CAMINHO

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MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

“Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer.” (Confúcio)

Escrevi um artigo homônimo em 2017, “O Caminho”, mostrando a intolerância stalinista contra um dos grandes intelectuais brasileiros, o escritor alagoano Otávio Brandão, autor de diversas obras entre elas, “Canais e Lagoas”, como o “Manifesto Sururu” que inspirou bem mais tarde o movimento recifense “Mangue Beat”.

Gosto muito da palavra Caminho. É poética e mística. Dicionarizada, é um substantivo masculino vindo do latim vulgar com origem celta (camminu), com riquíssima sinonímia na língua portuguesa de onde pescamos atalho, brecha, destino, momento, oportunidade, saga, senda, trilha, vereda e via.

A mitológica saga nórdica e a beleza sertaneja vivificada por Guimarães Rosa, se completam com senda, que coloquialmente é hábito, rotina; e na discussão filosófica entra com momento, oportunidade e via.

“Trilha” intitula um grupo do Twitter, com participantes comprometidos com o bem, pelo Desenvolvimento Econômico, Justiça, Patriotismo e Liberdade; luta pelo destino que todos queremos para o Brasil.

O Evangelho de João (14:6) registra as palavras de Jesus Cristo “eu sou o caminho, verdade e a vida” em uma conversa com seus apóstolos; e Confúcio, com uma lição magistral diz que: “a experiência é uma lanterna dependurada nas costas que apenas ilumina o caminho já percorrido”.

O notável orador paraibano José Américo de Almeida, cunhou na antologia dos grandes pensamentos brasileiros a frase “ninguém se perde no caminho da volta” lembrando que a gente adquire prática e perícia com o conhecimento transmitido ao longo da vida.

Pela minha ótica, a sociedade brasileira está precisando mais do que nunca de percorrer o caminho da verdade com uma lanterna iluminando as trevas de um passado recente, onde uma quadrilha se apossou do poder por um estelionato eleitoral e se manteve nele por 16 anos, demolindo, tijolo a tijolo, a ética, a honestidade e o respeito pelas tradições nacionais.

Tudo foi deles para eles. A demagogia midiática desenfreada, o assalto às empresas estatais, a criminosa transferência da riqueza nacional para as ditaduras narco-populistas e o aparelhamento do Estado, infiltrando agentes do caos nos três poderes da República.

Muito pior do que o lado material da desconstrução dos valores nacionais, o campo espiritual ficou desprovido do respeito humano e da solidariedade com a mútua e respeitosa consideração entre as pessoas. A fração perniciosa do narcopopulismo insiste em destruir reputações e impedir o avanço da luta contra o crime organizado, da bandidagem comum e dos políticos corruptos.

A ideia da solidariedade me levou ao escritor francês Remy de Gourmont que escreveu, referindo-se à uma prática de devoção budista em certos mosteiros do Nepal, que quando a neve e os temporais tornam impraticáveis as subidas na montanha, os monges recortam figurinhas de cavalo em papel e as soltam ao vento do alto das torres. Confiam que Buda vai recolhe-las e converte-las em cavalos de verdade para ajudar os peregrinos a se salvar.

Gostaria de pedir aos dirigentes do Congresso, do Executivo e do STF que pratiquem esta santa lição recortando em papel alumínio pequenos foguetes, e os soltem brilhantes sob o sol de Brasília indicando e defendendo o caminho de um futuro radioso para a nossa Pátria.

 

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