Tesoureiro do PT diz que consultará partido antes de aceitar acareação

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O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, se esquivou nesta terça-feira de participar de acareação com o corretor de câmbio Lúcio Bolonha Funaro, que acusou o petista em depoimento ao Ministério Público de desviar recursos da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários) para o esquema do mensalão do partido.

Pressionado pela oposição para aceitar uma acareação com o corretor, Vaccari disse que precisa consultar o partido antes de decidir sobre o pedido. “Falo para os senhores, com todos os outros. Isso [acareação] temos que discutir depois com a direção partidária”, afirmou.

Para o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), a acareação é necessária uma vez que Funaro revelou ao Ministério Público os supostos desvios na Bancoop que teriam beneficiado o PT. “Não seria uma coisa boa fazer acareação com o doutor Funaro e Vossa Excelência, munido de consciência tranquila, poderia o desmoralizar frente a frente? É sugestão que faço.”

No depoimento a comissões do Senado, Vaccari disse desconhecer qualquer desvio de verbas da cooperativa para beneficiar o ex-ministro José Dirceu. Em 2005, na série de depoimentos que prestou ao Ministério Público Federal, Funaro acusa o ex-ministro de se beneficiar pessoalmente dos negócios fechados por fundos de pensão sob controle do PT. Funaro teria afirmado que tanto Dirceu quanto o PT teriam recebido “por fora” comissões de R$ 5,5 milhões.

“Não tenho conhecimento de nenhuma dessas citações. Nunca participei disso, em nenhuma hipótese”, afirmou. Tranquilo, Vaccari negou enfaticamente ter desviado dinheiro da cooperativa para irrigar os cofres do PT.

O tesoureiro afirmou aos senadores que as acusações do Ministério Público sobre o suposto esquema na Bancoop são inverídicas, num recado direto ao promotor José Carlos Blat –que, segundo a revista “Veja”, concluiu que a direção da Bancoop movimentou R$ 31 milhões em cheques para a própria cooperativa para não revelar o destino do dinheiro, que seria repassado ao PT.

“Do conjunto das acusações que a revista nos faz, isso não é verdadeiro. Tenho me dedicado à recuperação e à solução dos problemas que tivemos e temos ainda na Bancoop, que estamos caminhando para a solução deles”, disse.

O tesoureiro disse considerar “estranho” que após cinco anos de inquérito, Blat não tenha lhe convidado para prestar depoimento nas investigações. “O meu questionamento é por que o promotor que faz investigações não me dá o direito de me defender para que eu apresente documentos pertinentes. Coloque nos autos, faça acusações, para que eu possa apresentar documentos pertinentes”, afirmou.

Fonte: Uol Notícias

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