PALAVRAS…

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Palavras, palavras, minha vida nunca foi nada além de palavras…” (Samuel Beckett)

Na minha adolescência tive um professor de português que nas suas dissertações disse um dia que as palavras nascem, adoecem e morrem como ocorre com as pessoas; agitam-se, alegram-se, entediam-se, esmorecem, congelam-se e desaparecem. Algumas escapam milagrosamente, saem da UTI e voltam a circular…

A civilização vista pelo nosso epigrafado, Beckett – intelectual irlandês, criador do “Teatro do Absurdo” e ganhador do Prêmio Nobel, inculcou-lhe a tese de que “somos criados por palavras que não vêm de nós, e não temos escolha…”

Nestes dias em que vivemos constato que tinha razão meu professor e também Beckett. As palavras regem a vida social. Nascem inesperadamente, desfilam nas passarelas da comunicação, enquanto outras são enterradas pela memória coletiva!

Desapareceu do vocabulário da política, por exemplo, a palavra “honradez” e o seu sinônimo “probidade”. Os carreiristas e oportunistas infiltrados na representação popular baniram o seu uso no comportamento e até nos discursos.

“Honradez” teve um enterro sem choro nem vela após a ascensão da pelegagem lulo-petista, que afastou da manifestação verbal a “castidade”, a “virgindade” e o “pudor”, através do amoralismo que inundou a sociedade com a adoção da libertinagem…

Também não mais se ouve falar de “Educação”, substituindo a vocação para o ensino pela agitação doutrinária promovida pelo PT-governo e o totalitarismo descompromissado com o futuro das novas gerações e o respeito à Pátria.

Apesar de estarem hospitalizados, às vezes nos lembramos e visitamos, para cobrar das autoridades, a palavra “ética” e o vocábulo “trabalho”, esquecidos na imposição do “politicamente correto” do partidarismo e das esmolas sociais…

Nos corredores da notícia, requebrando-se no samba da corrupção reinante no País e provocando a nossa indignação assistimos o bloco da roubalheira nos termos de “delação”, “propina” e “impunidade” participantes da falsidade ideológica do “ativismo”, “fanatismo” e “terrorismo”.

Neste “avesso carnaval” reina a palavra “Poder”, com soberba e arrogância. Os que usam esta fantasia deveriam conhecer uma passagem atribuída a Canuto, rei da Noruega, que estava à beira-mar quando dele se aproximou o embaixador da Alemanha para apresentar-lhe as credenciais. O alemão iniciou seu discurso com louvaminhas, dizendo: – “Vós que sois um rei poderoso…”

Canuto não o deixou concluir a frase; encaminhou-se para o quebra-mar e gritou para as ondas: – “Proíbo-lhes que me molhem! ”  Mas logo veio uma vaga mais forte se derramou sobre ele que, se voltando para o embaixador, disse: – “Vedes? Se eu fosse poderoso o mar me obedeceria…”

Creio que neste capítulo da história viking, as águas do Mar do Norte coloriam-se naquele Verão do atraente verde que que nos lembra uma palavra imortal, “Esperança”, que os brasileiros mantêm ao ver a sua Pátria sufocada no atoleiro da pelegagem, da desordem, da incompetência e da corrupção que o lulo-petismo impôs.

É esta esperança que nos faz convocar o nosso povo para ganhar as ruas no dia 31 de julho, defendendo a República livre da decomposição dos poderes imposta pela organização criminosa chefiada por Lula da Silva, ainda solto por leniência do Supremo Tribunal Federal.

11 respostas para PALAVRAS…

  1. Meu Deus, jamais passou-me pela cabeça um paralelo destes usando-se tão somente palavras. Parabéns ao Miranda Sá pela lucidez.
    Livingstone.

  2. tonifigo1945 disse:

    Amigo, Miranda. Incrivelmente estava eu hoje “emimesmado” sobre palavras, que nascem, crescem e morrem e me veio a mente a palavra “cobra” designando aqueles jogadores de futebol fabulosos dos anos 50/60.
    Lembrei-me de Zizinho, Dida, Jajá de Barra Mansa, Bauer, Noronha e tantos outros.
    Hoje qualquer um é “craque” …
    Hoje qualquer um é “pOLÍTICO” … (Detalhe do “p”) …

  3. Mônica Torres disse:

    Desapareceu do vocabulário da política, por exemplo, a palavra “honradez”
    Tristeza…
    Mas, parabéns pelo texto, muito conciso.

  4. Para mim quem não é capaz de assumir uma atitude correta acaba consumido pela circunstância criada por sua omissão.

  5. Parabéns pelo lindo e verdadeiro texto !

  6. Abilio vasconcelos disse:

    Brilhante

  7. Sem dúvida… excepcional!! Palavras que de fato saíram da moda ,entre as quais: probidade, honradez, ética, Educação e impunidade foram substituídas no Brasil de ilusoee criado pelo Lulopetismo…E então, parece que a Impunidade, Propina, corrupção passaram a ditar uma nova moda que se alastrou em nosso país.
    A própria Política distorceu sua real função e transformou-se numa fonte de enriquecimento para muitos.
    Parabéns, mestre Miranda Sá pela bela reflexão de “Palavras”

  8. Camila disse:

    Que belo texto. Da desertificação atual, flores assim despertam o sol dentro da gente. ‘Esperança’ pra você também. Obrigada.

  9. deaC disse:

    Que texto espetacular, Miranda. Parabéns! Tenho certeza, você é um “homem de palavra”, literalmente.

  10. elisabeth laval jede disse:

    Presente no Natal e Ano Novo tuas Palavras são um presente de Natal para os trabalhadores em nosso país!Obrigada Miranda pelo talento enunciado em palavras e por mais esse presente de final de ano!Muito bom como tudo o que você escréve!grande abraço FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO DE 2017!!! VIVA O BRASIL!VIVA SÉRGIO MORO !VIVA A LAVA-JATO!VIVA MIRANDA SÁ !VIVA OLAVO DE CARVALHO E VIVA A TODOS OS BRASILEIROS DO BEM!!!DEUS ESTEJA CONOSCO SEMPRE!!!