Arquivo do mês: agosto 2015

Chamadas de capa das revistas semanais

Veja

Capa – A face feroz da China: A súbita e brutal queda das bolsas, a mudança nas regras do jogo e a manipulação de dados assustam um mundo totalmente dependente da economia chinesa

Época

Capa – Nosso homem em Havana: Documentos secretos mostram como o ex-presidente Lula intermediou negócios da empreiteira Odebrecht em Cuba

ISTOÉ

Capa –  Gilmar Mendes – O caçador de crimes eleitorais: Para ele, o Brasil foi transformado num “sindicato de ladrões”

ISTOÉ Dinheiro

Capa – Brics em apuros: Pânico nas bolsas de valores da China assusta investidores no mundo

Carta Capital

Capa – Dilma complica Dilma: Em compensação, a oposição é para lá de ruim

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ESTUPIDEZ

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

 “Apenas duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana, mas não estou certo quanto à primeira” (Einstein)

Vejo a estupidez como incivilidade, ação contrária ao direito civil, e não como falta de inteligência, como registram alguns dicionários. No Brasil temos muitos estúpidos com exagerada destreza mental. A astúcia da pelegagem exemplificada por Lula da Silva é o exemplo mais-que-perfeito.

Acho que o nosso epigrafado, Albert Einstein, sempre correto, acertou ao universalizar a imensidão incalculável da estupidez humana. Na nossa Pátria tão vilipendiada pelo PT-governo a indispensável qualidade do militante estúpido do seu partido é ter faro por dinheiro. Público ou privado…

Aqui faltam creches para a infância, escolas para estudantes, hospitais para os enfermos, cadeias para os delinqüentes, mas sobram cargos na administração pública e benesses para os apedeutas, principalmente quando se impõe pela arrogância e a mentira.

Pessoas desta laia ganham condecorações, patentes, prêmios e a glória efêmera do poder. Vejam que a Ordem dos Advogados do Brasil levou quase dez anos para cassar o registro de advogado de José Dirceu, chefe de um esquema criminoso condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Se isto ocorreu é porque a autoridade dele se esvaiu numa segunda ação corrupta e corruptora.

Os outros mensaleiros e familiares de Lula da Silva ostentam medalhas de mérito militar concedidas por estúpidos fardados que gazetearam as aulas de civismo no Colégio Militar e não seguem os exemplos de patriotismo dos heróis militares que escreveram o nome na História do Brasil.

Encontro exemplos ilustrados da estupidez humana no Congresso Nacional, e como não quero assumir sozinho esta posição, espero a cumplicidade dos meus leitores após assistirem a programação das tevês Câmara e Senado.

De olhos e ouvidos atentos ao vídeo, ninguém irá me desmentir. Como se trata de um show macabro, receberei comentários inteligentes pelo desprezo da linguagem culta, a postura deselegante e o comportamento hipócrita dos parlamentares.

Sem dúvida há exceções que realçam a distinção de alguns deputados e senadores que certamente orgulham seus Estados. Do meu ponto de vista, são poucos, e que eu arriscaria limitar em dez por cento dos componentes do Congresso. Talvez um estúpido de plantão me censure, lembrando que a maioria que desprezo é a conseqüência do regime democrático, de pessoas simples eleitas pelo voto popular.

Não me alinho com os que acham infalível a inclinação política do povo e lembro o tempo em que os pelegos não dominavam por completo as organizações civis, e então encontrávamos profissionais liberais, estudantes e trabalhadores que intervinham nas discussões e discursavam com uma linguagem inteligível, apurada e distinta.

Cultuador da memória de Rui Barbosa concordo em gênero e número com ele quando ensinou: “A degeneração de um povo, de uma nação ou raça, começa pelo desvirtuamento da própria língua”. A depreciação a que se refere não é o desprezo pela linguagem coloquial, nem os estrangeirismos universalizados, mas condenados pelos estúpidos xenófobos, e muito menos os neologismos refugados pelo estúpido academicismo de aquário.

