Poesia

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Anabela

 

No porto de vila velha

Vi anabela chegar

Olho de chama de vela

Cabelo de velejar

Pele de fruta cabocla

Com a boca de cambucá

Seios de agulha de bússola

Na trilha do meu olhar

 

Fui ancorando nela

Naquela ponta de mar

 

No pano do meu veleiro

Veio anabela deitar

Vento eriçava o meu pelo

Queimava em mim seu olhar

Seu corpo de tempestade

Rodou meu corpo no ar

Com mãos de rodamoinho

Fez o meu barco afundar

 

Eu que pensei que fazia

Daquele ventre meu cais

Só percebi meu naufrágio

Quando era tarde demais

 

Vi anabela partindo

Pra não voltar nunca mais

 

 

Paulo César Pinheiro e Mário Gil

 

Leia a biografia do poeta Aqui

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