Guillaume Apollinaire

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A ponte Mirabeau

Sob a ponte Mirabeau corre o Sena

E os amores

De que não me esqueço

A alegria sempre antes da pena

Chega a noite fim começo

Vão-se os dias permaneço

Fiquemos de mãos dadas face a face

Enquanto sobre a ponte

De nossos braços passe

Dos olhares a já quase extinta fonte

Chega a noite fim começo

Vão-se os dias permaneço

Foge o amor como a água se ausenta

Foge o amor

Como a vida é lenta

E como a esperança é violenta

Chega a noite fim começo

Vão-se os dias permaneço

Passam os dias e as semanas passam

A vida aliena

Os amores se embaçam

Sob a ponte Mirabeau corre o Sena

Chega a noite fim começo

Vão-se os dias permaneço

(Editora L&PM, 232 páginas, 1984, tradução de Paulo Hecker Filho)

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