Inadmissível é falar sem nada transmitir no campo do pensamento como faz a presidente Dilma, usando expressões que não alcançam o ouvinte a não ser pelo som das palavras. A isto, seus críticos batizaram de “dilmês”; e entre seus discursos houve um que se impregnou nas cabeças dos brasileiros e correu mundo.

Deleitando os puxa-sacos mobilizados para aplaudi-la, foi assim que Dilma falou sobre o ‘novo’ Pronatec: “Nós não vamos colocar uma meta. Nós vamos deixar uma meta aberta. Quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta…”

Essa estupidez nada tem a ver com o romantismo da canção homônima de Roberto Carlos, exceto nos versos “Sua incompreensão já é demais/ Nunca vi alguém tão incapaz”…

 

BANQUEIROS (2)

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

O socialismo do lulo-petismo é a ideologia distorcida dos pelegos sindicais salgada com as lágrimas das viúvas de Stálin; provoca gargalhada mesmo em momentos de decoro, como enterros, ou nas aflitivas crises econômicas.

Isto ocorre, na prática, com o PT e seus satélites na tragicomédia das palavras-de-ordem que recuam ao século 19, quando eram levantadas pela turba na comuna de Paris e que hoje não passam de pilhérias. Como levar a sério uma faixa exibida na ‘mininfestação’ pró-Dilma, “Por um Estado proletário”?

Até as pessoas mais ignorantes vêem que esta reivindicação não corresponde à realidade. E é contraditória levantada por quem defende um governo que nada tem de proletário e se um dia teve algum, aburguesou-se, enriqueceu…

Não foi por acaso que na sua primeira eleição Lula da Silva correu para Walt Street e de lá trouxe Henrique Meirelles para ser ministro da Fazenda; e Dilma, afundando, chamou Joaquim Levy…

O PT-governo é, na realidade, um governo ideal párea os banqueiros, como comprova o trabalho da jornalista Anay Cury no G1, sobre o lucro obtido em 2013 pelos quatro maiores bancos brasileiros, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander.

A informação não surpreendeu os especialistas, nem mesmo os observadores de longe, como eu, apenas leitor das finanças pela imprensa diária. O que realmente impactou foi o lucro dos bancos que somado é maior do que o PIB de 83 países, segundo dados do Fundo Monetário Internacional.

Passado um tempo deste levantamento, vem o banqueiro Roberto Setubal, presidente do maior banco privado do Brasil – o Itaú Unibanco – defender Dilma! O faz, sem dúvida, de olho nos lucros que poderão cair com a saída da Presidente. A dupla proteção dos seus ganhos e do mandato da Presidente é exagerada.

Não precisava minimizar as pedaladas fiscais questionadas pelo TCU, nem ver indícios de envolvimento dela nos esquemas de corrupção. Embora financista, Setúbal parece não levar a sério os relatórios das agências de risco, despreza os registros da economia que o FMI divulga e não tem acompanhado a evolução da Operação Lava Jato.

Ao trocar interesses com Dilma, o dono do Itaú Unibanco mostra que o Brasil do PT é o paraíso dos banqueiros; diante deles, os empresários da Indústria, do Comércio e dos Serviços são a escória que apenas come os restos do banquete. Havia a exceção dos empreiteiros na arapuca armada por Lula e José Dirceu, hoje criminalizada.

Será que há algum banqueiro socialista bolivariano? Se os há, é puro fingimento “setubalístico” para iludir os “communards” que ressuscitaram de 1781 e os ainda estonteados sobreviventes da queda do Muro de Berlim. O banqueiro é um banqueiro e o narco-populista é um narco-populista.

O anedotário histórico conta que Mayer Amschel Rothschild, o fundador do maior sistema bancário dos tempos modernos, leu no jornal socialista ‘Aurore’ um comentário dizendo que com os milhões acumulados pelos seus bancos na Alemanha, França, Holanda, Inglaterra e Itália, poderiam acabar com a fome de todos habitantes da Europa pela vida inteira.

