Palmada no bumbum

Comentários desativados em Palmada no bumbum
Compartilhar

O governo federal decidiu exigir licença prévia para importações. É um certo estilo de combater a abertura de mercado a golpes de carimbo, mas é direito dele.

 

Assustador é o mesmo governo federal suspender a medida em coisa de 48 horas – depois de ouvir as primeiras reações contrárias, entre elas um pito da Miriam Leitão ao vivo (“são uns malucos”).

 

Qual será afinal a diretriz de política econômica do governo? A que prescreve um entrave burocrático nas operações de importação, ou a que o remove? Há uma terceira opção possível, talvez a mais provável: não haver diretriz alguma.

 

Como se sabe, a era Lula fundou o estatismo neoliberal. Esse sistema hermafrodita consiste basicamente em deixar o Banco Central governando (ninguém está aí para correr riscos eleitorais) e colocar uns ministros jogando pedras nele. A fórmula é perfeita: o país segue seu trilho e o povo continua achando o governo bonzinho.

 

Aí tem de tudo, até assessor especial do presidente da República mandando cartinha pela internet para dizer que “A América do Sul e Latina estão vivendo o momento mais rico de sua história de 500 anos”, graças ao que está acontecendo na Venezuela, na Bolívia, no Brasil e no Equador – ou seja, graças ao chavismo.

 

Assim os meninos aloprados de Lula vão brincando de revolução nacionalista, e de repente alguém tem a idéia de fazer uma traquinagem contra as importações.

 

Não tem problema. Uma traquinagem é só uma traquinagem. Um pito da Miriam Leitão resolve.

 

Pensando bem, o melhor é deixar os meninos gastando 80 milhões de reais do contribuinte na Farra Social Mundial. Pelo menos lá eles não mexem com a vida real.

 

 

Fonte: Guilherme Fiúza, jornalista, é autor de Meu nome não é Johnny, que deu origem ao filme.

Uma resposta para Palmada no bumbum

  1. Humberto de Luna Freire Filho disse:

    “Qual será afinal a diretriz da política econômica do governo?” GOVERNO?…QUE GOVERNO?, vi essa frase esta semana e achei a melhor do ano até agora.