Edward Elgar – Pomp And Circumstance

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Música para os príncipes

Nesta sexta feira, um ar de contos de fadas envolveu o mundo, por conta do casamento real. E a trilha sonora do enlace ficou por conta, claro, dos compositores britânicos. Na Abadia de Westminster, tocou a London Chamber Orchestra, sob a regência de Christopher Warren-Green, reforçada pelos corais da  Abadia e da Capela Real, além de uma fanfarra da Banda da Royal Air Force.
Warren-Green é useiro e vezeiro das cerimônias reais: regeu a LCO no casamento de Charles com Camilla e nas celebrações dos aniversários de 60 anos do Príncipe e dos 80 da Rainha.

Ao longo da semana, choveram tentativas de adivinhação – britânicos amam apostas –  em torno do menu musical do casamento. Um ponto era praticamente certo: as escolhas seriam feitas na área mais conservadora. O crítico do Globe J.D. Considine apostou na peça de Hubert Parry, Jerusalem, cuja letra é uma adaptação de um poema de  William Blake – provavelmente, disse ele, “o mais famoso hino anglicano, e uma exaltação à nação britânica”. O crítico também jogou fichas na encomenda de alguma peça – “de John Rutter, acredito, o mais famoso compositor contemporâneo de música coral, ou John Taveners”. Considine listou ainda peças de Handel, William Byrd, Henry Purcell com boas chances de serem escolhidas. Laura Trevelyan,  correspondente da BBC em Nova York, levantou a possibilidade da escolha ser baseada no programa do casamento de Charles e Diana, que tinha – uma escolha da noiva – o hino  I Vow to Thee My Country.

E a divulgação oficial da programação saiu, confirmando o caráter mais tradicional da escolha e a encomenda de algumas obras – tudo de compositores britânicos, com exceção de Bach e de Handel, alemão que viveu na Inglaterra a maior parte de sua vida e que está sepultado na Abadia de Westminster.

Antes da cerimônia, peças para órgão de Bach, Elgar e do atual compositor da corte (sim, existe um!), Sir Peter Maxwell Davies. Em seguida, sete obras para orquestra, de Elgar, Britten,  Ralph Vaughan Williams,  Frederick Delius, Gerald Finzi; na entrada dos noivos e da familia real,  March from The Birds de Sir Charles Hubert Hastings Parry,  e Prelude on Rhosymedre de Ralph Vaughan Williams. A entrada de Kate foi marcada por outra peça de Parry, I was glad. Depois dos hinos – entre os quais esteve, sim, Jerusalem – vieram as peças especialmente encomendadas a John Rutter (um especialista em música coral) e Paul Mealor (um escocês que vive na Ilha de Anglesey, ou seja, é vizinho do casal real). A cerimônia prosseguiu com outra peça de Parry, Blest pair of Sirens, com letra de John Milton.

 Ricardo Prado, do Blog Site do Maestro

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