Vivia-se nos fins do século 18. Sem guarda-costas, Mayer foi à redação do ‘Aurore’ e dirigiu-se para a mesa do jornalista autor do comentário. Em voz alta disse: – “A Europa tem aproximadamente 200 milhões de habitantes e eu possuo 200 milhões de florins, dessa maneira, cabe um florim para cada europeu matar a fome pelo resto da vida”. Meteu a mão no bolso e tirou a moeda de um florim, jogando-a sobre a mesa: – “Tome o seu!”

TRAVESSIA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Enquanto as piranhas comem, temos que passar ligeiro, Toque logo este boi velho que vale pouco dinheiro”.
Travessia do Araguaia (Tião Carreiro e Pardinho)

O cancioneiro popular brasileiro é riquíssimo. A cantoria nordestina a toada sertaneja descrevem capítulos da vida real com linguagem poética que encanta e emociona. A epígrafe deste artigo transcreve o sacrifício do ‘boi de piranha’, numa melodia simples e sentimental, “Travessia”, de Tião Carreiro e Pardinho.

É a história de um boi velho, abatido pelos anos. Ferido com aguilhões, sangrando é levado a entrar no rio, fervilhando de piranhas que o devoram aos poucos; enquanto isso, a boiada atravessa no anti-fluxo chegando salva à outra margem.

E, com poesia e romantismo, temos também “Travessia” intitulando o primeiro álbum de Milton Nascimento, uma jóia da música popular brasileira. Essas travessias que comovem e enternecem são antagônicas do cinismo gelado de Dilma, com o ponto no ouvido, repetindo uma cantilena marqueteira para se salvar.

O PT-governo é responsável pela crise que foi implantada no País a partir do segundo mandato de Lula da Silva, encoberto no primeiro da “Gerentona” vendida ao eleitorado e estourado nas primeiras semanas do segundo mandato de Dilma, não mais considerada uma ‘gerentona’…

A visível falência do ciclo lulista no poder, revelou que o ‘modo petista de governar’ imprimiu a incompetência e a corrupção na administração pública. Nos estertores, voltam a apelar para o Diabo para se salvar… Fazem justamente o contrário do que fez Moisés rezando a Jeová para livrar seu povo da escravidão no Egito.

A travessia do Mar Morto liderada por Moisés está na pauta científica. Um engenheiro do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA anunciou que pode provar que é verdadeira a descrição do Êxodo sobre a salvação dos israelitas.

Através de simulações no computador o pesquisador mostra que fortes ventos do leste poderiam fazer a água retroceder e formar uma espécie de ponte de terra criando um espaço suficiente para Moisés e seu povo atravessarem.

Cá entre nós, não há vento leste que abra caminho para que Dilma e seus parceiros escapem da pressão do povo e consequentemente da Justiça. A cada dia piora a situação do PT-governo, num turbilhão que envolve a economia, finança, política e ética, arrasando o discurso mentiroso do ‘País das Maravilhas’.

Na autêntica travessia do Brasil desfilam os desdobramentos da crise econômico-financeira contaminando todos os setores produtivos e estamentos sociais pela carestia de vida e aumento do desemprego.

A inadimplência subiu 19% frente ao ano passado; a emissão de cheques sem fundos foi recorde em julho e teve no mês a maior alta desde 2011. Com isto, o consumidor atrasa tarifas de telefone, condomínio e até mensalidade escolar dos filhos.

Apesar dessa tragédia promovida pelo lulo-petismo, o comissariado governamental e a hierarquia partidária não fazem autocrítica e, por ignorância ou má-fé, não encontram a saída pelos males que afligem a Nação.

Pelo contrário. O PT-governo reedita medidas do tempo de Mantega, providências que fracassaram especialmente o crédito subsidiado a grupos favorecidos. E o pior é que no giro desta volta ao passado, Dilma abusa dos discursos desconexos de falso otimismo.

