Arquivo do mês: agosto 2016

Mário Quintana

EU QUERIA TRAZER-TE UNS VERSOS MUITO LINDOS

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim…
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir…
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas… e que estão escritas
do lado de fora do papel… Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
da Poesia…
como
uma pobre lanterna que incendiou!

ET CETERA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br

“Vivemos um et cetera” (Guimarães Rosa)

Pronto, acabou-se. Depois das chicanas, esperneio e gritaria, o Senado curvou-se à voz do povo e obedeceu à Constituição: Dilma foi impichada por crime de responsabilidade e et cetera…

No caso em pauta, o etecetera é o conjunto da obra. A partir de uma eleição e reeleição tramadas diabolicamente por Lula, aquela apoiada na popularidade de então e essa usando um torpe esquema de corrupção, Lula pensou apenas em continuar governando através de um fantoche.

Et cetera, (Et cetera  e também et cætera) vem do latim, significando “outras coisas”. Na escrita aparece com a abreviatura “etc.”, sempre com um ponto final. O seu uso é múltiplo, seja como “e outras coisas mais” ou “e assim por diante”.

Essa expressão, comumente usada na linguagem escrita ou falada nunca teve tanta aplicação como agora. Dilma apenas deu pedaladas fiscais? Somente atropelou o Congresso legislando para maquiar as contas públicas? Que nada, bota etc. nisso!

A presidente defenestrada pela vontade popular foi, em primeiro lugar, um estelionato na primeira eleição, vendida ao eleitorado como uma gerentona quando na verdade exerceu com demérito os cargos anteriormente ocupados na administração federal.

Disseram que Dilma entendia de eletricidade, mas destruiu a Eletrobrás por incompetência e permissividade com as empreiteiras corruptas. À frente do conselho da Petrobras, foi responsável pela imoral e criminosa compra de Pasadena, além de negócios escusos no Japão. Em Angola e na Argentina. Levou a Petrobras a situação falimentar.

A “honestíssima” pôs no seu governo pessoas ainda sob suspeição de avanços no patrimônio público, Edinho, Erenice, Guido Mantega, Mercadante, a dupla assaltante do empréstimo consignado Gleise e Bernardo e o infalível Palloci.

Os governos de Dilma, além dos inúmeros casos de corrupção investigados pela Lava Jato, foram pautados pelo marketing e uma desenfreada propaganda; as suas relações com o povo limitaram-se aos discursos contrários à verdade e, com o Congresso, por uma atitude de sobeja arrogância e autoritarismo.

Ensimesmada, a “gerentona” isolou-se da cidadania, dos aliados políticos e até do próprio partido. Ao assumir a mentira como modo de governar, terminou incorporando-a ao seu comportamento. Obcecada pelas palavras-de-ordem extemporâneas e uma visão distorcida da realidade, contribuiu para o degenerado “socialismo bolivariano”, transferindo a riqueza nacional para os populistas e ditadores latino-americanos e africanos.

Realizando uma transferência de renda para outros países privou o Brasil de hospitais, escolas, transporte e segurança pública. Se teve retorno, não foi para o BNDES, mas para o bolso de Lula, dos consultores petistas e das empreiteiras corruptas.

Os programas ditos sociais foram escamoteados pela roubalheira desenfreada: O Bolsa Família, além de servir a interesses eleitorais, alcançou milhares de beneficiários fraudulentos indicados pelo PT; o Minha Casa engordou o caixa 2 do PCdoB, e o empréstimo consignado para o funcionalismo reservava 2% para a quadrilha de Paulo Bernardo.

Alguém se lembra dos PACs – a publicidade demagógica que deixou centenas de obras inacabadas? Na verdade, esses programas não passaram de caça-níqueis para o lulo-petismo.

Enfim, faltou ao julgamento do impeachment um “eteceterão”, porque o lado positivo do governo Dilma não passou de uma gota no meio de uma torrente amazônica de inconsequências e mal feitos. Pena que Dilma tenha enganado muitos por muito tempo na nossa Pátria Mãe tão distraída que foi envolvida nas suas tenebrosas transações…

 

 

RABINDRANATH TAGORE

SE NÃO FALAS

Se não falas, vou encher o meu coração
Com o teu silêncio, e agüentá-lo.
Ficarei quieto, esperando, como a noite
Em sua vigília estrelada,
Com a cabeça pacientemente inclinada.

