GLOBALISMO
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“Vivemos tempos em que a guerra ideológica era capitalismo versus socialismo. Hoje vivemos na era do nacionalismo versus globalismo” (Matheus Marinho)
Relendo a coletânea de crônicas do economista e erudito baiano Armando Avena Filho, surpreendi-me mais uma vez com a inesgotável fonte de conhecimentos do autor, principalmente ao abordar “os incríveis pensadores e suas ideias maravilhosas”.
No seu livro, Avena vai de Marx a Adam Smith, perpassando pela evolução da teoria econômica à sua maneira, que qualifica como uma “obsessão de ‘deshermetizar’ o famigerado economês permitindo aos não-iniciados decifrar a linguagem cifrada dos economistas”.
É interessantíssima a colocação sobre o desastre da experiência marxista na URSS e nas burocráticas “Repúblicas Populares ” (lembrando que Marx disse: “Eu não sou marxista”), e a evolução do capitalismo do século XIX para cá.
Na verdade, a exploração dos trabalhadores à época do lançamento d’ “O Capital” era selvagem. E ainda haviam restos dessa grosseria nos albores do século XX, o que deu margem à desesperada proliferação das ideias socialistas com vários matizes.
Ao lado do movimento comunista internacional surgiram manifestações de caminhos nacionais para o socialismo, a começar do fascismo na Itália que inspirou Hitler e o seu Partido Nacional dos Trabalhadores Alemães na Alemanha.
O socialismo russo se burocratizou e instituiu uma ditadura policialesca; a Itália, enlouqueceu com sonhos de Mussolini pela restauração do Império Romano e, na Alemanha, descambou para o racismo e aliança com grandes industriais e empreiteiros na corrida armamentista e a guerra.
Enquanto isto, o capitalismo mostrou uma incrível adaptação aos novos tempos, cedendo às reivindicações da classe operária. Melhorando a qualidade de vida dos trabalhadores, com a redução da jornada do trabalho e o pagamento de salários acima do nível de subsistência.
As lutas operárias inspiradas da teoria marxista arrefeceram com as melhorias conquistadas pela classe trabalhadora, que além de um salário digno obtiveram o seguro desemprego e educação e assistência médica patrocinadas pelos estados de influência capitalista.
Nos estertores do chamado “socialismo real” da URSS, surgiram movimentos saudosistas do revolucionarismo nos países subdesenvolvidos. Guerra de guerrilhas e partidos extremistas pregando um populismo fascistóide com chamamento “socialista”.
Esses movimentos caricaturais usam táticas para iludir as massas populares das grandes cidades e até em setores rurais, serviram um caldo de cultura esquizofrênico, desligado da realidade. É o que assistimos na América Latina e o maior exemplo é o “cocalero” Evo Morales. No Brasil temos o Partido dos Trabalhadores que logrou assumir o poder e como se vê, fracassou.
Na conjuntura mundial, inspirado pelo capital financeiro e a indústria bélica, surgiu o “Globalismo”, prometendo de um lado o fortalecimento das empresas transnacionais e, do outro, instigando o ressurgimento do esquerdismo e até do terrorismo nos países ricos em petróleo.
O globalismo é uma palavra recém-criada. Um substantivo masculino dicionarizado como uma forma de propiciar uma interligação planetária com redes de comunicação internacional. Ainda oculta, a sua sinonímia leva à influência política de um cartel ideológico, o internacionalismo e o imperialismo.
Este engodo conquistou a despreparada “intelectualidade esquerdista”, os pelegos sindicais e a politicagem populista corrupta. Se Marx vivesse hoje, se envergonharia dos frutos pecos da árvore que plantou…
Existem várias formas de poder e o globalismo é o mais novo e talvez o mais inteligente já que coloca adversários políticos no mesmo balaio. Muito se fala e poucos assumem que desconhecem as verdadeiras armas de domínio exercidas por poucos contra um imensidão. Valeu Miranda para o exercício da inteligência.
“No seu livro, Avena vai de Marx a Adam Smith, perpassando pela evolução da teoria econômica à sua maneira, que qualifica como uma “obsessão de ‘deshermetizar’ o famigerado economês permitindo aos não-iniciados decifrar a linguagem cifrada dos economistas”.
(…)As lutas operárias inspiradas da teoria marxista arrefeceram com as melhorias conquistadas pela classe trabalhadora, que além de um salário digno obtiveram o seguro desemprego e educação e assistência médica patrocinadas pelos estados de influência capitalista.”
(…)O globalismo é uma palavra recém-criada. Um substantivo masculino dicionarizado como uma forma de propiciar uma interligação planetária com redes de comunicação internacional. Ainda oculta, a sua sinonímia leva à influência política de um cartel ideológico, o internacionalismo e o imperialismo. Miranda Sá
O globalismo nada mais produz que o caus. Levados a acreditar no fim ou no encurtamento das fronteiras produzimos chances de beneficiar a concorrência desleal. Junto com pequenas benessas traz os extremistas as nossas portas.
a ideia do globalismo já tem mais de anos e anos, globalismo comercial, nações interagindo e vendendo seu peixe, a nova ordem mundial encabeçado por George Soros, o canalha maldito, se utilizou a palavra globalismo com advento da união européia e o mercosul, como ex., e politizou e a imprensa fake news ao seu lado, comunizou o planeta, emburreceu o povo, doutrinou e vomitou em nós que temos pelo menos um QI, para amarrar sapato, ou seja, usaram o globalismo de interação, para doutrinação, isto eu nunca vou admitir, sou livre, respeito para ser respeitado, e politicamento correto, vai pra pqp, obrigado e a materis estava sensacional esta de parabéns.
Caro amigo, globalização e globalismo é bem diferente, por favor, leia
http://sensoincomum.org/2016/06/25/brexit-globo-news-nao-conta/
Miranda, se os homens que governam não fossem corruptos , não tirassem proveitos próprios do que projetassem , não haveria fome , guerras tanta desigualdades no mundo . A globalização daria certo se os corruptos não existissem e as pessoas não votassem em analfabetos .Como pode dar certo um cara governar um país se não sabe é não gosta de ler?
Parabéns Miranda Sá, pelo perspicaz resumo de suas impressões sobre o citado livro. A mim, me pareceu muito esclarecedor seu sumário.
Concordo com sua posição, em momento anterior, o mundo se ocupava especialmente das posições políticas. Como em toda evolução, novos temas ganham importância em nossas vidas. Essas “idéias”, estão mesmo relacionadas porque significam opostos.
A natureza nos ensina os opostos, nada existe sem o antagônico… 🙂
Vamos sobreviver…
Ótimo texto!
Globalismo é a repaginação do velho governo mundial sonhado pela Internacional Comunista.
Governo não eleito, criação de uma aristocracia que seu suporte e imposição de valores à classe da servidão.
Roupa nova para velhos demônios.