As metas discursivas da Presidente levam-me ao rei Juan Carlos repreendendo as bobagens narco-populistas de Hugo Chávez: “Porque não te calas?”; e levando para o humor, recordo a Ofélia do programa Balança Mas Não Cai, magistralmente interpretada pela atriz Sônia Mamede.

Só abrindo a boca para dizer besteiras, a última travessia de Dilma foi falar “Vergo, mas não quebro”, aí a inteligência do tuiteiro Carlos Brickmann comentou na bucha: “Pois é, quem quebra é o País…”

INTOLERÂNCIA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Liberté, Egalité, Fraternité 
Lema da Revolução Francesa

Se eu tivesse que dicionarizar o verbete ‘intolerância’, escreveria: Substantivo Feminino – Atitude mental discriminatória e preconceituosa, evidenciada na falta de respeito às diferenças de opiniões filosóficas, políticas e/ou religiosas.

Nesta situação crítica que o Brasil atravessa a presidente Dilma, ministros “da casa” e os militontos ligados à comunicação seguem a orientação marqueteira para “universalizar o tema”, isto é usar a palavra ‘intolerância’ direta ou indiretamente, e, como ensinou herr Goebbles, repeti-la à exaustão para alimentar as massas como na engorda dos perus de Natal.

A intolerância tem uma travessia histórica que vem de muito longe (A palavra ‘Travessia’ também está sendo ‘universalizada’). Uma das mais conhecidas no Ocidente foram a perseguição e morte de bebês por Herodes, os fariseus e os escribas na busca do Cristo que deveria nascer.

Também não é possível desconhecer a intolerância no século I, quando o imperador Nero para recuperar a perda da popularidade e fugir do desprezo popular, perseguiu os cristãos, levando-os à arena para serem mortos e devorados por feras, crucificando-os e usando-os como tochas humanas.

Bem depois, na Idade Média, outro exemplo de intransigência e preconceito voltou com o cristianismo vitorioso na Europa. No século XII, na França, surgiu a Inquisição promovida por várias instituições católicas massacrando os hereges cátaros e valdenses que se recusavam obedecer ao Papa.

Quando a inquisição decaiu, surgiram os pogroms, tendo como maior exemplo a Noite de São Bartolomeu, em França, no ano de 1572 com bárbaros assassinatos de protestantes. A palavra pogrom, é de origem russa. É a perseguição violenta, castigando pessoas, principalmente judeus, saqueando e destruindo suas propriedades.

O termo pogrom ganhou notoriedade  pelo arrastão que atacou o sul da Rússia entre 1881 e 1884, causando o protesto internacional e levando à emigração maciça dos judeus russos.

Com o nazismo, está gravada na memória a barbárie que foi a Noite dos Cristais (ou Kristallnacht/Reichskristallnacht), o início do flagelo sofrido pelos judeus alemães que chegou ao holocausto.

Pelas características da democracia norte-americana a justiça deles considera criminosa a intolerância na sua versão psíquica. Aqui no Brasil esse tipo de intolerância passa muitas vezes despercebida ou dura pouco; logo é esquecida.

Guardo na memória o exemplo de intolerância psíquica de Lula da Silva convocando um tal ‘exército de Stédile’ para enfrentar os oposicionistas; e, seguindo a voz do dono, o também pelego Wagner de Freitas, presidente da CUT, ameaçou recentemente pegar em armas para defender a bandidagem instalada no PT-governo.

Dilma acabara de condenar raivosamente o traque de São João que um moleque jogou na calçada do Instituto Lula, quando Wagner discursou ovacionado pela pelegagem dos movimentos sociais. Foi no Palácio do Planalto, sede da Presidência da República.

