A “desova”

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MIRANDA SÁ (E-mail-mirandasa@uol.com,br )

Pero Vaz de Caminha, de nobre descendência no Reino de Portugal,  foi um escrivão nomeado por D. Manuel I para redigir, na qualidade de Vereador, os capítulos da Câmara Municipal do Porto a serem apresentados às Cortes de Lisboa

A tarefa realizada com maestria, rendeu-lhe a chefia da fortaleza de Calecute, na Índia, em 1500. Por isso viajava na nau capitânia da armada de Pedro Álvares Cabral que chegou ao Brasil.

A coincidência da presença de Pero Vaz na “descoberta” e por ser um hábil escrivão, deu-nos o primeiro documento sobre a nossa Pátria, de cujo teor os estudantes do ginásio na minha época, pinçavam textos que nos orgulhavam, e decoramos um deles que descrevia o esplendor e a abundância das riquezas da nossa terra. Ei-lo:

“A  terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d’agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!”

Li outro dia, ainda não faz um mês (me perdoe o autor de não me lembrar do seu nome), que dizia mais ou menos assim: “antigamente, ao se cavar a terra, das enxadadas saiam minhocas; hoje, na política dominada pelo lulo-petismo, em toda cavucada aparece um escândalo”.

Perfeito. Na camada externa da política, qualquer ranhadura mostra um pelego do poder petista envolvido em aloprações, negociatas e desvios de verbas. Isto, na Rede Social é motivo para os tuiteiros criarem “o escândalo do dia”.

Nos primeiros meses de 2014, se multiplicam e vulgarizam denúncias que são geralmente comprovadas em investigações da Polícia Federal; vão desde o desaparecimento de vigas de 40 toneladas no Rio de Janeiro até o sumiço de US$ 10 milhões de uma conta da Refinaria de Pasadena.

Uma das últimas maracutaias não envolve dinheiro, nem falsificações, nem associação criminosa com doleiros. Trata-se do patrimônio humano: a desova em São Paulo pelo governador do Acre Tião Viana, de migrantes ilegais ou refugiados haitianos. Com as nossas fronteiras escancaradas no melhor estilo bolivariano, e a leniência do governo chefiado pela oligarquia “esquerdista” dos Viana, aquele estado é porta de entrada de drogas e de emigrantes ilegais.

O dicionário do Aurélio define “desova” como “fornecer em grande quantidade”; e foi o que ocorreu: a chegada sem aviso em São Paulo de 400 haitianos com passagens pagas por Tião Viana, superlotando os centros de acolhida do Estado.

Como todos brasileiros sabem, principalmente os brasileiros do Norte e Nordeste, os paulistas sempre receberam sem preconceitos os camponeses fugidos das agruras da seca e os jovens em busca de horizontes mais amplos. Com esses brasileiros, também alemães, bolivianos, espanhóis, coreanos, italianos e japoneses, trabalham sem discriminações em São Paulo

A acolhida humana dos paulistas é consagrada. Mas o governador Tião aproveitou-se de um alerta justíssimo da Secretaria de Serviço Social do Estado, para fazer politicagem à maneira lulo-petista dizendo que a “elite paulistana” é preconceituosa e não quer receber os refugiados haitianos.

Ora, o preconceito foi dele, Tião Viana, quando pediu ao PT-governo o fechamento das fronteiras para os refugiados, tentando enganar mais uma vez os acreanos insatisfeitos com a numerosa presença de haitianos no Estado.

Então, Tião resolveu ajudar os pelegos a ocupar São Paulo com suas hordas de militantes ávidos de locupletar-se no estado mais rico do País. Aí se desembaraçou daqueles seres humanos no estilo de sobas africanos no tráfico negreiro.

Porque São Paulo? Porque não mandou os haitianos para a Bahia, o Rio Grande do Sul e mesmo para o Distrito Federal, unidades da Federação governadas por lulo-petistas? Assim, poderia com ajuda dos “companheiros”, resolver os problemas sociais que afligem o Acre…

Para descarrego dos seus problemas, Tião até conveniar com o “companheiro” Haddad, o prefeito pródigo em dar bolsas a drogados e crachás aos traficantes no execrável narco-populismo. Mas não; preferiu fazer uma “desova” no colo de Geraldo Alckmin. E proferir um discurso injurioso contra os paulistas.

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