DIALÉTICA

[ 1 ] Comment
Compartilhar

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Não se pode mergulhar duas vezes no mesmo rio; ambos não serão os mesmos na segunda vez” (Heráclito)

A Dialética é o processo analítico do pensamento filosófico, desenvolvido desde a antiguidade clássica, velha Grécia de Platão, Aristóteles e Heráclito de Éfeso (nosso epigrafado), um dos principais filósofos pré-socráticos.

Heráclito precedeu os filósofos modernos com a enunciação da pessoa e do rio que se tornam outros na segunda entrada, porque a correnteza leva as primeiras águas e a biologia orgânica sofre mutações em fração de segundo.

Mais tarde, Friedrich Hegel demonstrou a Dialética como método analítico, teoria que foi apropriada por Karl Marx, para aplicar para explicar o movimento contraditório da História da Humanidade como a história da luta de classes.

Enquanto Marx usou a Dialética no materialismo histórico, Hegel com isenção ideológica mostrou que o método é uma razão que se autogera, auto diferencia e auto particulariza. Embora com abordagem diferente, é válido na análise dos fatos econômicos, políticos e sociais.

A base fundamental da análise dialética é a busca da contradição presente na Natureza e na realidade da vida excluindo a visão unitária na condição natural, deduzindo-a como uma unidade diferenciada; apresenta oposições íntimas como afirmação (tese) e a negação (antítese), que confrontadas, resultam numa conclusão (síntese).

A aplicação básica desse processo obedece à sistemática da afirmação e da negação, uma contradição semelhante ao milenar princípio da filosofia chinesa em que yin e yang são duas energias opostas e complementares.

Do mesmo jeito como o taoísmo descreve duas forças fundamentais opostas e complementares, a dialética vê na contradição o resultado sistemático de um fato. É assim que faço nas minhas observações da política, tentando encontrar o efeito final do raciocínio.

Estas divagações ficariam melhor num estudo acadêmico, mas estou fugindo do meu contumaz estilo para enfrentar críticas em postagens a mim dirigidas.

Uma delas foi a divulgação de um artigo de Madeleine Lacsko que considerei “uma perfeita contradição dialética”, pela colocação no caso revoltante da ação da Polícia Rodoviária Federal em Sergipe, levando à morte um cidadão numa improvisada câmara de gás.

A articulista reviu a primeira nota da PRF classificando o episódio “como uma fatalidade desvinculada da ação policial” e o capitão Bolsonaro, defensor da violência, classificou o caso criminoso como “exageros e pressão da mídia”. Analisando-os, Madeleine concluiu que essas posições não defendem a polícia, ao contrário, abate e aniquila a força policial.

Trata-se de uma conclusão dialética, como ocorre com a outra postagem feita sobre o alerta da Rússia protestando contra o envio pelos Estados Unidos de foguetes avançados para a Ucrânia, jogando mais lenha na fogueira. Intitulei a nota como “Provocação inconsequente de Biden” o que valeu uma crítica.

Por fim, retuitei uma mensagem de @MariaLCAb em que ela diz que “o bolsonarismo é um lulismo de direita. São siameses. Defendem com unhas e dentes as tramoias dos do lado deles”. Na minha análise, a contradição entre os populismos auto-assumidos como “de direita” e “de esquerda” são apenas investidas divergentes para conquistar votos e tomar o poder.

Diante disto, um povo culto e patriota não deve aceitar sem analisar e refletir o que nos reserva o futuro do País nas mãos de um ou do outro. A polarização eleitoral estapafúrdia de Bolsonaro e Lula é antipovo e antinacional; pelo estudo dialético, a semelhança avessa dessas forças nos leva pelo raciocínio lógico à síntese original: a Terceira Via para derrotá-las.

 

 

Uma resposta para DIALÉTICA

  1. Alvaro Santos disse:

    Povo culto? 18 milhões de pessoas recebendo esmolas nu total aproximado de mais deb60 milhões, 15 milhões de nenem’s, 60 milhões com nome no SPC SERASA, 40 milhões no sob EMPREGO; acharão pessoas cultas no espectro real da palavra ?
    Lula e Bolsonaro? Tese ou anti tese? Paradoxais ou sinples redundâncias? Ah, se meu POVO tivesse uma gota de cultura…!