Vê-se, dessa maneira, que a intolerância do marketing lulo-petista só tem um lado: A intimidação explícita do uso de armas contra o povo é indulgência benigna; ir às ruas contra o PT-governo que saqueia o Erário, é intolerância…

Cordelando – Tribo dos Manaós

Cordelando 126:

       “As Ruas Nos Chamam (@ajuricabat )

Estamos só a dois dias,
De um evento federal.
O povo todo nas ruas,
Num agito anormal.
Todos de braços unidos,
Irmanados num desejo,
De retirar do poder,
Quem nos trata com desprezo.
Com tanto desmando em campo,
Roubalheira em geral.
Criminoso organizado,
Em escala nacional.
Montaram um grande esquema,
Colocando figurão.
Em tudo que é posto chave,
Das estatais da nação.
Todo mundo encheu o bolso,
Locupletaram de vez.
Desviando o recurso,
Que era de todos vocês.
Muito partido ligado,
Ao governo do PT.
Desviava na mão grande,
Canalhice só se vê.
Sem falar na mentirada,
Que rolou na eleição.
Enganando os eleitores,
Que cravaram no botão.
Tudo aquilo que pregava,
Para seu opositor,
A dentuça fez na marra,
Quando a poeira sentou.
Fato é que não se aguenta,
Ver tanta corrupção,
De forma organizada,
Roubando nossa nação.
Dinheiro fazendo falta,
Na saúde do povão.
No transporte, segurança,
E também na educação.
Mas não pense que é fácil,
Mudar o que se implantou.
Muita teta vai secar,
E o ladrão se rebelou.
Chamou lá o seu exército,
Movimento social.
Um bando de vagabundo,
Que nunca colheu nem sal.Fato é que no domingo,
Chão da terra vai tremer.
Pois o povo brasileiro,
Vai mostrar o seu poder.
Caminhando pelas ruas,
Sem temor nem confusão.
Vai mostrar pra curriola,
O Brasil que tem razão.

Vale Tudo

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Vale, vale tudo/ Vale, vale tudo/ Vale o que vier/ Vale o que quise”
(Tim Maia)

Na minha adolescência havia lá na Avenida Passos, no Centro do Rio, um enorme toldo, tipo circo, exibindo enormes painéis com musculosos lutadores se enfrentando. Dentro uma arquibancada de madeira cercava o ringue onde se ocorriam as lutas do “Vale Tudo”. As torcidas se dividiam entre os atletas, pouco ligando se as disputas fossem ‘marmeladas’ ou não.

Assistia-se uma mistura de boxe, capoeira, jiu-jítsu, e may-tai A meninada sabia de cor o nome dos golpes de que se valiam os lutadores para derrotar os adversários, armeloque, chutes frontais e circulares, estrangulamento, jabs, ‘pegada pelas costas’ e o triângulo, que envolvia as pernas no pescoço do outro, imobilizando-o com o próprio braço.

Apresentavam-se o Homem Montanha, um cara barbudo, enorme, cuja atuação era violenta; o Senegalês, um negão magro e alto, especialista em derrubar o adversário com rasteiras, o Índio Moicano, que só lutava agarrado no chão com o contendor, e entre muito outros, tinha um francês, o Chevalier, cheio de ademanes, que subia ao ring com um roupão de cetim dourado jogando rosas para as mulheres presentes… Era um show.

O “Vale Tudo” daquele tempo foi sucedido pelas lutas de UFC e MMA que estão na moda, levando milhares às arenas e milhões à televisão. Embora procurando viver sempre a realidade, ainda não me dispus a assisti-los, mas os seus aficcionados garantem ser uma disputa ‘prá valer’.

Não sei qual das modalidades Dilma Rousseff se referiu como ‘vale tudo’; o espetáculo das lutas sincronizadas com um final combinado, ou está sugerindo o confronto político dos 91% que condenam o PT-governo contra os 9% de seus seguidores fanáticos, cegos para a incompetência e a corrupção.

Foi com seu conhecido despreparo e engasgos, que discursando no Maranhão, Dilma falou “Vamos repudiar sistematicamente o ‘vale-tudo’ para atingir qualquer governo, seja o governo federal, seja o governo dos estados, dos municípios”.

