Arruda descarta renúncia e não demonstra esperança em habeas corpus, diz secretário

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Em uma conversa com o amigo e secretário Alberto Fraga (Transportes), o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), afirmou que não pensa em renunciar e que não está com grandes expectativas em relação ao julgamento pelo STF (Supremo Tribunal Federal) de seu pedido de liberdade, marcado para esta quinta-feira.

Segundo Fraga, Arruda não pensa em deixar o governo para se livrar da prisão. “Ele [Arruda] descartou a hipótese de uma renúncia. Não existe essa possibilidade, essa palavra não saiu da boca dele em momento nenhum. Ele me disse que vai até o fim”, afirmou.

Fraga disse que foi surpreendido com a falta de expectativa do governador em retomar a liberdade. “Perguntei sobre a expectativa do julgamento, mas confesso que fui surpreendido e ele me disse que fica o tempo que for necessário. Ele não demonstrou nenhuma esperança com relação ao julgamento de amanhã”, disse.

O secretário reclamou das instalações de Arruda. “Eu, como militar, já dei abrigo a muitas pessoas que foram presas pela Justiça e confesso a vocês que as instalações eram muito melhores do que a que ele está hoje. A situação não é adequada. Um governador que é governador que não tem banheiro é uma questão que as pessoas precisam imaginar e lembrar que não foi assim no resto do país. Parece que Brasília foi pega como bode expiatório”, disse.

Preso na Superintendência da Polícia Federal, o governador afastado foi transferido na sexta-feira para uma sala de dez metros quadrados, sem banheiro e com um beliche. Quando foi preso no dia 11, Arruda foi levado para uma sala do INC (Instituto Nacional de Criminalística), com 40 metros quadrados, ar condicionado e banheiro individual.

Arruda recebeu ontem a visita do arcebispo de Brasília, dom João Braz de Aviz, na Superintendência da Polícia Federal e queixou-se do “isolamento total até daqueles que eram seus amigos”.

“A conversa que tive com ele foi de nível espiritual e religioso. É um momento difícil para ele, que acabou se tornando o símbolo de um problema político que vai além do caso específico e atinge toda cultura política errada de nosso país, que requer muito trabalho para ser modificada”, reiterou dom João.

Arruda foi preso por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ele é acusado de ter participado da tentativa de suborno do jornalista Edson dos Santos, o Sombra, uma das testemunhas do esquema de arrecadação e pagamento de propina.

Fonte: Uol Notícias

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