Houve uma época que a futurologia estava na moda. Um visionário norte-americano, Hermann Khan, fez projeções econômicas, políticas e sociais entusiasmando todos aqueles que gostavam de ficção científica.
Inegavelmente Khan era um visionário, mas não era bobo. Ficou rico com os livros que escreveu, vendendo milhões de exemplares nos EUA e na Europa. Também suas profecias nada tinham de científicas e a prova disso é que nada deu certo.
Depois desse exemplo antológico, fazer futurologia é uma grande bobagem e aplica-la tratando de política no Brasil, é uma brincadeira, um jogo de ilações que os debatedores contumazes gostam de fazer.
Na padaria, comprando o pão da tarde, presenciei uma polêmica de temas genéricos sobre a campanha de 2010. Como não podia deixar de ser – entre vizinhos e amigos – dei a minha opinião que trago para a minha meia dúzia de três ou quatro leitores.
Um dos personagens insistiu em dizer que a candidatura de Dilma Rousseff não tinha condições de decolar, mas que no processo eleitoral a intervenção de Lula pesaria e ela terminaria sendo eleita. É a tese superada de que o “cara” elege até um poste.
Ocorre que o que a peça encenada pelas cúpulas partidárias que assistimos não leva a conclusão do peso eleitoral do Presidente. Ele vinha fazendo uma costura perfeita, no seu estilo astucioso de formar campos majoritários. Ao lançar a candidatura da sua Chefa da Casa Civil, ele sentou-se a mesa com cartas marcadas.
Primeiro, traçou uma tática para dar ao confronto com a oposição tucana um caráter plebiscitário, como a se a disputa ficasse entre José Serra e Dilma – levada ao eleitorado como julgamento do seu governo e a atuação oposicionista da aliança PSDB-DEM.
Segundo, criou uma série de programas chamados filhotes de Dilma, que se projetaria gerenciando-os. Para dar capilaridade à candidatura da sucessora “in pectori” viu com precisão a possibilidade de uma aliança ampla, geral e irrestrita com o PMDB.
Ocorre que o tempo vai passando Dilma não decola e os acordos propostos não saem do papel por um motivo simples, o PMDB não é um, mas vários. Há um racha incontornável entre governistas e oposicionistas, e esta contradição tende a crescer na medida em que os interesses da base suplantarem o caciquismo partidário.
Esta divisão é considerável entre a cúpula parlamentar e as lideranças provinciais, e vai progredindo por causa da expectativa criada com o deslanche de Dilma. Isto obriga o grupo de Renan, Sarney e Temer, a correr contra o tempo para concluir a composição PMDB-PT o mais rapidamente possível.
Aspirante a ser o vice de Dilma, Michel Temer já perdeu o diretório estadual de São Paulo para Quércia. E não pode dar um golpe, como ocorreu com Mão Santa no Piauí, porque Temer não tem voto sequer para manter o mandato de deputado federal.
O exemplo de São Paulo mostra que o PMDB governista, em termos de voto, é minoritário. Rio Grande do Sul, Paraná e Pernambuco, como São Paulo, estão desligados do governo e nas eleições assistiremos outros estados onde há choques entre peemedebistas e os petistas. É o que se vê em Santa Catarina, Minas Gerais, e até na Bahia e Rio de Janeiro onde Lula, pessoalmente, goza de muito prestígio.
Esta análise mostra que a aliança com o PMDB está furada e a competição plebiscitária também, por causa do lançamento de Marina Silva pelo PV e de Ciro Gomes pelo PSB.
Assim o Plano “A” de Lula está precisando urgentemente de ser substituído…
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