Isolada, sem rumo, biruta de aeroporto, a Presidente é puxada pelo marketing. Como seu marqueteiro esgotou o arsenal de engodos, restou-lhe apenas uma exibição semântica. Criações do tipo da novilíngua que Orwell registrou no sistema ditatorial de ‘1984’. Para ela, ‘Erros’ são as ilegalidades cometidas pelos companheiros; ‘Concessão’ é a privataria petista; ‘Oscilação’ é o déficit na balança comercial.

Ultimamente, a palavra mais repetida é ‘Travessia’ apelo para dar esperança ao povo de que é passageira a crise criada pela incompetência e a corrupção lulo-petistas. Agora veio com a sua arrogância resmungona, o ‘vale tudo’, pura jogada de marketing.

Dilma acusa a oposição de ameaçar a governabilidade que já não existe, e tenta estender o repúdio que recebe do povo brasileiro aos governadores e prefeitos, que não têm qualquer responsabilidade sobre a desastrada política econômica que mergulhou o País na inflação e esvaziou os bolsos do trabalhador.

Este blá-blá-blá demagógico é uma nova roupagem das fantasias cacarejadas na campanha eleitoral e enganou um caminhão de idiotas, incapazes de enxergar a realidade. O discurso destrambelhado é uma palha de salvação, a última esperança do afogado.

O ‘Vale Tudo’ é uma tática também para fugir à realidade e escapar das manifestações de protesto; é o mote das reuniões com os movimentos sociais aparelhados, da UNE ao MST, e é quase certo que por debaixo do pano com os subversivos ‘exército de Stédile’, os Black-blocs e aquela brigada de refugiados provocadores que a CUT usou nas agressões da calçada da ABI.

O ‘Vale Tudo’ de Dilma é uma conversa de vigarista para seduzir as massas ignaras através de fraudes, uma marca registrada do narco-populismo. Enganou os idiotas por muito tempo, mas, felizmente, não é para sempre.

 

Matérias de capa das revistas semanais

Veja

Capa – O Brasil pede socorro: A mensagem do panelaço e o fim do ciclo populista e corrupto

Época

Capa – Como tudo começou: A prisão de José Dirceu mostra que a crise atual nasceu no governo Lula – e abre uma nova linha de investigação na Lava Jato

ISTOÉ

Capa: O fim da era PT: O partido vira sinônimo de corrupção e seu mentor, José Dirceu, é apanhado num esquema de enriquecimento pessoal

Carta Capital

Capa – O Congresso sem controle: Fermenta a conspiração, vigora o salve-se quem puder. E o PT? A prisão de Dirceu e a delação de Renato Duque afundam o partido

ISTOÉ Dinheiro

Capa – Itaú x Bradesco: Compra do HSBC Brasil pelo Bradesco coloca os dois maiores bancos privados do país em pé de igualdade no duelo pelo primeiro lugar do ranking.

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VIGARICE

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

O grande Voltaire na sua notável irreverência escreveu que “a arte de enganar foi inventada pelo primeiro malandro que encontrou um imbecil”. Assim nasceu o famoso ‘conto-do-vigário’, um meio de enganar as pessoas para levar vantagem. Diz-se que foi aplicado a primeira vez nas Minas Gerais.

Contam que os vigários das paróquias de Pilar e Conceição, em Ouro Preto, disputavam uma imagem de Nossa Senhora. Um deles propôs que se soltasse um burro entre as duas igrejas e a direção que o animal tomasse indicaria aquela que ganharia a santa… Mais tarde se descobriu que o asno pertencia ao padre vencedor…

Veio daí a palavra vigarice, que já está dicionarizada, e o ‘conto-do-vigário’, que compõe o elenco dos lances desonestos da bandidagem, como o ‘bilhete premiado’ e o ‘envelope vazio’ aplicados para enganar os trouxas. São esses tolos que favorecem o surgimento dos falsos profetas e a ascensão dos políticos demagogos.