A manhã certamente virá,
A escuridão se dissipará, e a tua voz
Se derramará em torrentes douradas por todo o céu.

Então as tuas palavras voarão
Em canções de cada ninho dos meus pássaros,
E as tuas melodias brotarão
Em flores por todos os recantos da minha floresta.

Biografia de RABINDRANATH TAGORE clique aqui
  • Comentários desativados em RABINDRANATH TAGORE

Cruz e Sousa

Sentimentos Carnais

Sentimentos carnais, esses que agitam
Todo o teu ser e o tornam convulsivo…
Sentimentos indômitos que gritam
Na febre intensa de um desejo altivo.

Ânsias mortais, angústias que palpitam,
Vãs dilacerações de um sonho esquivo,
Perdido, errante, pelos céus, que fitam
Do alto, nas almas, o tormento vivo.

Vãs dilacerações de um Sonho estranho,
Errante, como ovelhas de um rebanho,
Na noite de hóstias de astros constelada…

Errante, errante, ao turbilhão dos ventos,
Sentimentos carnais, vãos sentimentos
De chama pelos tempos apagada…

 

Carlos Drummond de Andrade

LIRA ROMANTIQUINHA

Por que me trancas
o rosto e o riso
e assim me arrancas
do paraíso?

Por que não queres,
deixando o alarme
(ai, Deus: mulheres!),
acarinhar-me?

Por que cultivas
as sem perfume
e agressivas
flores do ciúme?

Acaso ignoras
que te amo tanto,
todas as horas,
já nem sei quanto?

Visto que em suma
é todo teu,
de mais nenhuma,
o peito meu?

Anjo sem fé
nas minhas juras,
porque é que é
que me angusturas?

Minh’alma chove
frio, tristinho.
Não te comove
este versinho?

 

  • Comentários desativados em Carlos Drummond de Andrade

FILA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na retaguarda para ver.” (Bertrand Russell)

Ao contrário do que muita gente pensa, fazer filas diante de balcões de atendimento, guichês, pontos de ônibus, entre outras situações idênticas, como espera de mesa em restaurantes, não é um costume brasileiro.

No mundo inteiro considera-se a fila como uma forma de organização e um direito costumeiro. “Fila”, em alemão é reihe; em árabe صف; قائمة الانتظار; em francês queue; em inglês, file; em italiano, fila; em mandarim中国宇宙 em português de Portugal, bicha, e em russo, Фитнес;  entre os japoneses, que adoram filas,  行.

No metrô e no trem, a regra funciona, como ocorre no Japão. Lá, deve-se esperar em fila e deixar que as pessoas saiam do vagão primeiro para depois entrar, é um sonho de consumo dos brasileiros, acostumados com o bulício provocado pela má educação.

Como não poderia deixar de ser, na política brasileira assistimos no processo de impeachment no Senado a fila dos desesperados defensores da presidente defenestrada.

A chamada “bancada da chupeta” formada por lulo-petistas, dá os dois exemplos: a disciplina stalinista na inscrição na lista de oradores e a bagunça organizada para tumultuar o processo do impeachment.

Enfileirados, usam toda espécie de estratagemas para esconder o crime de responsabilidade de Dilma, e esses ardis vão desde a procrastinação às provocações em nada éticas. Por exemplo, o destempero leva Lindbergh a chamar o colega Ronaldo Caiado de “desqualificado”. Mas a qualificação de Lindbergh obteve pronta resposta de Caiado, que sugeriu para ele um exame antidoping.

O cúmulo da falta de ética veio de Gleise Hoffman dizendo que o Senado Federal “não tem moral” para julgar a presidente afastada. Ela recebeu também resposta do senador (e presidente do Senado) Renan Calheiros, ao relembrar o caso da intervenção feita no STF protestando o mandado de busca e apreensão feita em seu apartamento e impedindo o indiciamento dela e do marido envolvidos na Operação Custo Brasil.

Como a fila anda, é indispensável ver as intervenções dos demais senadores da “bancada da chupeta”, como a disputa de despreparo entre as senadoras Fátima Bezerra, que é professora, mas exerceu o magistério apenas em atividades sindicais, e Maria Regina, funcionária do Banco do Brasil, também exercendo suas funções somente no Sindicato.

Sobre essas figuras, sempre me pergunto como o eleitorado dos seus estados se sente representado assistindo as suas intervenções primárias entre os pares.

