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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde” (Rui Barbosa)

Desculpem-me os “especialistas”, “juristas”, “papistas”, “sofistas” e “vigaristas”, mas não vejo, como vocês, uma ameaça à ditadura. Do outro lado, acho que juízes do STF trazem muito mais perigo para democracia soltando bandidos corruptos presos do que discursos políticos.

E não seleciono diatribes contra o Supremo. Ouço-as da direita e da esquerda, vejo-as diariamente pelas redes sociais. Estou do outro lado daqueles que usam tapa-olhos para enxergar seletivamente o que vem da família Bolsonaro, que, sem dúvida, tem boquirrotos como os Gomes do Ceará ou os Calheiros das Alagoas…

Ainda não se passaram 30 dias quando, em entrevista ao jornal El País, o ideólogo petista José Dirceu, condenado por corrupção e solto por benesse de um ex subordinado seu, hoje ministro do STF, disse que “é uma questão de tempo. Aí nós vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição”.

Nenhum togado viu nestas declarações uma posição “golpista”.

Outro eminente hierarca do Partido dos Trabalhadores, deputado e advogado do corrupto Lula da Silva, preso em Curitiba, Wadih Damous declarou um pouco antes, no mês de abril, que “Nós temos de redesenhar o Poder Judiciário e o papel do Supremo Tribunal Federal. Tem de fechar o Supremo Tribunal Federal”.

Nenhum togado viu nestas declarações uma posição “golpista”.

Agora, no calor da campanha, o deputado Eduardo Bolsonaro, perguntado numa exposição para estudantes como ele viria a cassação do registro do seu pai, Jair Bolsonaro, candidato à presidência da República, disse que a revolta popular seria tão grande que o STF deveria ser fechado. E para isto, acrescentou grosseiramente, basta ‘um soldado e um cabo’.

Aí o cenário político virou uma Hiroshima depois da explosão atômica! Como baratas tontas, os meritíssimos ministros do Supremo, Alexandre de Moraes, Celso de Mello e  Dias Toffoli exageraram em demasia na “defesa” da Democracia. O decano, Celso, classificou a fala do Deputado como “inconsequente e golpista”.

A imprensa (até seria dispensável falar desta coisa abjeta, mas vá lá), produziu um estardalhaço! A fala de Eduardo foi manchetes em caixa alta dos jornalecos sucursais do Sistema Globo e repetida à exaustão nos noticiários de tevê.

É este o cenário político no infeliz Brasil que resta dos 14 anos de poder da pelegagem petista que, além do assalto ao Erário e roubos no Executivo e nas empresas estatais, foi dividido pelo bando lulopetista entre “nós” e “eles”, e miseravelmente, entre homens e mulheres, brancos e negros, católicos e evangélicos, minorias desgraçadas e maiorias privilegiadas…

E é inegável também que a política adentrou no STF e a Justiça está em dúvida se fica ou abandona o recinto; e, que Deus me perdoe se é pensar em golpe, mas me convenço a cada dia que é necessária a remodelação da Suprema Corte.

Eu, que há muitos anos repudio qualquer tipo de autoritarismo e totalitarismo, repetindo diariamente o refrão “Ditadura é ditadura, sem adjunto adnominal. Seja de direita ou de esquerda sou contra! ”, ponho a Democracia e a Liberdade acima de tudo.

Sou incapaz de desejar um golpe; mas, por outro lado, diante da seletividade covarde dos doutos “especialistas”, “juristas”, “papistas”, “sofistas” e “vigaristas”, acho que não merecem perdão pelo mal que estão fazendo ao Brasil.

 

 

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