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5 de maio de 1994 — A poesia de Mário Quintana

Mário Quintana escreveu sobre a morte: “A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos”. O escritor abandonou o colégio no ensino fundamental porque tinha dificuldades em aprender matemática.

O poeta gaúcho começou a trabalhar muito jovem na farmácia da família e recebeu o primeiro prêmio literário em 1925, aos 19 anos, em um concurso promovido pelo Jornal Diário de Notícias, com o conto A Sétima Personagem.

Para realizar o sonho de conhecer a então capital federal Quintana alistou-se no Sétimo Batalhão de Caçadores e partiu para o Rio de Janeiro, para participar da Revolução de 30. Ficou no Rio por pouco tempo. De volta a Porto Alegre aproximou-se da comunidade intelectual gaúcha e foi trabalhar, em 1934, na Editora Globo onde traduziu obras de Marcel Proust e Virginia Woolf. Nesse emprego seus colegas eram Érico Veríssimo, Carlos Drumond de Andrade e Manuel Bandeira, que se tornaram seus grandes amigos.

O primeiro livro, A Rua dos Cataventos, foi publicado em 1940. Quintana recusava-se a colocar a poesia a serviço de uma causa. Para o poeta, “a poesia engajada é uma outra forma de explorar os explorados” e dizia que “Castro Alves foi o único gênio que conseguiu fazer poesia desse jeito”.

Monteiro Lobato leu os poemas de Quintana na Revista lbirapuitan, de Alegrete, cidade onde o poeta nasceu, e escreveu-lhe encomendando um livro, Espelho Mágico que foi publicado em 1951. Em 1953, já com sete livros publicados, ingressou no Correio do Povo. Quintana já era um escritor popular no Rio Grande do Sul em 1962 quando o livro de coletâneas Poesiaso tornou conhecido em todo o Brasil.

Quintana e a ABL

O poeta concorreu três vezes a uma vaga na Academia Brasileira de Letras (ABL) e perdeu as três. Em 1978, aos 83 anos, quando a terceira indicação para a ABL foi vetada, Quintana compôs o conhecido Poeminho do Contra

Todos esses que aí estão

Atravancando meu caminho/ Eles passarão…/Eu passarinho!

O prestígio não mudou os hábitos simples do escritor, que morava sozinho em um quarto de hotel e preservava sua privacidade ao extremo. Quintana morreu aos 87 anos, com um dos poetas mais populares do Brasil.

 

Fonte: JBlog – Hoje na História

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