GREVE

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Ninguém deixa de morrer só porque os coveiros fazem greve” (Saint-Clair Mello)

A pelegagem lulopetista convocou uma “greve geral” mascarada: seria para ser contrária à reforma da Previdência Social, mas a mobilização quis, na realidade, para manter o famigerado imposto sindical compulsório e defender o chefe, Lula da Silva, réu em ações criminosas contra o Erário.

Entre ataques e defesas da paralização, tive uma polêmica com um tuiteiro que se disse apartidário e sindicalista puro, mas combateu a reforma trabalhista e calou sobre o imposto sindical. Após algumas intervenções, surgiu um terceiro entre nós, alertando-me que meu interlocutor era um professor e teórico do socialismo.

Achei excelente, pois gosto de uma discussão em alto nível e, quando o opositor é culto, melhor ainda. Então tuitei perguntando ao Teórico, se ele havia lido o livro “Sindicalismo”, com escritos de Marx e Engels sobre o assunto.

O cara não deu resposta. Evidentemente não era socialista nem intelectual, já que não conhecia o livro de Marx e Engels. Vi que se tratava de mais um narcopopulista, dos que arrotam marxismo para facilitar o assalto ao Estado como fez o lulopetista Sérgio Cabral no Rio de Janeiro.

Esses falsos “sindicalistas” me levam a escrever este texto, por constatar que vivem o auge da alienação confundindo o princípio político com o princípio social.

Eles ignoram a origem dos sindicatos, nascidos entre os operários têxteis ingleses e suas das Trade Unions, nas próprias fábricas ou em associações culturais e educativas que instruíam sobre o direito de exigir melhores condições de trabalho. Segundo o estudioso Sérgio Pinto Martins as Trade Unions foram, sem dúvida, “[…] os embriões do sindicato”.

Do século XVIII para cá, viu-se os anarquistas assumindo a direção dos sindicatos, depois derrubados pelos stalinistas enfrentando um adversário igual, os fascistas. O modelo de sindicalismo fascista está na Carta del Lavoro, de Mussolini, que foi copiada por Hitler na Alemanha, e pelas caricatas ditaduras espanhola, húngara, portuguesa e romena.

Como a moda populista de hoje, as ditaduras se espalharam pela América Latina. No Brasil, o ditador Getúlio Vargas, simpático ao nazi-fascismo, copiou a Carta del Lavoro, na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT – que vigora desde a década de 1930.

Além de superada pela evolução das relações de trabalho, CLT, cotejada com a Carta del Lavoro, que tinha apenas 30 artigos, traz detalhes idiotas nos seus 922 artigos; e. entre outras enganações, impôs um modelo especial de sindicatos, controlados por pelegos a soldo de um imposto sindical obrigatório.

Falar de sindicato nos leva à greve, por que é dos sindicatos que saem as greves. O verbete “greve”, dicionarizado, é a recusa do trabalhador em cumprir a jornada de trabalho até que o patrão atenda determinada reivindicação.

A origem da palavra “greve” vem de uma praça parisiense, Place de Grève, para onde acorriam os grevistas misturando-se à multidão que ocupava o logradouro. “Faire grève” significava, reunir-se na Praça da Greve.

Há dezenas de formas de fazer greve e uma delas, a “greve geral”, é o sonho dos que defendem a subversão da ordem, mas greve de funcionário público não é prevista, porque o Estado não é patrão; ‘se o servidor tem o direito de greve, o governo tem direito de cortar seu ponto’…

Tirando as escolas e os piquetes, a pelegagem mobilizou mais pneus queimados e balões flutuantes do que gente. A “greve geral” dos que não trabalham só existiu no noticiário “esquerdista” da Uol, BBC, Reuters e na mídia globalista e global…

Foi uma tentativa frustrada. Sem apoio dos trabalhadores e muito menos do povão, foi desmentida a afirmação de que “a oposição é sempre popular”. Ocorre, porém, que a oposição que temos não merece confiança: oferece somente um amontoado de roubos, conflitos psicológicos e traição à Pátria.

Para os grevistas da CUT, MST e UNE, restou uma piada do Tom: “Quero mais é que sua bunda pegue fogo e que os bombeiros estejam de greve”.

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