Nada mais difícil do que fazer uma projeção para as eleições do ano que vem, levando-se em conta duas variáveis: O personalismo de Lula da Silva e o futuro do PMDB. Na cabeça do Presidente só quem manda é ele, e quanto aos rumos do PMDB, nem os peemedebistas sabem qual é.
Nós, pobres mortais – que não tomamos ciência do que passa na caverna de Ali Babá – ignoramos até se a candidatura de Dilma à sucessão é para valer e ficamos perplexos com a tresloucada defesa de Sarney assumida por Lula, chocando-se com respeitável fração do partido.
Da cabeça de Lula saiu um plano que, embora elementar, foi inteligente: transformar a campanha sucessória num plebiscito entre ele, Lula, apontando o seu candidato, e a oposição tucana defendendo o nome do governador José Serra.
O plano de Sua Majestade Metalúrgica transformou-se em idéia fixa, quase uma obsessão, até que surgiu um fato novo, desnorteando-o, a candidatura de Marina Silva, pelo PV, partido da chamada “base aliada”.
Ainda não surgiu o tal “Plano B”, mas renasceram a especulações sobre o projeto da reeleição defendido pela pelegagem no poder. Ocorre que Lula é personalista ao extremo, mas não é um cretino. Sua perspicácia alerta-o que seria um erro e, porque não dizer, um atentado à democracia.
A perpetuação no poder é coisa de República Banana. Fica bem na Bolívia e no Equador e não em países como a Venezuela e o Brasil. Lá no vizinho do extremo noroeste instalou-se uma ditadura mascarada com apoio militar, pois dirigida por um militar de passado golpista. Entre nós isto não é admissível.
O que vem por aí até as eleições de 2010 é uma projeção que comporta a mesma imprevisibilidade da posição assumida por Marina Silva. Uma única coisa parece certa: o afastamento lento e gradual de Lula do PT e o estreitamento das relações com o PMDB fisiológico
É uma situação implantada pela consolidação do “lulismo” – uma tendência que cresce sob a sombra do poder. Não se trata de um movimento espontâneo, anárquico, mas de um trabalho meticuloso de ação política. Alguns observadores acreditam até que o próprio Lula usa a campanha de Dilma projetando a sua imagem subliminarmente no imaginário coletivo.
Há quem acredite nisto, mas pensando em 1014, ano que marcaria a volta de Lula ao poder, tal qual Getúlio Vargas fez em 1950. A data é tão distante para se auferir a disposição dos políticos e a inclinação popular, incógnitas variáveis na equação democrática e eleitoral.
São mais incertezas do que afirmações positivas que compõem o quadro sucessório, em que deve contar o apoio que o Presidente tem das pesquisas de opinião pública, que embora timidamente, parecem tomar outro rumo. Dentro o próprio PT a aprovação incondicional fraqueja.
O fenômeno Marina Silva tem também muito a ver com isso. Somando o prestígio pessoal da senadora e o abandono do partido no poder tem mais força circunstancial do que a defecção de Heloísa Helena. A velha guarda petista envergonhada com o significativo abraço nos 300 picaretas pode mostrar a cara na campanha.
Assim se complica o futurologismo político-eleitoral. Um peso de avaliação é certo: o eleitorado julgará os escândalos do Senado e a ostensiva passeata da corrupção promovida por Lula com Collor, Jader, Jucá, Renan e Sarney, e garantida pelas tropas de choque e do cheque.
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