MATEMÁTICA

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“A matemática é o alfabeto com o qual Deus escreveu o universo.”(Galileu Galilei)

Numa crônica antiga, dos anos de 1950, o magistral jornalista ítalo-argentino Pittigrilli foi ao Velho Testamento para comentar um salmo de Davi em que o rei israelita, decantado pelos judeus ortodoxos, confessa ignorância sobre “sefphoroth” palavra hebraica que significa números.

As primeiras gramáticas da civilização ocidental usavam as letras do alfabeto como caracteres numéricos; fizeram-no os fenícios, os gregos e os romanos, assim também os hebreus. E parece que Davi (como poeta) se preocupava mais com o lado literal….

A Bíblia, para milhões de pessoas espalhadas pelo mundo, só traz verdades; então, pela liberdade de traduzir “sefphoroth”, significando matemática, a serventia dos números atende o mercado de compra e venda, então aprendemos que não é de hoje que há governantes incultos em relações numerais e, consequentemente, broncos em economia.

Muitos deles se apoiam em economistas consagrados. Tivemos na presidência da República o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, que não entende bulhufas de Economia, mas se projetou como “pai” do Plano Real, elaborado por uma equipe de notáveis.

Outro presidente, Lula da Silva, condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro teve como ministro da Fazenda um cara sério, Antônio Palocci, que segurou a barra na condução da Economia, mas discordou da Medida Provisória assinada por Lula a pedido do lobista da indústria automobilista, Mauro Marcondes Machado, em troca de propina a Luís Cláudio Lula da Silva, seu filho caçula.

Está sendo alardeada a relação entre Lula e o PCCC, que o doleiro Marcos Valério tenta provar (e cai no ensurdecedor silêncio da mídia). As transações constam da delação premiada de Palocci, arquivada no STF, dizendo que o “PT usou o PCC para lavar dinheiro com empresas no Ceará”. Até hoje estas empresas estão em sigilo….

Mal-entendido também em “sefphoroth”, embora usando e abusando na citação de passagens bíblicas para se fingir de crente, o capitão Bolsonaro, sentado atualmente na cadeira presidencial sabe muito bem amealhar dinheiro alheio com rachadinhas e verbas públicas para comprar picaretas no Congresso.

Estes exemplos por estarem enquadrados na Matemática, são científicos… Pois não: a “Ciência dos Números”, como definiu um Prêmio Nobel, tornou-se fundamental na vida humana. Não se limita somente às conhecidas operações de cálculo ou contábeis; vai às Integrais e chegou à Inteligência Artificial.

Segundo os dicionários, o substantivo feminino Matemática, ciência que relaciona as práticas do cotidiano e da natureza ao raciocínio humano e à lógica numérica, tem uma origem antiquíssima. Sua raiz é indo-europeia “mendh-“ (aprender); chegou ao grego como “mathēmatiká” (postulando conhecimento); e, ao latim como “mathematĭca” (também contemplando o aprender).

Em seus métodos de estudo e pesquisa, a Matemática abrange objetos abstratos (números, figuras, funções) formulando hipóteses ilimitadas mantendo relação entre o número um e o infinito. Mas jamais encerra a Mentira.

O genial Pitágoras definiu que “todas as coisas são números”, e está nos números a expressão da Verdade. Daí a confiança que temos de que a eleição até agora polarizada entre os políticos populistas pouco confiáveis “de direita” e “de esquerda”, ainda não está definida.

“Eles” têm 30% cada um (aproximadamente), sem contar com a margem de erro. Por isto, vendo a inegável apatia popular sobre a eleição, e os 40% indefinidos, quem sabe se não surge um nome capaz de derrotar um deles no 1º turno e, quem sabe também, o outro no 2º turno?

 

Uma resposta para MATEMÁTICA

  1. Marilsa Prescinoti disse:

    Sim. Os números confirmam que podemos ter e terceira via para derrotar o pior dos mundos vividos pós redemocratização. Mas, a paixão, e a estupidez que regem as eleições torda tudo mais difícil. Para quem não quer nenhum dos dois, a lógica matemática seria votar no terceiro colocado e assim, como bem disse tirar um no primeiro turno e vencer o outro no segundo. Mas a falta de foco, o mi mi mi, a frescura( não voto neste prq sim, naquele prq não) se não for fulano é nulo, tudo isso tende a predominar e favorecer os extremos. Falta o pragmatismo da matemática.