Artigo publicado n’ O JORNAL DE HOJE

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Não chore pela Petrobras, Brasil

MIRANDA SÁ, jornalista (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

São muito bons os marqueteiros que mamam nas tetas do PT-governo. Ficando inevitável o funcionamento da CPI da Petrobras, eles ouriçaram a pelegada tirando dos porões da memória nacional, a bandeira da defesa da soberania e o slogan “contra as privatizações”.  Só ficou faltando o “Fora FMI”…

Os marchadeiros da corrupção não lembraram da soberania brasileira quando Lula da Silva entregou o rico patrimônio da Petrobras na Bolívia ao cocaleiro Evo Morales, colega de jogadas sindicalistas; eles tampouco teem moral para falar contra as privatizações, eles que privatizaram o Estado Brasileiro.

Aparelharam a Petrobras sentindo-se donos dela; ocuparam os bancos estatais, desvirtuaram as agências reguladoras partidarizando-as, terceirizaram os serviços públicos e escancararam os cofres do Erário para as Ongs e entidades alinhadas  ao PT-governo.

Não há maior exemplo de privatização do que este. Tratam o Estado como um clube petista e dispõem das verbas orçamentárias numa ação entre amigos. Pelas denúncias feitas pelo Tribunal de Contas da União, o Ministério Público e a Polícia Federal, a Petrobras é um instrumento desse avanço na coisa pública.

É por isso que engrossa o coro dos que aplaudem a CPI instalada no Senado Federal. Só uma auditoria parlamentar esclarecerá por onde escorre a riqueza produzida pelo nosso petróleo e mostrará os que desfrutam os desvios, como as ONGs de existência duvidosa, e outras entidades suspeitas.

As pessoas bem informadas deste país, os democratas e patriotas querem que a CPI funcione, atropelando a sórdida campanha da pelegagem para desqualificá-la. E essa tarefa distribuída pelo Palácio do Planalto para combater as investigações, inclui a repulsa que Lula da Silva tem pelas ações dignas do Poder Legislativo, aliado que se tornou dos 300 picaretas.

Tendo os senadores como alvo, querem esconder que as acusações objetivas partiram – é bom repetir e frisar – do Tribunal de Contas da União, da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Receita Federal. Estes órgãos estatais passam longe das casas do Congresso acuadas pela descoberta de esquemas de corrupção, mal uso de verbas e falta de decoro de muitos parlamentares.

Mas sobra muita gente honesta naquele caldeirão do diabo. São muitos parlamentares que merecem a confiança do eleitorado. E mesmo que fossem minoritários, valorizariam com sua probidade as averiguações. Vê-se que até agora somente o situacionismo mantém uma tropa de choque para blindar a diretoria da Petrobras e da ANP.

Estão anunciados, publicados e louvados pelo lulismo-petismo, figuras pouco confiáveis escolhidas para a Comissão. São sujeitos ao poder, trazendo nas costas procedimentos indecentes ou estão comprometidos com o fisiologismo e a corrupção.

Os nomes governistas – leia-os um a um – contaminam qualquer sistema. Ouvi esta semana um petista histórico confessar-se perturbado com o encontro da ministra Dilma Rousseff com o presidente impichado Fernando Collor… Parece que a ex-guerrilheira adoeceu também ideologicamente, porque a perversão política é um câncer.

Às vésperas de uma eleição presidencial, onde dona Dilma é preferida de Lula da Silva como sucessora, a ministra se iguala a ele pelo cinismo e pela degenerescência moral. Confraternizar com Collor é dar uma tapa na cara dos caras-pintadas… A UNE, mesmo cooptada por milionárias verbas públicas, não conseguirá apagar o impeachment da memória de uma geração.

O Brasil não deve chorar pela Petrobras e o aviltamento imposto pelos pelegos no poder. Deve lutar para higienizar a empresa-símbolo do nacionalismo histórico que a criou nos anos cinqüenta do século passado.

Uma resposta para Artigo publicado n’ O JORNAL DE HOJE

  1. Milton disse:

    Ótimo artigo, pena que o povo não entenda nada.