A conversa fiada do propagandista de feira foi aprimorada pelo marqueteiro e a moderna tecnologia ajuda os novos golpes que se aproveitam do fascínio das massas pelo brilho comprando zircônia produzida em laboratório como se fora diamante.

Trapaças com metal folheado a ouro e pérolas falsas foram passadas ao eleitorado brasileiro no ano passado, por Dilma Rousseff, que vendeu ao eleitorado um País das Maravilhas. Lembram-se? Ela falava de cofres públicos abarrotados, do pleno emprego, de uma assistência médica à beira da perfeição, de escolas técnicas com vagas sobrando e o fim da miséria no País. Pintou um Brasil melhor do que a Dinamarca…

Sabendo que se tratava de lorota, eu me sentia solitário e até hostilizado quando denunciava que a Gerentona de Lula mentia. Defensores da reeleição levantavam em torno de mim argumentos lembrando uma inflação e um desemprego antigos, e alertavam contra as ameaças de privatização da Petrobras e dos bancos públicos que certamente seriam perpetradas pela oposição.

Assim venceu a estupidez coletiva. Triunfou o mundo da trapaça, um mundo iluminado pelo logro, o universo iluminado dos cassinos e jogos de azar… O burro amarrado entre o PT-governo e o povo era do intrujão Lula da Silva, o Macunaíma da esquerda brasileira. A inflação e o desemprego crescem e a privataria campeia…

Seria injusto, porém, dar título de vigarista único para Dilma ou para Lula. É impossível configurar numa só pessoa a hierarquia partidária comprometida com o jogo da enganação. No bando de petistas e aliados, dirigentes sindicais, coordenadores de movimentos sociais, infiltrados nas instituições e aparelhados na administração governamental, todos são dignos da comenda.

Entre tantos vigaristas, porém, ressalta como modelo José Dirceu, ideólogo, fundador do partido, e ex-ministro todo-poderoso do primeiro mandato de Lula; mas não quero ser repetitivo, copiando em xerox a sua vida, de líder estudantil a fundador e dirigente do PT que o levou ao poder.

Registrar apenas que quando ministro foi o criador do projeto dos 20 anos de poder petista, e para tal instituiu o aparelhamento do Estado, o assalto às estatais e aos fundos de pensão, a aliança com o narco-populismo, enfim, é o grande traficante da moeda falsa do “socialismo bolivariano”.

Além disso, Dirceu é sócio solidário de Lula da Silva nas falcatruas para financiar a manutenção no poder e enriquecimento próprio. Ambos são comanditários de um esquema de corrupção nunca visto neste País.

Deixo o perfil do ‘herói petista’ para a Operação Lava Jato traçar na saga dos repugnantes crimes contra o patrimônio público e traição à Pátria. José Dirceu avançou nas propinas até quando cumpria prisão domiciliar, punido pelo Mensalão; e esta vigarice justificou a volta para a cadeia.

Como disse o juiz Sérgio Moro, a liberdade do Grande Vigarista representa uma ameaça à ordem pública; é verdade: os seus contos-do-vigário enganam trouxas até hoje.

Chamadas de capa das revistas semanais

Veja

Capa – “A tempestade perfeita”: Inflação, dólar e juros nas alturas se combinam com a crise política.

Época

Capa – “Você votou neles. E agora?” O Congresso pode aprovar a “pauta-bomba”, que provocará aumento de impostos, de aluguéis e comida

ISTOÉ

Capa – “Conversa impossível”: Ex-presidentes FHC e Lula que ficou inviável o diálogo entre eles

ISTOÉ Dinheiro

Capa – “GM dobra a aposta no Brasil”: Por que investir R$ 13 bilhões? Entenda a ousada estratégia da líder em carros de passeio no país

Carta Capital

Capa –  “Impeachment “: A sorte está lançada

EXAME

Capa –  “Preparem-se. A crise vai ser longa com aumento de  risco da nota de crédito do país ser rebaixada