Vinícius de Moraes

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SONETO DO CAFÉ LAMAS

No Largo do Machado a pedida era o “Lamas”

Para uma boa média e uma “canoa” torrada

E onde a noite cumpria ir tomar umas Brahmas

E apanhar uma zinha ou entrar numa porrada.

Bebendo, na tenção de putas e madamas

Batidas de limão até de madrugada

Difícil era prever se o epílogo das tramas

Seria algum michê ou alguma garrafada.

E em meio a cafetões concertando tramóias

Estudantes de porre e mulatas bonitas

Sem saber se ir dormir ou ir na Lili das Jóias

Ordenar, a cavalo, um bom filé com fritas

E ao romper da manhã, não tendo mais aonde

Morrer de solidão no reboque de um bonde.

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