O CONTRATO

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Para conhecer os homens é preciso vê-los atuar.” (Jean-Jacques Rousseau)

Na Democracia os governos devem estabelecer, cumprir e manter um contrato com a Nação, como ensinou Rousseau, o filósofo suíço do iluminismo, autor do “Contrato Social” com ideias que influenciaram sobremaneira a Revolução Francesa e seus princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

O conceito de contrato vem de longe; no mundo Ocidental importando os preceitos do Direito Romano que estabelece um acordo entre duas ou mais pessoas ou entidades, que se obrigam a satisfazer o combinado.

O nome é derivado do latim “contractu”, e se realiza historicamente desde os pactos econômicos do feudalismo (que agregou partes do Direito Canônico), passando ao Estado Liberal, ao Estado Social e, atualmente, ao Estado Democrático de Direito.

Do Direito puramente mercantil, fruto do jus naturalismo, passou para o Civil e se ampliou para refletir casos de família e processos políticos. Esses pactos tomam várias formas, mas o mais vigente obedece aos requisitos a presença das partes, da expressão formal, da unidade do ato e a conformidade rigorosa de todo pacto.

Na realidade, entre a cidadania e os governos as convenções contratuais são difíceis; os brasileiros nada puderam fazer quando Lula da Silva rompeu o contrato social abandonando a honestidade no trato da coisa pública para aliar-se com banqueiros e empreiteiros e favorecer o seu partido, enriquecer e facilitar o enriquecimento dos seus familiares e parceiros.

E de Lula tem mais fraudes no contrato social ao impor, pela popularidade adquirida através da propaganda bilionária e ilimitada, uma candidata que jamais apresentou as condições intelectuais e éticas para assumir a presidência da República, agora afastada constitucionalmente por um impeachment.

Da “Gerentona” Dilma Rousseff, que se elegeu, seria impossível desfazer o invisível pacto com a sociedade, pelas suas mentiras estelionatárias que se estenderam desde a candidatura até assumir a chefia da Nação.

Esta Presidente, como pessoa, tornou irrealizável o conceito jurídico de contrato social ao assumir uma forma monárquica de governar e transformar a governabilidade num instrumento para infligir os propósitos do seu grupo, do seu partido e dos seus próprios.

A gota d’água foi o crime contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, após desperdiçar o orçamento nacional, o patrimônio público e a confiança do povo.  Como o dono de um cassino que sempre ganha, Dilma encheu o bolso dos seus parceiros usuários de facilidades.

Estes exemplos constam do Governo Dilma, esbanjador dos cartões corporativos fajutos (como aquele entregue a Rose Noronha, amiga íntima de Lula), das contas secretas que adentraram nos empréstimos do BNDES para Cuba, Venezuela, República Dominicana e Angola, somados à leniência com os propineiros que foram seus ministros e assessores.

Afastada, Dilma deixou a herança maldita das obras inacabadas, os mais de onze milhões de desempregados e um rombo inédito de R$ 170,5 bilhões nas contas federais. A demonstração de sua ineficiência e corrupção só tem comparação com seus parceiros internacionais, os pelegos latino-americanos e os ditadores africanos.

Agora temos um novo governo, cujo titular, Michel Temer, propôs oralmente à Nação Brasileira um contrato. Errou cedendo o Minc a um grupo de artistas ricos que jamais dividiu o butim com os que realmente fazem cultura popular no Brasil, e manteve o órgão que gastava mais do que com Saneamento, combate às endemias e até nas Relações Exteriores.

Temer recuou mostrando temor pela oposição de fanáticos militantes lulo-petistas, frações estudantis manobradas pela UNE e UBES, organizações pelegas que mamam nos cofres públicos; e manteve um ministério que não existe nos países avançados.

É triste tudo isso, por que dependemos do contrato que o presidente Temer propôs e nós acreditamos; mas estamos conhecendo-o ao vê-lo atuar…

13 respostas para O CONTRATO

  1. Infelismenrte eu não sei o porquê um país com mais ou menos duzentos milhoes de habitantes continua como refém de Idelogias Partidárias até quando acredito não sabemos é uma realidade.

  2. Osmar Cardoso disse:

    Perfeito o texto, estamos apoiando alguém que solicitou esse apoio mas parece não ter consciência de tamanha responsabilidade que lhe recai sobre os ombros. Lutar contra a crise, gerar empregos, restituir ao país a condição de investimento, extinção sim de ministérios, cargos e gastos desnecessários feitos pelo PT nesses anos todos. Pior ainda é a alienação correndo solta nas escolas e faculdades. Esse mal só será reparado começando por onde ele começa, nos partidos políticos de esquerda.

  3. Marilene Marques disse:

    Temer é o que temos por ora. Pisou feio na bola. E a saúde, como fica?

  4. Mais uma vez espetacular artigo,caro mestre! Parabéns por nos proporcionar em cada leitura um novo aprendizado…uma nova reflexão,desde o conhecimento histórico e etimológico dos títulos escolhidos além da bela analogia que faz com a situação política atual.

  5. She-ra disse:

    Comemorei muito a deposição de Dilma. Acho que Temer nos representa melhor, é mais articulado, tem raciocínio lógico e cognição verbal.
    Mas no fundo acho que ele é apenas mais um, com uma roupagem diferente e com a promessa de enxugamento da máquina pública,,,,como se extinguir alguns ministérios fosse resolver nossos problemas.
    Ele continua sustentando os programas sociais desde a época do coronelismo, trocando favores com amiguinhos e cumprindo a agenda gay-abortista-pedófila.
    Só vou acreditar numa mudança verdadeira quando alguém de saco roxo colocar pra fora essa gangue bestificada de marxistas e oportunistas e restabelecer a educação, cultura e dignidade de uma sociedade fodida e mal paga, mas que arrasa no carnaval!

  6. Fatima Montenegro disse:

    Estou desanimada e decepcionada com a atitude do Temer. Consertar o Brasil não será fácil e com pessoas que arregam para os usurpadores………não tem jeito.

  7. Di Bianchi disse:

    Entendo que, Temer firmou um contrato com a sociedade brasileira, e entre alguns acertos, também já quebrou uma cláusula. O contrato não é infinito, pelo contrário, sendo que podemos conceder um prazo, para que as coisas possam se ajustar, lembrando que no caso ele pode nesse ínterim, sofrer multas, e podemos e devemos lançar mão desse expediente, e faremos a nossa parte, cobrando, patrulhando, ministrando… juntamente com o governo. Uma coisa é certa, o contrato vai vencer, não temos a obrigação de prorroga-lo, ou então ele que desista! E lembrando as palavras do mestre! (mas estamos conhecendo-o ao vê-lo atuar…) Ainda é só o começo! Forte Abraço!

  8. Nilsen disse:

    Também me decepcionei com o recuo na decisão, mas vamos estar de olho no destino das verbas de incentivo à cultura.

  9. Parabéns pelo Artigo Miranda Sá, Muito Bom! Acompanhem o Blog do Bervian (blogdobervian.wordpress.com), Obrigado.

  10. vileite disse:

    Infelizmente pisará outra vezes mais na bola . Não confio nele !

  11. vileite disse:

    Artigo sensacional , parabéns ! Também estou de olho no Temer , em quem não c onfio .

  12. Pedro Paulo disse:

    Gostei tanto do artigo que postarei em meu Blog – Pedrovida12, sensacional !!

  13. Dora disse:

    Belíssimo artigo, nos faz parar e pensar em cada palavra! O que nos resta e vigiar e acreditar que o Brasil tem jeito.