Pimentel ajudou a fornir mensalão do PT, diz revista

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Notícia veiculada na última edição da revista IstoÉ traz à tona detalhes ainda desconhecidos do caso do mensalão petista.

O repórter Hugo Marques, autor da reportagem, diz ter tido acesso às 69 mil páginas que recheiam o processo do mensalão, em tramitação no STF.

Em meio à papelada, encontrou o processo número 2008.38.00.012837-8. Trata da investigação de crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Tramita sob sigilo na 4ª Vara da Justiça Federal em Minas Gerais. E foi anexado aos autos do mensalão, no Supremo.

Esse processo leva à grelha do mensalão o nome de um grão-petista que passara incólume pelo escândalo: Fernando Pimentel.

Ex-prefeito de Belo Horizonte, Pimentel é coordenador informal da campanha de Dilma Rousseff. E disputa a vaga de candidato do PT ao governo mineiro.

Segundo IstoÉ, Pimentel frequenta as páginas do processo como um dos operadores da remessa ilegal de dinheiro para o exterior.

Parte da verba teria servido para pagar dívidas do PT com o publicitário Duda Mendonça, que fizera as campanhas do próprio Pimentel e de Lula.

Eis o que conta a revista:

1. Um procurador da República de Minas Gerais, Patrick Salgado Martins, discorre nos autos sobre as relações de Pimentel com um empresário e um contator.

2. O empresário chama-se Glauco Diniz Duarte. O contador, Alexandre Vianna de Aguilar. Juntos, teriam remetido ilegalmente aos EUA cerca de US$ 80 milhões.

3. A origem desse dinheiro, sustenta o Ministério Público, é um contrato da prefeitura de Belo Horizonte com a Câmara dos Dirigentes Lojistas.

4. Destinava-se à implantação de um projeto chamado Olho Vivo. Consistia na instalação de câmeras nas ruas da capital mineira. Segundo a Procuradoria, foi superfaturado.

5. Eis o que anotou o procurador Patrick Martins em sua denúncia: Há “[…] fundada suspeita de que o aludido convênio tenha sido ardiloso estratagema para desvio de dinheiro público com a finalidade de saldar as dívidas de campanha do partido em território alienígena”.

6. Seguindo a rota do dinheiro, o Ministério Público verificou que pelo menos US$ 30 milhões migraram para contas da empresa Gedex International, nos EUA.

7. Diretor da Câmara de Dirigentes Logistas à época e dono da Gedex, o empresário Glauco Diniz Durarte teria repassado parte da verba para a conta Dusseldorf, de Duda Mendonça.

8. O procurador Patrick Martins escreveu: “As conexões mostram que eles intermediavam operações diversas com o objetivo de dissimular a natureza, origem, localização, movimentação e propriedade das quantias transacionadas, havendo ainda contra o acusado Glauco Diniz a suspeita de ter elaborado esquema de desvio de dinheiro público com a finalidade de saldar dívidas de campanha do PT”.

9. Afora a revelação de que nacos do mensalão podem ter tido origem em arcas públicas, a revista informa que o esquema serviu para custear despesas alheias a campanhas políticas.

10. Informa-se que uma mala contendo R$ 1 milhão do butim do mensalão teria sido enviada à Executiva do PT do Rio Grande do Sul.

11. A verba de má origem teria sido utilizada por dirigentes do PT gaúcho para saldar dívidas decorrentes da organização do Fórum Social Mundial.

13. No mais, afora uma infinidade de detalhes, o papelório reforça o já sabido: o mensalão financiou o pagamento de propinas ao consórcio partidpario que gravita em torno do governo Lula.

 

Fonte: Josias de Souza

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