Há também a participação no julgamento do impeachment dos senadores Humberto Costa, Paulo Paim e Paulo Rocha, meros agitadores formados na escola da pelegagem, escamoteando a realidade brasileira para defender o seu partido corrupto, o PT.

É inexorável que a fila ande também fora do Senado, com milhões de brasileiros exigindo uma faxina ampla, geral e irrestrita, varrendo os corruptos da administração pública. Esta fila patriótica se encaminha para o impeachment de Dilma por crime de responsabilidade fiscal e pela incompetência e leniência diante dos esquemas de corrupção…

 

 

 

Fernando Pessoa

Baladas de uma outra terra

Baladas de uma outra terra, aliadas
Às saudades das fadas, amadas por gnomos idos,
Retinem lívidas ainda aos ouvidos
Dos luares das altas noites aladas…
Pelos canais barcas erradas
Segredam-se rumos descridos…

E tresloucadas ou casadas com o som das baladas,
As fadas são belas e as estrelas
São delas… Ei-las alheadas…

E sao fumos os rumos das barcas sonhadas,
Nos canais fatais iguais de erradas,
As barcas parcas das fadas,
Das fadas aladas e hiemais
E caladas…

Toadas afastadas, irreais, de baladas…
Ais…

PRÊMIOS

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Esportes não formam o caráter. Revelam-no.” (Hippolyte Jean Giraudoux)

Nesta pós-Olimpíada ainda temos margem para falar de premiação. Nos três primeiros lugares, temos os Estados Unidos com um total de 121 medalhas, sendo 46 de ouro, 37 de prata e 38 de bronze, depois vem a Grã-Bretanha com 67, 27 de ouro, 23 de prata e 17 de bronze; a China ficou em terceiro, alcançando 70, 26 de ouro, 18 de prata e 26 de bronze.

Nós, os verde-amarelos-azul e branco, ficamos com 19 condecorações, 7 de ouro, 6 de prata e 6 de bronze. Esperávamos mais, é, entretanto, desconhecida a razão do fracasso, exceto por sabermos da incompetência do PT-governo e a extorsão propineira dos seus corruptos de estimação no Ministério dos Esportes.

Não adianta chorar o leite derramado. Nossos atletas deram o melhor de si, e foram os mais modestos, sem-nome na mídia, que nos deram as maiores alegrias. Prêmio é prémio; internacionalmente a maior distinção e mais conhecida é o Prêmio Nobel, distribuído a cientistas, literatas, e contribuintes para a paz mundial.

Por outro lado, um publicitário norte-americano John Wilson, criou a “Framboesa de Ouro”, prêmio dado ao pior entre os piores filmes do ano. Assim, os galardões não são distribuídos apenas para os melhores.

No panorama olímpico que o contribuinte brasileiro patrocinou, a Fundação Heinrich Böll pelo Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro fala da realidade brasileira e a herança que a Olimpíada deixa para o povo no documento “Os jogos da exclusão”.

Lembramos o que ocorreu na Copa do Mundo, e a roubalheira já caiu no esquecimento da imprensa e mesmo da cidadania. O avanço gigantesco nas verbas e um amontoado de obras inacabadas, como às que encontramos hoje no Rio de Janeiro, no negativo das fitas de propaganda da Prefeitura.

Para os promotores do megaevento eu daria medalhas enferrujadas pelo desprezo dado à população mais carente. Quantos hospitais e escolas teriam sido construídos com os bilionários gastos? Como seria bom, garantir medicamentos para os enfermos e distribuir material didático para as crianças carentes!

Isto me leva a recompensar negativamente o joio e positivamente o trigo. Para os bons, como negar medalhas de ouro para a Polícia Federal, o Ministério Público e o Juizado Federal nas modalidades que exercitam?

No pódio, sobrariam ainda medalhas de prata para os políticos não envolvidos nem esquemas de corrupção (o que é de sua obrigação), e medalhas de bronze para os delatores em seu desempenho para livrarem-se de penas maiores pelos delitos praticados…

Do outro lado, os que fazem da corrupção um esporte (e vice-versa), revelando-se seus caracteres, deveriam ser agraciados com medalhas feitas com o metal enferrujado de Pasadena.

“Framboesa de Ouro” para Dilma, na soberba e arrogância da mediocridade, pela sua falta de respeito à cidadania no cometimento de um péssimo governo. Ao lado de Dilma que exibirá a faixa do impeachment, teremos o seu criador e mentor, Lula da Silva, chefe de um partido transformado em organização criminosa.

