradas, e contribuíram para manter o Brasil unificado nos séculos seguintes.
Dois anos depois de ter chegado, Anchieta escreveu o livro Arte da gramática, do tupi, conhecimento que transmitiu aos outros jesuítas. O padre ensinou latim e o português aos índios, escreveu manuais para os alunos, cartas sobre o trabalho dos jesuítas, poemas, um dicionário de tupi, além de um tratado sobre a flora, a fauna e o clima da Capitania de São Vicente.
Anchieta desbravou a Serra do Mar e instalou-se no Planalto de Piratininga onde fundou o colégio, que seria o embrião da cidade de São Paulo. Mais que um centro de aprendizado, a escola era um posto avançado da Companhia de Jesus em terras indígenas, distante das vilas portuguesas do litoral.
Com os conhecimentos médicos adquiridos durante o seminário, Anchieta cuidou dos índios, que contraíram doenças disseminadas pelo homem branco.
De tanto caminhar Anchieta ficou conhecido como abarebebe, que significa padre santo voador, em tupi. Duas vezes por mês, o sacerdote percorria a trilha litorânea entre Iriritiba e a Ilha de Vitória, com cerca de 105 quilômetros, só fazendo pequenas paradas para pregação e descanso. Atualmente a rota é percorrida por turistas, à semelhança do Caminho de Santiago, na Espanha.
O trabalho dos jesuítas no Brasil
O primeiro grupo jesuítas chegou ao Brasil em 1549, chefiados pelo padre Manuel da Nóbrega. Os missionários ergueram um colégio em Salvador, na Bahia, fundando a Província Brasileira da Companhia de Jesus.
Nóbrega juntou-se a Anchieta em 1563 nas negociações de paz entre portugueses e tamoios, em Ubatuba.
Os jesuítas eram contrários à escravização dos índios, e não se deixaram ficar no litoral. Os missionários embrenharam-se nas matas para catequizar e ensinar a população nativa e a ler e a escrever.
Quando foram expulsos, em 1760, pelo marquês de Pombal, já haviam erguido 670 colégios em todo o país.
Fonte: JBlog/Hoje na História/JB
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