César Vallejo

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OS ANÉIS FATIGADOS

 

Há ânsias de voltar, de amar, de não ausentar-se,

e há ânsias de morrer, combatido por duas

águas unidas que jamais hão-de istmar-se.

 

Há ânsias de um beijo enorme que amortalhe a Vida,

que acaba na África de uma agonia ardente,

suicida!

 

Há ânsias de… não ter ânsias, Senhor,

a ti aponto-te com o dedo deicida:

há ânsias de não ter tido coração.

 

A primavera volta, volta e partirá. E Deus,

curvado em tempo, repete-se, e passa, passa

carregando a espinha dorsal do Universo.

 

Quando as têmporas tocam seu lúgubre tambor,

quando me dói o sonho gravado num punhal,

há ânsias de ficar plantado neste verso!

Biografia de Vallejo aqui

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