“Não-sabiismo”

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez consciente. ”  (MARTIN  LUTHER KING)

A matreirice de Lula da Silva criou uma doutrina: o “não-sabiismo”. Como uma onda, lavou os neurônios dos seus comparsas, levando consigo a ética, honestidade e a moral, deixando um rescaldo de cínica malandragem pouco inteligente.

Por que será que o espectro ideológico da esquerda populista nativa é inerente a incorporar, o cinismo à sua ideologia? Deixando a falsa filosofia de Marilena Chaui, o último e desmoralizado exemplo do “não-sabiismo” é do escritor Fernando Morais.

Para manter a sua cafetinagem da “esquerda bolivariana”, Morais quis hostilizar a independência lúcida do senador Cristovam Buarque devolvendo uma comenda recebida do governo do Distrito Federal, dada por Cristovam. E ficou só na provocação, pois “não sabia” que junto com a medalha deveria devolver também o prêmio em dinheiro que recebeu…

Deve sentir-se orgulhoso em imitar o chefe Lula que “não sabia” dos roubos na Petrobras, do Mensalão, do Petrolão, da Odebrecht, da OAS do “tríplex” do Guarujá ou do Sítio Santa Bárbara. Diz agora que “não sabia” das maracutaias de Rose Noronha, sua amiga íntima.

A honestíssima gerentona Dilma Rousseff, criada por Lula, e vendida ao povo como especialista em eletricidade e petróleo, “não sabia” da Eletrobrás, de Belo Monte, de Pasadena. Os dois, aliás, como escreveu um articulista, jogam um tênis de mesa olímpico baseado no “não sabia”.

Lula “não sabia” que fez o amigo Bumlai de trouxa; Dilma “não sabia” da sabidona Erenice; Lula “não sabia” do João Santana, Dilma “não sabia” do Paulo Bernardo, Lula “não sabia” do Palocci, Dilma “não sabia” do Edinho…

Não sei se os dois perdem ou ganham nesse jogo infame. Sob o cutelo da olímpica Lava Jato – processo de faxina a corruptos, elogiado e invejado em todo mundo, inclusive nos Estados Unidos – esses atletas do absurdo deveriam ser condenados pelos seus partidários, pelo menos criticados por eles.

Que nada. O descrédito deles não alcança o fanatismo. Deveria ter ocorrido na época em que Joaquim Barbosa julgava o Mensalão, que se tornou uma arrasadora desmoralização do Partido dos Trabalhadores, com seus dirigentes condenados e presos.

Nas redes sociais corre um trocadilho substituindo a palavra militantes por militontos, sem dúvida uma alusão aos apoiadores do nãosabiismo. Os militontos fazem a defesa da bandidagem a ponto de nomeá-los “heróis”, com a facilidade com que os Castro em Cuba e os chavistas na Venezuela admitem o culto da personalidade stalinista.

Entre nós brasileiros, essa embriaguez de ‘non sense’, para não dizer de cretinismo, se acolhe no lençol da desmoralização de Lula, de Dilma e do Partido dos Trabalhadores. Lênin escreveu que “a religião é o ópio do povo”; e nós perguntamos, qual é a droga que intoxica os lulo-petistas?

Estamos assistindo no Brasil o avesso do avesso na esquerda capenga: o seu socialismo se resume na distribuição de esmolas para a pobreza, apoio a ditadores africanos e latino-americanos, enriquecimento espúrio da hierarquia do PT e o desprezo pela nacionalidade.

Descoberta a roubalheira desenfreada em todos os setores do PT-governo, o lulo-petismo está baratinado, sem argumentos para defender o indefensável: os crimes cometidos por Lula como chefão da organização criminosa e o impeachment de Dilma, exigido por 83% dos brasileiros.

Com raras e honrosas exceções, a autodenominada “esquerda” escolheu a corrupção, em nome de um vago socialismo das mamatas para as lideranças, e avassaladora propaganda mentirosa para iludir incautos.

Os mamadores, sem assumir a desonestidade do PT fazem a agitação em defesa dos próprios privilégios; mas os patriotas de todos, ou sem partido, estão vigilantes exigindo o impeachment de Dilma e a prisão de Lula.

Curiosidades Olímpicas

Em Moscou, em 1980, Maria Caridad Colón ganhou a Competição de dardos e Tornou-se uma Primeira mulher cubana a conquistar o ouro olímpico.

  • Comentários desativados em Curiosidades Olímpicas