A COPA

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Com o meu filho participando e colaborando, penduramos duas bandeiras na sacada do apartamento; o glorioso pendão da esperança, que nos orgulha, e uma bandeira de mesmo tamanho, negra, mostrando nossa desaprovação pela maneira com que foi trazida e executada a Copa do Mundo de 2014.

Foi uma jogada nossa, de protesto. Não nos importamos se haveria alguma reclamação, dos passantes ou mesmo de moradores do prédio; se ocorressem, receberiam nossos argumentos e, se fossem indelicados, seriam repudiados veementemente.

Nossos dribles são os mesmos da Declaração de Voto que divulguei no campo das redes sociais com inserção no Twitter, dia 11/6, e venho repetindo desde então: “Não sou contra a Seleção; sou contra a roubalheira, as mordomias e a corrupção!”

Sou inconformado com a quantia gasta no  empreendimento: mais de R$ 30 bilhões – valor ainda sujeito a oscilações de gastos que ainda rolarão até muito tempo depois do encerramento dos jogos. E há inúmeros registros e tabelas numéricas mostrando quantos hospitais e escolas seriam construídas com este desperdício.

A bola fora foi com as obras de infraestrutura (que seriam o legado da Copa para o povo brasileiro) que foram relegadas e até sem ficar prontas, mesmo que fossem para inglês ver…

Não há outra razão para os protestos resumidos numa afirmação do presidente da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos da Costa: “Não conseguimos nos conectar com essa Copa em razão do fato de ela estar sendo realizada com o dinheiro do povo brasileiro”. A ONG Rio de Paz fala pelo povo brasileiro quando exige que o PT-governo peça desculpas pelos gastos excessivos de dinheiro público e que o povo brasileiro seja consultado, a partir de agora, antes que de qualquer despezas em grandes eventos internacionais.

Os treinos coletivos das classes médias tradicionais, letradas, foi nas ruas manifestando-se contra a condução oficial das preparações; infelizmente impuseram-nos faltas na  intervenção ardilosa do PT e aliados infiltrando mascarados infames com atos de vandalismo, afastando os manifestantes democráticos. O apito encerrou o jogo, mas não calou o clamor público.

Está claro que um evento da magnitude da Copa não poderia ter sido bancado por um País em situação de crise política, econômica e social. Não ocorreria sem a interferência megalomaníaca e o duvidoso ufanismo de Lula da Silva, cuja ganância rateou bilhões com os parceiros corruptos e empreiteiras.

Não vivêssemos um regime de fancaria conduzido por um partido cujo único projeto é a manutenção do poder, os coordenadores da Copa da FIFA estariam enquadrados em crime de responsabilidade. Aliás, duplo crime de responsabilidade, porque além do alheamento pelas reais necessidades do País e a desenfreada roubalheira, assistimos uma clara alienação de nossa soberania.

A sorte do time de Lula e seus pelegos ávidos pelo assalto aos bens do Estado é a subversão da ordem republicana, sem equilíbrio entre os três poderes. O Legislativo é submisso, corrompido na mansidão do fisiologismo, e o Judiciário vive uma fase difícil. Este é o quadro da fictícia democracia alimentada por fraudes, multidões arrastadas pela focinheira de uma assistência social eleitoreira e uma imprensa submetida por verbas bilionárias.

Nem tudo, porém, está perdido. A indignação e a revolta dos patriotas queimam como fogo de monturo, no falar camponês para um risco invisível de incêndio. O que vemos é que o Brasil não estava preparado para bancar a Copa, acontecimento esportivo mundial importantíssimo, reunindo países de culturas diferentes e chamando a atenção de todo planeta.

O que mostramos ao mundo é que o povo brasileiro está carente de escolas, hospitais, de um sistema de segurança que não precise convocar as forças armadas para substituir as polícias, sob uma autoridade que faz ouvidos moucos às queixas nacionais. Os atuais governantes preocupam-se tão somente para sua continuidade no poder.

Nem precisamos exibir a crise econômica, porque é monitorada pelos organismos internacionais; mas chama a atenção para a maquiagem dos números, as mentiras repisadas na propaganda maciça que tenta esconder o descontrole, e a corrupção endêmica e epidêmica.

Isto constrange os patriotas, e a revolta contra o estado de coisas é irrefreável, como assistimos na abertura dos jogos. Felizmente a Copa registra, pela internet e as redes sociais, o crescimento da oposição às vésperas de uma eleição presidencial.

O voto será a virada no painel geopolítico. A esperança nos leva a um belo pensamento de Howard Fast: “Esperemos, esperemos. A História tem seu próprio modo de ser verídica.”

2 respostas para A COPA

  1. Miranda Sá. è isso aí.

  2. Olá Miranda Sá! Eu concordo com isto! Estamos fazendo o mesmo aqui em casa