A ética foi uma bandeira política hasteada na luta contra a corrupção comandada por Fernando Collor que brilhou como fogo na escuridão na campanha eleitoral que levou Lula da Silva à presidência da República.
Lula, quando se elegeu, já havia aderido timidamente ao neoliberalismo com reconhecimento de firma, selo e estampilha numa tal Carta de Recife, que o eleitorado só tomou conhecimento depois do pleito. Por isso, alguém designou a vitória do PT como estelionato eleitoral.
Não é segredo que o projeto socialista e até social-democrático foi engavetado pelos que assumiram o poder. Mas a ética persistem na consciência das bases petistas e dos seus simpatizantes, escaldados nas lutas de rua contra a velha política patrimonialista dos coronéis.
O que vem ser a ética? É uma velha palavra originária do grego antigo, significando moral, caráter e costumes; na dicionarização moderna, se traduz como um juízo de valor da sociedade face ao comportamento dos indivíduos. É através da ética que se qualifica o que é bem e mal e se julga o que é bom e mau.
Daí se vê que a ética faz parte integrante da vida social e – segundo a concepção marxista – da luta de classes, presente na esteira histórica das formações sociais. Marx, que refutava a tendência de ligar a ética aos sistemas religiosos e filosóficos, escreveu que se trata da “verdadeira ciência da moral”.
Isso pouco vale para os ditos comunistas que atuam na vida política nacional; estes estão mais preocupados com o fisiologismo do que em imporem-se como pessoas de bem que combatem o mal. E confundem o “bom” com o “mau”, como se viu no voto a favor de Sarney dado pelo senador do PC do B, Inácio Arruda, no Conselho de Ética do Senado.
Essa atuação característica do reino da mentira, dos waldomiros, delúbios, mensaleiros, aloprados e transportadores de dólares na cueca é típica do lulismo-petismo. O “cara” e sua gangue, na administração pública, nas estatais e no parlamento, assumem o condenável confronto entre o comportamento ético e o político. Para que é bom para eles pode ser do bem ou do mal, tanto faz.
Então a mentira campeia. A prova da verdade se restringe a uma agenda. O currículum vitae da nomenclatura pode ser verdadeiro ou falso. Se houver denúncia, ou era coisa desconhecida ou se corrige fraudulentamente.
É pena ser pequena a fração de brasileiros (dos dois sexos e de todas as idades, para ser politicamente correto) que assistiu à sessão das denúncias contra Sarney no Conselho de Ética; e ainda menor foi número dos telespectadores da reunião da Comissão de Constituição e Justiça que ouviu Lina Vieira.
Deu uma tristeza danada ver-se, ali, depois de gritos ameaçadores, perguntas da gangue do “cara” parecidas com “pegadinhas”, para levar a depoente a uma contradição, ou incoerências. Dia, hora, vestimentas, cores, botões de elevador tempo de permanência e números insensatos, bombardearam Lina Vieira.
A gangue do “cara” se acotovelou para sair na fotografia para ser vista pela candidata imposta ao PT sob aplausos dos acionistas da empresa 300 Picaretas S/A. Ninguém pensou na burrice que ela cometeu negando um encontro que as câmeras do Ministério da Fazenda e do Palácio do Planalto comprovarão se forem mostradas ao público.
Dona Dilma, cá pra nós, está desqualificada nacionalmente. Pena que Lula da Silva, do alto dos 101% exibidos e esnobados nas pesquisas de opinião, não sofra um arranhão sequer. Ele tem o corpo fechado com solda de teflon.
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