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MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

“Lembrar é fácil para quem tem memória, esquecer é difícil para quem tem coração. ” (Gabriel García Márquez)

Acho que todos nós humanos, sejamos de qualquer origem geográfica, sexo, estatura ou cor, já refletimos pelo menos uma vez na vida que temos um computador no cérebro; o Criador inventou-o muito antes de Charles Babbage ou de Alan Turing que dividem opiniões sobre a invenção da máquina…

Aliás é uma pergunta insistente: – “Quem inventou o computador? ”. Babbage projetou e desenvolveu no século 19 um dispositivo eletrônico programável, que ficou conhecido como “Máquina Analítica”, que seria o projeto do computador.

O outro, Alan Turing, é conhecido pela literatura e no cinema, como criador do sistema chamado “Bombe”, que traduziu os textos criptografados nazistas e ajudou a derrota-los na 2ª Guerra Mundial. É aceito como o “pai da computação”, por ser o primeiro a acreditar numa máquina se tornar inteligente.

Quem está lendo este meu artigo pelo computador, laptop e smartphone na chamada “Era eletrônica” agradeça aos dois, Babbage e Turing, a quem se somaram dezenas, talvez centenas de cientistas que ajudaram a criar estes aparelhos.

Essas invenções maravilhosas trouxeram recursos de armazenamento de programas informativos infinitamente.  O “arquivo” está na “Memória RAM” temporariamente, porque só é ativado quando o computador está ligado; mas fica guardado no “Disco Rígido” definitivamente, pois todos os dados ficam salvos mesmo com o computador desligado.

É fantástico sabermos contar com arquivo numa máquina de metal e plástico, com botões, teclas, chips e parafusos no CPU; e não sei quantos dispositivos sem tradução em português, backup, bluetooth, desktop, drive, etc….

O nosso computador cerebral é mais simples; não precisa tanta coisa…. Segundo os biólogos, bastam os neurônios no Sistema Nervoso Central, localizado na substância cinzenta, e o Sistema Nervoso Periférico, nos gânglios e em órgãos dos sentidos….

Com ele, estamos aptos para emitir e receber ondas magnéticas com os nossos pensamentos e formação de ideias…. Temos também os nossos arquivos pessoais em lugar seguro sem precisar guarda-los na nuvem da web…

E são muito importantes os arquivos…  para os políticos são dossiês, e para nós, gente comum, recordações e lembranças, que formam os elementos fundamentais da nossa personalidade.

O verbete Arquivo, dicionarizado, é um substantivo masculino, conjunto de documentos mantidos em lugar seguro; e também a primeira pessoa do presente do indicativo do verbo arquivar; ambos com etimologia latina (larchivum, i). Em Portugal é conhecido como Ficheiro.

Existem “arquivo morto” e “arquivo corrente”. O arquivo morto deixa esquecidos documentos não necessários no dia-a-dia, tal como notas fiscais, contábeis, processos encerrados; e o arquivo corrente, que alguns dividem em intermediários e permanentes são aqueles que ficam sempre à disposição para vistoria, revisão e prova.

Para cada um de nós, individualmente, a memória é fundamental na convivência social, e nas redes sociais muitas vezes nos surpreende.

No meu caso, que escrevi o artigo “Mitômano” referindo-me às mentiras compulsivas de Jair Bolsonaro, fiquei espantado por aparecerem mais de dez vídeos no Twitter com discursos dele antes de ser presidente, e todos desmentindo-o no que diz e faz… E depois veio a vergonhosa cena do general Heleno cantando em 2018: “Se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão…”

Esta forma de compartilhamento de História, com imagens e áudios, combinados e incontestáveis é um milagre da tecnologia…. Repartir pelas redes sociais os arquivos sobre personalidades políticas é essencial, faço-o sempre que posso com “os meus cabelos brancos que são o arquivo do passado”, tal qual se assumiu Edgar Allan Poe.

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